"Deus, que de nada necessita, ama por toda a existência criaturas inteiramente supérfluasa para poder amá-las e aperfeiçoá-las". (C. S. Lewis)
Na iminência de voltar a pisar o santo solo haitiano leio esse pensamento no livro que estou lendo atualmente, "De volta à cabana" de C. Baxter Kruger, e fico absorto em imaginar o quanto Deus nos ama, a despeito de nossas fragilidades existenciais. Nossas esquisitizes interiores não são vis o suficiente para fazer com que o nosso amado Jesus vire as costas a nós a ponto de experimentarmos o que poderia chamar de "desprezo divino". Me encanta em pensar que quanto mais sou humano, mais sou amado! E, isso tem a ver com as minhas impressões a respeito do Haiti.
Nas duas últimas vezes que estive nesse que é o país mais pobre das Américas, fui incomodado com lágrimas teimosas que vinham justamente pelas cenas de pobreza extrema, gente misturado com lixo e dignidades enfeiadas, e tomei uma atitide no meu espírito: não ficarei apenas na contemplação! Penso que, salvaguardadas as devidas proporções, isso é o que estava na mente de Deus quando, na eternidade pensou em sua intervenção sobre a terra para liberar o caminho que o pecado havia bloqueado, a saber, a trilha que conduz o homem ao Seu coração amoroso. Deus poderia ter se calado, mas não fez! Ele abriu sua boca, revelou seu mais forte argumento, enviou o "verbo", enfim, movimentou com a força da graça as estruturas do universo.
E, saber que em sua vinda humilde facilmente identificamos a invasão do sobrenatural inexplicável a um mundo natural chafurdadaso e mal cheiroso, só podemos exprimir esse amor de uma forma louca: "que amor é esse?". Foim uma entrega apaixonada a uma humanidade que em sua gênese tem mais a ver com o Haiti do que com a Suíça, pois concordo com o bispo anglicano William Temple que vai dizer que a única contribuição que fizemos em relação à nossa salvação foii a entrega da nossa miséria! Não temos dúvidas que nossa pobreza é a essência da humanidade caida e, sem dúvida, se não fosse a graça de um Deus que se nivelou por baixo ao nos encontrar, estaríamos irremediavelmente perdidos.
Concluo que ir ao Haiti é como encontrar-se comigo mesmo em meu mais verdadeiro "eu". Enquanto vivo no conforto de minha rotina não sou autêntico. Por mais que seja franco, vez por outra represento um papel social, e os benefícios da vida em nosso país maqueia, minha fealdade, e isso narcotiza minhas neuras! Agora, no Haiti, desnudo-me daquilo que projeto apenas para os outros, enganando a mim mesmo.
Por isso penso que, independente de irmos ou não ao Haiti, é necessário que ele venha até nós e revele nossas falsidades e maquinações, e sobretudo ao nos desnudar, torna- nos mais gente, mais simples e sobretudo, mais livre! Somos pobres haitianos de alma que, por vivermos em um contexto superficialmente mais rico, facilmente pensamos ser mais do que realmente somos: pobres crianças de Deus!
É o que penso.
PS. As próximas postagens serão no trânsito ou no próprio Haiti. Vou em busca do que insisto em perder. E, em achando não quero voltar a perder! Vamos juntos?
quinta-feira, 12 de julho de 2012
terça-feira, 10 de julho de 2012
HAITI 2012! SONHANDO EM FAZER MAIS!
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para
que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. (Mateus 5.16)
Estive
no Haiti no ano do terremoto, 2010, o mais catastrófico de todos os tempos, que
dizimou a vida de 250 mil pessoas, deixando 1,5 milhão de desabrigados e 90 mil
órfãos. Chorei ao chegar ao país, olhando seu solo seco, montanhoso e escasso
de vida! Confesso que senti um forte cheiro de morte! Com o dia bem mais longo
do que o nosso por aqui, vez por outra me batia um desanimo (opressivo até) que
só saia quando orava! No fundo, uma voz que não se calava dentro de mim: “eu
posso fazer alguma coisa!”.
Chegando
ao Brasil, convoquei nossa igreja a sustentarmos um pastor local, o pr. Cledion
Solon da Eglise Weslleyanne, e o fizemos por dois anos! Ano passado estive
hospedado e pregando nessa igreja e percebi a claros olhos o avanço na
estrutura do trabalho físico e espiritual daquele rebanho tão sofrido!
Liderando um grupo de 18 pessoas visitamos orfanatos, realizamos uma semana de
conferencias bíblicas na igreja do pr. Solon e construímos o tempo da Eglise
Armee de Cristo, liderada pelo simpático pr. Danjour. Foi um tempo
indescritível, onde o Senhor confirmou que de fato eu poderia fazer alguma
coisa.
Agora,
em 2012, vamos juntos assumir um compromisso ainda maior: vamos levar um grupo
menor (15 pessoas), ficaremos menos tempo (10 dias) e vamos trabalhar mais,
pois realizaremos um “Congresso Jovem” na sede da Convenção das Igrejas
Batistas Haitianas, visitaremos orfanatos e igrejas com atividades voltadas
para as crianças com entrega de kits de doces e pipocas e ainda construiremos
uma creche escola com a obra orçada em 11 mil dólares!
*
Ore para o Senhor enviar mais recursos financeiros, pois precisaremos levar aqui
do Brasil algo em torno de R$ 40000,00 (quarenta mil reais).
*
Ore para que o Senhor nos dê tempo bom (sem chuvas) para a nossa construção, e
também para que haja harmonia entre a nossa equipe e os irmãos haitianos em
nosso projeto.
*
Ore pela proteção espiritual da equipe. Não podemos nos esquecer de que há uma
herança espiritual pesada naquele país. Mas creio que já somos “mais do que
vencedores”.
*
Ore pelos nossos familiares que vão ficar no país. Alguns deixarão filhos e
cônjuges confiados na promessa de que Deus cuidará dos seus. Ajude-os em
oração!
Estaremos saindo daqui do Brasil na madrugada da próxima segunda feira, 16/07 e chegando aqui no Estado do Rio de Janeiro na manhã do dia 27/07. Serão dez dias de "imersão cultural" e serviço aos nossos irmãos haitianos!
Você pode nos ajudar: em oração (o mais importante de todas as ajudas!), ofertando (Bradesco, Ag. 0459-6, C/C 28972-8) e mantendo-se informado. Direto do Haiti ou no percurso estarei postando artigos nesse blog para manter informado nossos amigos e apoiadores no Brasil do que Deus estará fazendo em nós e através de nós!
Vamos juntos ao Haiti?
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