sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O DEUS DO MALAFAIA

"O grande deus Entretenimento diverte os seus devotos principalmente lhes contando histórias. O gosto por estórias, características da meninice, depressa tomou conta das mentes dos santos retardados dos nossos dias, tanto que não poucas pessoas pelejam para construir um confortável modo de vida contando lorotas, servindo-se com vários disfarces ao povo da igreja. O que é natural e bonito numa criança pode ser chocante quando persiste no adulto, e mais chocante quando aparece no santuário e procura passar por religião verdadeira". (A. W. Tozer)

É assustador pensar no contexto evangélico atual em nosso país. Somos tristemente considerados seres emburrecidos, por conta do perfil de algumas lideranças de destaque nacional. Não sei se o "deus" da Marilia Gabriela é o mesmo do Silas Malafaia, mas temo ao constatar que aquele que deveria anunciar o Deus da Bíblia é refém do deus entretenimento.

E os seguidores do Malafaia encontram-se em nossas igrejas e seminários defendendo alguns pontos doutrinários bem conservadores (alguns dos quais me identifico), mas em um tom tão amedrontador que, em nada, me faz remeter à lembrança ao estilo "manso e suave" do Senhor Jesus.

Tudo no meio evangélico transforma-se em "show", em plataformas de exibição pessoal. E fico pensando em muitos líderes que começaram seus ministérios de modo simples, e com motivações honestas, mas que em um momento definido de suas vidas viram-se picados pela "mosca do poder" e passaram a engendrar métodos para um rápido crescimento na hierarquia denominacional, para servirem seus caprichos megalomaníacos.

Poucos são os verdadeiramente pastores, pois o que se espera hoje de um lider é uma mente vívida na promoção de eventos, arrecadação de recursos financeiros, estruturas de viabilização do nome da intituição na mídia, e administração de um pessoal humano que, por gosto ignorante torna-se gado marcado. É triste!

Reclamamos dos políticos que elegeram dois "fichas sujas" para serem líderes do poder legislativo em nosso país, mas temos em nossas vitrines eclesiásticas homens da mesma estirpe, tão bandidos quanto! Na realidade, nossa situação é ainda pior que a dos políticos, uma vez que pecamos contra o conhecimento! Vivemos um tempo em que a profecia de Amós tem encontrado ecos nos púlpitos de nossas igrejas:

"Ai dos que vivem sossegados em Sião, e dos que estão seguros no monte de Samária, dos homens notáveis da principal das nações, e aos quais vem a casa de Israel". (6.1)

Para não ficar apenas no lamento, preciso propor uma atitude que precisamos tomar neste tempo de prostituição do sagrado, e faço uma abordagem de tratamento com uma frase: Precisamos de um avivamento!

Esse avivamento que proponho terá de ser clamado ao Pai, porque só poderá vir dEle. Não será resultado de persuasão humana, ou mesmo de algum movimento avivamentista liderado por alguma figura midiática do mundo gospel. Absolutamente. Ele virá dos grotões de nosso país. Virá do renascimento da pregação expositiva dos púlpitos, do discipulado feito em grupos nos dias da semana e na integridade exposta na vida de quem confessa Jesus com os lábios.

Repito, não fará parte da agenda de conselho de pastores ou cômites denominacionais, afinal de contas os que lideram tais corporações não tem interesse em mudanças de mentalidade por parte do povo crédulo demais para protestar os estelionatos cometidos em nome de Deus. Esse avivamento virá por parte dos simples, dos cordeiros em meio aos lobos, dos pecadores que não ousam olhar para cima, mas clamam: "Sê propício a mim, pecador".

Choro por esse avivamento! E a propósito, a Marília Gabriela não terá quem chamar para estar "frente a frente" com ela, pois homem algum liderará esse avivamento, senão o próprio Deus! Não do entretenimento! Mas, o da santidade!

Estamos juntos nesse clamor?