sexta-feira, 26 de março de 2010

QUE FECHEM AS "IGREJAS-GENÉRICAS"!

"O sucesso de um falsificador de moedas depende quão parecida à moeda falsa se torna com a genuína. A heresia não é uma negação completa da verdade, e sim uma perversão da verdade". (A.W. Pink)

Tenho crido de todo o meu coração na santidade da igreja. Ela de fato é de cima, vem de Deus. O próprio Senhor Jesus disse por conta da organização da igreja em Mateus 16.18: "edificarei a minha igreja". E, Paulo escrevendo aos coríntios, a chama de "igreja de Deus". Isso é muito óbvio no sentido de que a origem da igreja é celestial, ela foi idealizada por Deus em seu plano eterno, isso explica porque ela tem sobrevivido.

Gosto muito da declaração do bispo J.C. Ryle em 1879, "mesmo parecendo fraca aos olhos do homem, esta igreja verdadeira é a bigorna que já quebrou muitos martelos no passado e, talvez, continue quebrando muito mais, antes que chegue o fim. Aquele que fere a igreja verdadeira está tocando na menina dos olhos de Deus (Zacarias 2.8).

Mas, dando um passeio em nossas cidades, mesmo as de pequeno e médio porte, não precisamos andar muito para vermos as "igrejas" que são frutos de divisões e quase sempre são caracterizadas pelo desejo insano de um líder que, por não conseguir espaço para o seu reinado solitário em uma igreja denominacionalmente estabelecida resolve montar o seu próprio negócio. E, infelizmente tais aloprados sempre conseguem adeptos para financiar seus intentos pseudo-apostólicos.

Tais homens inescrupolosos abandonam as denominações históricas com o discurso de desejarem algo mais "independente", sem cobranças que eles sempre julgam injustas, e neles há o desejo de seguirem a visão que Deus supostamente teria dado a eles. Mas, o interessante é que eles se põem a cumprir o chamado de Deus para a vida deles ignorando um princípio que para o próprio Deus é muito caro: o da autoridade espiritual.

Watchaman Nee em seu clássico, "autoridade espiritual", que "não existe ninguém apto a ser autoridade delegada por Deus se não aprender primeiro a sujeitar-se à autoridade. Ninguém pode saber como exercer autoridade até que sua rebeldia tenha sido resolvida".

Olha, a história do Brasil seguiu um rito de golpes e rebeldias, li isso de modo compacto na análise que Ariovaldo Ramos faz ao chegar a conclusão de que a igreja do Senhor ainda vive o que ele chama de "avivamento de colheita", isto é ainda não semeamos nada para as próximas gerações, o respingo que temos de um avivamento no Brasil é produto do plantio de nossos fiéis pioneiros denominacionais!

A transgressão tem sido o mote de muitos líderes, sobretudo seminaristas e jovens pastores, mas isso não exclui os já de uma certa idade que se auto-intitulam "pastores" sem ao menos passar por um concílio sério de obreiros denominacionais e historicamente fiéis. Como resultado temos de conviver com "igrejas-genéricas", pastoreadas por "pastores-genéricos" e produzindo "cristãos genéricos", e ouso a dizer, cultuando um "deus genérico". Pois, o Espírito Santo de Deus não está presente em um culto dirigido por rebeldes que julgam estar à parte da unção que o Senhor Deus tem ministrado a denominações históricas que pagaram o preço de estabelecer suas igrejas em solo brasileiro há uma ou mais centenas de anos!

Chega! Desejo que fecham tais "igrejolas" e mais, seus pseudo-pastores sejam convertidos e se conscientizam de que a igreja do Senhor Jesus já tem dono, e ele é que a vem edificando ao longo dos séculos! Termino mais uma vez com o bispo J.C. Ryle: "os pastores podem pregar e os escritores, escrever, mas o Senhor Jesus é o único que pode edificar".

Tenho dito.

domingo, 21 de março de 2010

QUE EVANGELHO É ESSE?

