sexta-feira, 13 de março de 2009

BEM AVENTURADOS OS HUMILDES DE ESPIRITO!

"Orgulho é o pecado central, gerador de inúmeros frutos que iremos analisar. Orgulho pode ser definido como conceito muito elevado que alguém faz de si mesmo, amor-próprio exagerado, altivez, empáfia, bazófia, soberba. Pode-se afirmar sem medo de exagero que o orgulho é a nossa principal enfermidade espiritual, ou melhor dizendo, o nosso principal pecado". (Ivênio dos Santos)

O orgulho é sobejamente a base de todos os outros pecados. Dante Alighiere em sua "Divina Comédia" comenta que em determinado ponto de sua viagem ao inferno, alguém lhe tocou a testa tirando-o a soberba e como resultado ele se sentiu mais leve! Verdade! O orgulho nos torna mais pesados, mais densos, ficamos mais complexos diante dessa doença no nosso coração que é afronta em relação ao próprio Deus, pois consiste na imagem do Diabo em contraponto à imagem de Deus dentro do ser humano! Em suma, nunca o homem parece-se tanto com o Diabo, do que quando ele alimenta essa des-graça chamada "orgulho"!

Não é a toa que Thomas Shepard em seu diário no dia 10 de novembro de 1642 escreveu: "Fiz um jejum pessoal, para obter mais clareza, a fim de ver toda a glória de Deus... e para obter a vitória sobre o orgulho remanescente em meu coração".

Não adianta, se não matarmos a raiz de orgulho quando ela se mostra pequena, nos tornamos reféns desse prazer que temos ao recebermos as louvações dos homens. Ora, receber elogios não é mau em si mesmo, o que é doentio é fazer as coisas para receber elogios! Temos de duvidar de nós mesmos quando encontramos tanto prazer nos aplausos das pessoas!

Temos de ter a postura de um ex-prefeito de nossa cidade, o Toscano de Brito. Um irmão de longa idade me disse que quando Toscano assumiu a prefeitura (ainda no período da ditadura!) foi muito aplaudido, e confidenciou então: temo muito os aplausos da chegada, eles na maioria das vezes são falsos!

É por ai... quem vive refém dos aplausos, já recebe a recompensa: aquele deleite bobo e passageiro, dos tapinhas nas costas, dos elogios tresloucados e ainda, de um conceito inatingível de si mesmo sendo dito por interesseiros que almejam benefícios próprios ao tecer tais considerações cheias de lisonja!

O desafio está posto em Mateus 5.3: ser humilde de espirito!

(a) Sendo humilde de espírito, Cristo será sempre precioso para você! Isso porque você reconhecerá sua miséria e falência espiritual, e Cristo preencherá o seu coração de favor e visitação sobrenatural para que você faça frente diante dos desafios tão extravagantes de nossa conturbada existência! Só é alguma coisa aquele que reconhece que em si mesmo é um nada ambulante.

Foi J. Calvino quem disse: "Só aquele que, em si mesmo, foi reduzido à nada, e repousa na misericórdia de Deus, é pobre de espírito". Socrátes dizia "eu sei que nada sei", mas repousava no benefício da dúvida em sua busca frenática pela verdade. Nós, os cristãos sabemos que não sabemos com a confiança inabalável de que nada na vida significa algo se Deus não consistir no nosso tudo!

(b) Sendo humilde de espírito, a graça de Deus será presente na nossa vida!

Tem um hino cuja letra é empolgante e abençoadora!

"Nada trago em minha mão, só na Tua cruz me agarro. Sim, tudo quanto me falta em Ti encontro, oh, Cordeiro de Deus, venho a Ti".

A pergunta que não quer falar é: o que o homem sem a graça de Deus? A graça ela dá dignidade a existência do ser humano, e isso a necessidade que temos desse princípio é clara e notória, sobretudo quando vemos as notícias dos telejornais! Ontem, por exemplo em Goiânia, um pai entrou num avião junto com a filha e precipitaram-se em direção a uma morte estúpida, violenta e tudo para punir a esposa com quem havia discutido momentos antes da tragédia!

Mundo Cão! Espaço para vivermos e defrutarmos da Graça!

(c) Sendo humilde de espírito, vamos trazer a realidade do céu para a terra.

O texto de Mateus 5.3 diz "porque deles é o Reino do Céus". Porque dos humildes "já é" o Reino... O céu já é uma realidade para quem reconhece sua pobreza espiritual, isos porque o Reino de Deus não é um lugar em primeira mão, é sim um estado de espírito. Já somos do Reino, embora ainda não estejamos no Reino.

Toda discussão teológica é cessada quando sabemos que o Reino de Deus já está entre nós (Lucas 17.21) e ele pertence aquelas que subitamente saberão discernir os tempos e aguardam novos céus e nova terra onde o governo do Senhor será estabelecido entre nós! Ora, vem Senhor Jesus!

Termino com uma citação de J. D. Pentecost: Que temos nós para oferecer a Deus? Nada. Que tem Deus para dar-nos? Tudo. O que faz que as riquezas de Deus sejam nossas? Um pedido de socorro, um grito de dependência, uma confissão de nosso desamparo. "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus."