terça-feira, 27 de abril de 2010

SERÁ O FIM DAS DENOMINAÇÕES?

Essa foi a tônica que chamou minha atenção numa palestra dada pelo pr. Leonardo Sahuim, da IPM da Gávea que ouvi recentemente. Será que estamos vivendo o fim das denominações como conhecemos? Temo que a resposta seja um retumbante SIM. Tenho de admitir que para ser coerente com o que penso sobre o conceito de "igreja verdadeira" não dá mais para sermos simplistas a ponto de acreditarmos que o nome de uma denominação inspira maior ou menor temor em relação à fidedignidade dos seus pastores e convicções. Já se foi o tempo que poderiamos julgar o bom nome de uma igreja por um e outro expoente das suas fileiras ministeriais! A impressão que eu tenho é que se nem todo batista é bíblico, logo estamos vivendo em uma séria crise de identidade! É o que eu penso.

Mas, como nos situarmos em meio a essa verdadeira "torre de babel denominacional", onde temos de conviver e isso de modo tolerante e bíblico com gedozistas, neo pentecostais enrrustidos, pragmáticos profissionais do púlpito e chamá-los todos de colegas e irmãos? Confesso que isso é um drama para mim! Semana que vem por exemplo viverei esse desafio, pois estarei em um congresso de pastores batistas aqui no Estado do Rio de Janeiro. Todos serão batistas, sim. Todos são bíblicos, ai eu não sei...

Pode parecer petulância da minha parte julgar assim, mas eu só o faço com temor e tremor, sobretudo em relação à Palavra de Deus que meu autoriza a "provar os espíritos":

(I João 4:1) - AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.

Temos de ser criteriosos, e com isso quero propor a algumas perguntas que lhe ajudarão a saber se seu pastor é biblico ou é alguém que finge piedade para obter lucro pessoal e libertino:

(a) Ele tem apreço pelas Escrituras a ponto de expô-la com fidelidade?

Outras perguntas que vem à reboque sobre o seu pastor: os seus sermões são resultados de horas de estudo e dedicação ou são encomendados por pregadores que buscam resultados a qualquer preço? Ele cita a Bíblia mais do que qualquer outro autor humano? Ele esmera-se na explicação de cada linha do texto bíblico, ou ele vive repetindo chavões e frases de efeito? Seu gabinete pessoal é composto de livros que levam a Bíblia a sério ou ele é alguém que gosta de autores de auto-ajuda?

(b) Ele age com amor quando exorta a igreja?

Há pastores que são tiranos nas orientações doutrinárias de seus membros, nunca demonstram amor e afeto, isso porque têm de si mesmos uma falsa imagem: a de serem infalíveis! Pastores que não tem lágrimas nos olhos quando falam do erro dos outros, certamente não choram pelos seus próprios pecados. Cuidado: eles são lobos travestidos de ovelhas!

(c) Como consequência desse ponto vem outro: ele admite que erra?

É preferível reconhecer seus erros com humildade do que sempre culpar os outros por seus fracassos pessoais. Não há lider que não cometa erros, agora infelizmente há poucos que reconhecem isso, e vão amealhando para si súdidos e não seguidores; admiradores e não discípulos; empregados e não servos; vacas de presépio ao invés de ovelhas.

Mas, o que isso tem a ver com o fim das denominações? TUDO. As denominações oriundas da Reforma Protestante do sec. XVI foram organizadas em volta de um princípio valioso (dentre outros) do sacerdócio universal de todos os crentes. Alguém já disse que nós trocamos o "papa de Roma" pelo "papa de papel", as Escrituras Sagradas, e nos orgulhamos dessa verdade! Não pode haver entre nós os pastores mais turbinados e homenageados e outros que são "apenas" pastores!

Temos de acabar com a competição por números de rebanhos que acontecem ainda em muito no nosso meio! O valor de um obreiro não se mede pelo número de membros que tem em sua igreja, e sim pelo fervor com que ele expõe as Escrituras, trata o seu povo e lida com os seus próprios erros. Sei que verei na semana que vem em Rio Bonito muitos pastores de rostos machucados pelo tempo, que estão em igrejas de porte pequeno, mas que não desistem de "expor todo o conselho de Deus", como fez o apóstolo Paulo em seu ministério (Atos 20.27). A estes eu dôo o meu sincero respeito.

