sexta-feira, 11 de novembro de 2011

PESO ETERNO DE GLÓRIA!

"Toda a igreja cristã que não ensina aos seus membros a principal ciência da religião, a sofrimentologia, não está cumprindo o seu dever. Imponha a mortificação a si mesmo. Aprenda a sofrer e a não ceder. Pode chegar o tempo em que você poderá precisar deste conhecimento". (Richard Wurmbrand)

Quem escreveu essas linhas acima sabia do que estava dizendo, pois esse homem amava ao Senhor Jesus que pagou um alto preço pela sua ousadia em pregar o Evangelho na antiga Romênia, ainda sob o impacto do comunismo. Ele foi pastor luterano, que ficou mundialmente conhecido por passar 14 anos em campos de concentração em seu país, por causa de sua fé. Ele foi torturado por conta de sua obstinação em viver de fé em fé. Um exemplo para o nosso relaxado cristianismo!

Há algo na expressão de nosso cristianismo que me perturba, e é justamente a facilidade com que nos sentimos "vítimas" diante de situações espinhosas no nosso cotidiano. Deduzo que seja por conta da mensagem de um evangelho que não suporta provocações do Diabo ou ainda fragilidades de nossa própria natureza humana. Parece-me que o "vencer a qualquer preço" tem sido a filosofia de muitos dos nossos crentes hodiernos. E, como resultado temos crentes com uma fé que visa apenas o seu umbigo e a sua realização pessoal. Tenho sérias dúvidas que Deus está interessado em nossa alto estima! Tenho para mim que o propósito do Senhor é justamente nos desmamar de nossa auto-suficiência, e por meio das provas a que somos submetidos, provocar em nós um santo contentamento.

Esse "santo contentamento" não seria uma postura de "capachão" do tipo, "pode bater que eu gosto!", absolutamente, eu falo desse princípio como sendo algo espelhado na própria experiência do apóstolo Paulo: "Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece", Filipenses 4.12,13.

Temos de entender o sofrimento como sendo uma prova para o Senhor aferir nossa alma e nossa persistência espiritual. Uma vez, aprovados nesse teste de fidelidade, passamos a adentrar esferas mais sublimes de nossa experiência com o Senhor, como pode ser visto nas biografias de missionários que aprenderam à base de duras penas a dependerem unicamente no Senhor!

Isso me faz lembrar o excelente livro de John Piper, "completando as aflições de Cristo", da Shedd Publicações em que ele cita o exemplo de Adoniram Judson que depois de observar que uma grande proporção dos que saiam em missão para o Oriente morriam em cinco anos, disse: "Por isso, caminhe suavemente, a morte espreita de perto os seus passos!".

Essa é a melhor forma de viver, tendo a consciência de que a morte espreita nossos passos! Somos pessoas caminhando na direção da morte, por conta disso, não temos de viver brigando uns com os outros por posição ministerial ou por notoriedade, vamos para o mesmo lugar, independente de sermos ricos ou pobres! A morte está no nosso pé! A vida é passageira! Celebremos pois cada segundo como se fosse o nosso último!

Tenho dito. E morrerei um dia! Ela (a morte) está aqui do meu lado!

PS. Apesar do tom aparentemente sombrio de meu artigo, quero homenagear os membros fundadores da nossa igreja, IBACEN, que completa 19 anos nesse fim de semana. Refiro-me aos fundadores que ainda estão conosco, membros servos dessa igreja encantadora! Que vivamos o presente tempo, certos de que nossa contribuição será eterna! Parabéns IBACEN!