(Tito 3:8) - Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens.

No desafio de evangelizarmos em todo o tempo, precisamos avaliar seriamente se a nossa proclamação tem sido contra o pecado, ou se temos usado eufemismos para referirmo-nos à tragédia da malignidade do ser humano. É sabido (e quem tem filhos pequenos tem esse principio verificado constantemente pela experiência) que a depravação do ser humano, inclue até mesmo os seus ossos!

Dai numa sociedade liberal e liberalizante como vivemos, temos o desafio proposto de pregarmos contra o pecado a fim de sugerirmos "com firmeza" que os homens precisam redirecionar o centro de suas vidas, ao invés de seus próprios projetos egoístico eles precisam ceder lugar ao Senhor, como único ponto de equilíbrio e direção para suas almas eternas!

Tenho dito que a morte, por exemplo, é um grande sermão em relação a esse tema. Todas as vezes que páro diante de um caixão eu digo a mim mesmo que ele está me pregando duas verdades: Deus existe e eu terei de prestar contas diante dEle um dia!

Acerca de nossa mensagem evangelística precisamos tomar duas atitudes para mim, essenciais: primeiro cabe uma definição do que vem a ser o evangelho. O evangelho não é a noticia de que tudo está bem com o ser humano, muito pelo contrário, de acordo com o bispo inglês J. C. Ryle, isso em 1879, quando o homem chega à conclusão de que tudo está ruim, ele encontra-se bem perto do céu.

O pr. Antonio Carlos da Costa, da Igreja Presbiteriana do Brasil em Barra da Tijuca disse recentemente que a mensagem central do evangelho é "a gloriosa notícia que Deus no seu infinito amor chama a humanidade para se arrepender dos seus pecados e crer na oferta graciosa de salvação que é oferecida por meio de Cristo. O que o evangelho proclama é a existência de um Deus santo. Um ser que não tolera o pecado pelo simples fato do pecado não fazer parte de sua própria existência."

Depois de um definição acurada do que vem a ser o evangelho, a outra atitude para quem deseja proclamar o verdadeiro evangelho do Senhor Jesus, aquela da graça, da justicação pela fé somente e da realidade do céu e do inferno como destinos para a alma humana é aquilo que eu posso chamar de "auto-evangelização". Meu professor de Mestrado no meu módulo de "Apologética" me despertou para esse conceito quando ele disse: “sem evangelizar a mim mesmo... eu não posso evangelizar o mundo...”.

Pensando nisso logo me coloco na opinião que penso estar ajuizada nas Escrituras de que precisamos de uma auto-análise (aos moldes puritanos) de nossa própria vida para checarmos se podemos encontrar nela as evidências de uma vida convertida diante do Senhor. Sem falsidades ou melindres. Sem meias verdades e justificativas. Verdadeira e única.

Esse evangelho é verdadeiro porque anula a justiça humana, lançando-nos no abraço acolhedor de um Pai amoroso que nos elegeu antes mesmo da fundação do mundo, e que nos enviou o Seu Filho, Jesus Cristo para morrer por nós no aplacamento de sua ira justa a nosso respeito. Sem Deus o homem está destinado ao inferno, e como a maioria está condenada (eu deduzo isso porque a porta que leva à destruição, ao inferno é larga e o caminho é espaçoso) temos muito o que fazer para que o nosso cristianismo deixe de ser "cerebral" para ser algo "visceral".

Chega de cristãos do pensamento secular. Cristãos que se empolgam por campanhas governamentais ou não, mas dificilmente se empenham por uma vida santa e piedosa diante do Senhor. Há quem lute muito por seus direitos, mas dificilmente ora por suas causas de arrependimento diante do Senhor.

Termino com uma citação de C. H. Spurgeon, famoso pregador do sec.XIX: "Quando a Palavra de Deus converte um homem, tira dele seu desespero, mas não seu arrependimento".

O verdadeiro evangelho tem uma palavra forte e central: ARREPENDA-SE!