sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

QUAL TEM SIDO O SEU LEGADO?

Em minha primeira postagem pós férias, quero pensar sobre a importância de deixarmos um legado para as futuras gerações. Me pus a pensar nas verdades expostas no Salmo 37.24,25 que Eugene Peterson assim traduzia em sua "The Message":

25-26 Antes eu era jovem e agora sou um velho de barbas grisalhas — mas nem uma única vez vi o homem temente a Deus ser abandonado, ou seus filhos perambulando sem rumo pelas ruas. Ele sempre tem para dar e emprestar, e seus filhos o deixam orgulhoso.

O que vamos deixar de permanente para nossos filhos e netos? Há muitos que, se preocupam e por conta disso estão sinceramente equivocados, de que são obrigados a deixar recursos financeiros e bens materiais de todas as espécies, mas cada vez mais estou convencido que essa constatação óbvia de Davi perto do fim de sua vida, continua sendo a mais importante dádiva que podemos deixar para a posteridade: "nem uma única vez eu vi o homem temente a Deus ser abandonado, ou seus filhos perambulando sem rumo pelas ruas".

Esse é um dos textos mais citados de toda a Bíblia, e talvez figure entre os mais incompreendidos. Isso porque conhecemos vários homens e mulheres que são justos, ao menos em nossos próprios olhos, mas que passam por necessidades prementes. Mas, deve-se prestar atenção que o texto não aborda que não possa existir justos abandonados pelos homens, mas diz que Davi nunca "viu" isso!

Em outras palavras eu creio que o cerne está no verbo "ver", isto é, Davi não viu, porque quando ele estava diante de alguém assim ele logo assistiu!

Embora não tendo sido perfeito, e alguns dos meus leitores devem se lembrar de Urias, que foi bem mais justo que qualquer soldado, no episódio que culminou em sua morte, para que sua esposa, Bate Seba fosse tomada por Davi. O que salta aos olhos, mesmo nesse episódio, registrado em II Samuel 11, que quando ele foi repreendido pelo profeta Natã, logo houve o reconhecimento: "Pequei contra o Senhor", II Samuel 12.13.

Com Davi aprendemos que, mesmo de modo limitado não podemos "ver" nenhum justo desamparado, sem sermos canais de consolo e de ajuda, para que nossos descendentes nos vejam como generosos, e precisamos entender que a descendência do justo é mantida assistida por outras descedências de justos! Enfim, o bem que você faz hoje, amanhã seu filho fará para outros filhos de outros pais!

E a fala lacônica de um comentarista bíblico continua ecoando em minha mente, quando me apercebo da necessidade de sermos espelhos para os nossos filhos e netos:

"As gerações que nos sucedem estão à procura de modelos, de exemplos do que significa envelhecer na graça de Deus... No entanto, quando aqueles que estão mais velhos fingem que não o são, ou admitem sua idade, mas (supondo) que significa desistência, ou passar a viver dedicados a si mesmos, e se divertirem, o que acontece é que todo o mundo sai perdendo. Quem, afinal, serão os instrutores, os exemplos para os milhões que sabem que algum dia vão ser mais velhos também?
Quem vai dar direção? Quem vai mostrar o pensamento e a vontade de Deus em relação a isso, quando disse: "Até a vossa velhice eu serei o mesmo, e ainda até as cãs eu vos carregarei? (Isaias 46.6)."

Mas, onde estão os homens que se levantarão para deixar marcas visíveis nas vidas de seus filhos e netos do valor do cuidado em relação aos desamparados de nosso tempo? Onde estão os velhos que vão reconhecer "fui moço e agora sou velho", isto é sem tentar maquear a velhice com trejeitos joviais? Onde estão os abençoadores de nossa geração, que vão contribuir para a paz em nossas cidades? Onde estão os referenciais de nosso tempo, os modelos de "boa conduta", que são dignos de serem imitados? Onde estão?

Repito a pergunta: "Onde estão?".