Agora, quanto aos "genéricos" que de batistas têm apenas o nome, que amam os números mais do que as pessoas; que não expõem com fidelidade as Escrituras, pois pregam mais Augusto Cury do que a Bíblia; e, os que são inflexíveis no julgamento dos outros e conivente com seus próprios erros, opto em mantê-los distantes do meu coração e não os considero exemplo para os fiéis, mesmo que ocupem posições de liderança no mercado chamado "denominação Batista".

Tenho dito.

4 comentários:

bethangra disse...

"Apacenta minhas ovelas!" Essa frase foi dita por Jesus três vezes.
Infelizmente hoje, as igrejas querem números, nos julgam como se fossem o próprio Deus, alimentam seus lobos por interesses e matam suas ovelhas e profetas.
Nos excluem quando na verdade os excluídos deveriam vir de púlpito.
Igreja virou sinônimo de comércio!
Ovelhas tem que se virar porque são chamadas de "sacerdotes" e não há mais quem cuide delas porque o tempo dos pastores são para coisas exclusas, suas vidas particulares são mais importantes, são sustentados pelos fiéis para ter vida social ativa.
O que me consola é que Deus fará sua limpeza primeiramente entre os seus, entre o joio e o trigo!
E caberá aos "pastores" a maior fatia desse julgamento. Se não, porque as ovelhas precisariam de um, porque Deus os iria constituir?! Daí vemos tantas ovelhas demitidas e felizes porque não compactuam com o que veêm
Bethangra - bethangra@gmail.com.br

Anônimo disse...

Realmente ser batista hoje traz até certo constrangimento,vemos lideres que se dizem Batistas,mudam suas igrejas e a levam para fora das escrituras,obrigam suas ovelhas às mudanças e quando não aceitam são taxadas de rebeldes e colocadas à parte,Julgam os colegas por que não aceitam às suas mudanças,ignoram colegas que pastoreiam pequenas igrejas mas não tem coragem para assumi-las,muitos sequer disciplinam suas igrejas a não ser que se voltem contra eles,A Bíblia que deveria ser ordem de regra e de fé na vida destes já deixou de ser.Agora,precisamos admitir,tem muitos que coam mosquitos e engolem camelos inteiros.

bethangra disse...

Não generalizando aos batistas como ovelhas nem à todos os pastores que também são ovelhas, reafirmo que as igrejas de modo geral entraram num colapso catastrófico. Seus líderes mudam de comportamento e de denominações como trocam de roupa de acordo com a vontade manipuladora de cada um por que se dizem perseguidos, já que suas vontades estão muito além da Palavra de Deus, com isso se instala a rebeldia de púlpito que é transmitida às ovelhas de maneira sutil. Não compactuar com os caldeirões do inferno, sim porque são muito mais do que simples "panelinhas", significa ficar à parte até que peçamos exclusão.
Não sei qual é o melhor: o mundo ou essa forma de evangélio medíocre.
Melhor seria como no tempo de Jesus e dos apóstolos, onde a Palavra era anunciada fora de quatro paredes, onde não haviam vendilhões do templo preocupados somente com o seu "umbigo".
Crescimento espiritual hoje virou sinônimo de conta bancária gorda para satisfação de si próprio e o rebanho...?! Esse sim que se vire com os lobos, afinal, pra que pastor?!

José, discípulo e bereano disse...

Costumo afirmar o seguinte: Há no mínimo três doutrinas desconhecidas pelos nominalistas cristãos. 1) Não sabem o que é Igreja e quase sempre confundem-na com templo e endereço e quando afirmam que sabem não vivem a realidade bíblica em sua esmagadora maioria pois só fazem apologia de projetos denominacionais, pessoais ou de pobres hermenêuticas; 2) Ignoram a verdadeira Salvação, mal reconhecem o cálice da Ira de Deus que deveria recair sobre nós mas esteve sobre Cristo no Calvário, não entendem que o pecado nos condenava eternamente ao inferno pois éramos filhos da desobediência e; 3)Desprezam o Evangelho do Reino de Deus/Jesus em prol de outros evangelhos, menos simples e supostamente mais proveitosos.Tais características apontam para um imenso número de falsos cristãos, são adeptos de um sistema que Jesus nunca estabeleceu, um Cristianismo deturpado que insiste através da religião na tentativa de substituir a obediência e a santificação indispensáveis ao verdadeiro salvo. Logo, esta eclésia faz quase nada do que o Senhor mandou e muito, muito mesmo do que Ele nunca disse para fazer e que nunca faria. Fundamentos: Mt 18, 20; Ef 2, 1-10; Gl 1, 8; 1ª Coríntios 1; Rm 1, 16, 17; Mt 7; 13-14.