sábado, 27 de dezembro de 2008

MENSAGEM DE FIM DE ANO!

Fiquei meditando agora pela manhã no texto de II Reis 4.1-7 que comenta sobre uma viúva que chega diante do profeta Eliseu com uma necessidade urgente: "Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor. Agora acaba de chegar o credor para levar-me os meus dois filhos para serem escravos".

Que situação! Olha, para uma mãe antever a possibilidade de perder seus filhos como pagamento de dividas era de todas as realidades, sem dúvida a mais cruel. Mas, é sobretudo em contextos de negritude que o avivamento do Senhor visita aqueles que são seus, isso é comprovado em toda a história.

Gregory Frisell vai dizer que "como é de se esperar, Satanás trabalha melhor encoberto pela escuridão (Efésios 6.10)." Na dor, espaço vivencial para o surgimento de uma fé capaz de romper com o comodismo e o marasmo de uma vida espiritual apagada e raquítica.

Pode soar estranho, mas eu desejo para você em 2009 um ano de crises fenomenais! Um ano de vazilhas vazias para que o azeite do Senhor venha a ser derramado em profusão sobre a sua vida e de sua familia! Interessante foi a pergunta que Eliseu fez à mulher: "Dize-me o que tens em tua casa."

Aproveito esse tempo para lhe fazer a mesma pergunta: o que você tem em sua casa? quais são os valores já revistos em 2008 que serão solidificados em 2009? qual será a sua área de influência em 2009? Deus está chamando para si neste tempo um número interessante de pessoas famintas dele que estarão abalando as estruturas do inferno com um testemunho impactante. Eu creio que nossas igrejas vão viver em 2009 um ano de estruturas arrebentadas para um tempo de reconstrução nunca antes imaginado!

A ordem do profeta persiste: "vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas". A ordem é encher-se de Deus! O que tem impedido você meu querido, minha querida de encher-se de Deus? Talvez seja o fato de que no fundo, você admite que tem sonhado pouco, ansiado pouco, desejado pouco um derramar que de fato, mexa com as suas estruturas mais arraigadas, mais profundas.

E, fico pensando que a vida é tão ligeira, tão passageira que, quando vimos já não nos resta fazer nada a não ser ver o surgimento de tantas catástrofes e ficarmos assentados em nossas "cadeiras de vovô" inertes, impassíveis e sem expressão.

Quando as vasilhas acabaram, o texto diz: "Então o azeite parou"! Oh! Senhor não nos permita tal desgraça, do seu azeite, sua presença transformadora encontrar o seu fim, justamente na nossa história, no nosso tempo, na nossa geração!

A velhice chega quando as vasilhas se acabam! Mas, nós precisamos ser como o idoso relatado no salmo 92.12-15: "os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro no Líbano. Estão plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos, seão viçosos e florescentes, para proclamarem que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça".

Se essa verdade bíblica não for a sua realidade, infelimente seu fim será como a poesia de Fernando Pessoa: "Fiz de mim o que não soube. E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido."

Esse fim será triste! O primeiro não, será coberto da benção do Senhor. Feliz ano novo e que Deus em sua soberana graça visite sua vida e sua familia com a benção da fidelidade!

Um abração.

PS. Dia 02/01 entro de férias, e vou para o sul do pais e depois para a aprazível Viçosa em Minas Gerais. Ficarei por hora sem postar textos, apenas refrescando a mente com leituras, reflexões e lazer. No ano que vem volto com postagens, o meu livro que será lançado aqui no blog e outras novidades mais. Sou muito grato ao Senhor pelo privilégio de escrever e de ter um e outro leitor! Fiquem com Deus!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

UMA PARADA NATALINA

Resolvi dar uma parada nas postagens dos textos do meu livro sobre a tragédia do modelo "uma igreja com propósitos" a fim de pensar numa realidade mais amena: o tempo festivo de natal.

Olha, no domingo passado preguei uma mensagem sobre o ideal de simplicidade que precisa se processar em tempos natalinos. Critiquei abertamente o consumismo e a pressão de se gastar o que não se tem, comprando coisas de que não precisamos para impressionar pessoas que não queremos conhecer! Tudo isso vem como propaganda enganosa acerca do Natal.

O Natal é oportunidade de lembrarmos de que Deus poderia perfeitamente ter abalado o mundo com uma bomba, mas optou em impressionar e bagunçar a vida de muita gente com um bebê. Isso tudo porque, de acordo com a profecia de Ageu 2.6,7, todas as nações deviam ser abaladas quando o "desejado das nações" iria nascer.

E, todas as coisas precisavam ser convergidas, para que Jesus nascesse na "cidade de Davi", mas não na cidade em que ele havia se sagrado rei, mas, sim na cidadela, a menor de todas as cidades de Judá, Miquéis 5.2, onde Davi havia nascido em pobreza, para ser um pastor de ovelhas.

Gosto de pensar em Natal como o tempo do cumprimento de profecias do Antigo Testamento: lembro-me de várias, posso citar algumas apenas: Genesis 3.15 (do homem nascido da semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente, Satanás), Deuteronômio 15.18 (do profeta que haveria de vir após Moisés), Isaias 7.14 e 9.6 (o menino que haveria de receber o governo do mundo em seus ombros) e a minha predileta: Daniel 2.34,35 (a grande pedra que seria precipitada montanha abaixo, sem o auxilio de mãos, e destruiria a estatua pelos pés, que na visão representava o império romano).

Jesus nasceu em um contexto de recenseamento, e me parece um contrasenso da divina Providência: "em vez de ter reis pagando tributos a Ele, quando veio ao mundo, Ele mesmo se fez um pagador de tributos".

Leon Morris em seu simpático comentário diz que "o nascimento do Filho de Deus é descrito com muita simplicidade. Maria enfaixou-o com longas faixas que seriam passadas muitas vezes ao redor das crianças. Que a própria Maria enfaixou a criança indica um nascimento na solidão. Que Ele foi deitado numa manjedoura tem sido entendido no sentido de Jesus ter nascido num estábulo".

Por fim, percebo nessa parada algumas sérias reflexões:

(a) Celebremos um Natal marcado pela solidariedade.

Incomoda-me saber que até a hora de adormecermos nesta noite, mais de dez mil indivíduos terão morrido de fome, mais de quatrocentos por hora. Muitos outros vivem à beira da extinção, estão subnutridos, desorientados e desesperados (R. Foster). O drama dos que passam fome, precisa nos levar a um Natal menos dispendioso mais "mão aberta".

(b) Celebremos um Natal marcado pela espiritualidade.

Alguém já disse que o lugar mais falso de toda a terra é a mesa de Natal de muitas famílias. Conversa-se sobre todos os assuntos com relativa superficialidade. Que tal neste ano separar um tempo na mesa para uma conversa franca sobre os últimos incidentes "cara a cara" e propiciar um espaço para o Espírito Santo de Deus fazer uma verdadeira limpeza de corações e almas? Sei que é difícil, mas penso que na noite natalina, é muito bom estabelecermos em nossas casas, tendas para abrigar um coração sensível ao mover de Deus no nosso meio.

(c) Celebremos um Natal marcado pela Palavra de Deus.

Termino esse artigo, com uma experiência compartilhada em um boletim de uma igreja da cidade do Rio de Janeiro que tive acesso na semana passada.

Ronaldo Lidório, missionário presbiteriano entre o povo Komkomba do Gana, no centro da África conta de uma mulher que se converteu em uma aldeia distante de onde morava o pastor. Ela não sabia ler e por isso ia até a aldeia do missionário e ali ouvia e decorava capítulos inteiros da Bíblia. Depois voltava e os repetia aos seus familiares, amigos e irmãos em Cristo. Certa feita, depois de dias decorando a Palavra, ela se preparou para voltar à sua casa. Andou mais de 4 horas pelas trilhas no mato quando percebeu que esquecera parte dos textos decorados. Voltou a trilha inteira e chegou à casa do missionário já ao anoitecer. O pastor então quis saber por que ela voltara a tanto custo. Afinal, só esquecera uns poucos versos no meio de vários capítulos. Ela respondeu: “A Palavra de Deus é importante demais para perder qualquer parte dela”.

Neste Natal façamos essa parada estratégica, e ousemos fazermos as seguintes perguntas: Cremos na condução da história da humanidade por um Deus providente, que pensa em tudo, e fez de Jesus, o menino que abalou as estruturas de nosso tempo? Temos aproveitado o clima natalino para sermos mais sensíveis em relação aos que sofrem dos desmandos desse "mundo cão"? Estamos dispostos de, ao invés de fazermos de nossa ceia familiar um espaço de hipocrisias para um tempo de verdade "olho a olho"? Queremos de fato consumirmos menos coisas e comermos mais da Palavra de Deus, que é alimento para a vida eterna?

Um feliz e pensativo Natal, sem farisaismos e mentiras, com mais verdade, amor e fidelidade ao Senhor nosso Deus!