sexta-feira, 17 de julho de 2009

FALE MENOS E VIVA MAIS PARA DEUS!

"Ruína? Não, pois Deus está no trono e há pessoas dispostas a ouvir e obedecer! Não importa quão sombria seja à hora, as estrelas ainda brilham; mas temos de levantar os olhos para vê-las. Sou realista, mas não pessimista. Depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que a palavra que melhor descreve a situação atual da igreja é opróbrio e tenho a impressão de que muitas pessoas concordam comigo. O nosso problema não é o público haver descoberto, de repente e para o constrangimento dos cristãos, pecadores na igreja. Não, há muito tempo que o público sabe que há pecado na igreja; e, seja como for, ela tem sobrevivido. Os cristãos não são um grupo de pequenos alunos que coram quando apanhados em flagrante a infringir as regras. Mais parecemos um exército derrotado, despidos perante os nossos inimigos e incapazes de replicar por eles haverem feito uma alarmante descoberta: a igreja está desprovida de integridade."

Acima postei uma longa citação do livro fantástico de Warren W. Wiersbe, "Crise de integridade" que li ainda no meu tempo de seminário (há exatos 14 anos!!!). O seu texto continua infelzmente bem atual e pertinente ao contexto que vimos vivendo atualmente. Ontem eu dei prosseguimento à exposição do Sermão do Monte em nossa igreja com uma sensação de que um clima de denúncia celestial estava acontecendo ali.. pude ver nos rostos de cada membro da congregação (dentro e fora do templo!) semblantes carregados da mais pura consternação em relação a um fato que se torna cada vez mais inescapável: estamos perdendo como igreja a credibilidade diante dos homens!

Jesus no texto de Mateus 5.33-37 questiona um costume que já estava se solidificando na sociedade judaica de pura e simplesmente usar o nome de Deus como uma espécie de "fiador celestial de pendências espirituais". Daí o Senhor ao trazer o verdadeiro sentido da lei de Deus considerar as seguintes linhas de pensamento: ora, Deus é soberano, e mesmo que o seu nome não seja citado tacitamente, ninguém pode e deve jurar quer seja em nome dos céus, da terra ou colocando a si mesmo como testemunha! Isso porque Deus preenche todos os espaços e segmentos de nossa vida! Toda palavra empenhada tem o próprio Deus como testemunha, e a repetição do seu nome em vão é sem dúvida, desobediência clara ao terceiro mandamento: "não tomarás o nome do teu Deus em vão" (Exodo 20.7).

A nossa fala como cristãos deve ser tão pura e cristalina, que caso seja "sim" o que queremos dizer, que seja simplesmente "sim", e caso seja "não", seja simplesmente "não". A palavra do cristão não pode conter "notas de rodapé", explicações desnecessárias, quando abrimos a boca precisamos ter certeza de que o que vamos falar servirá para edificação daqueles que nos ouvirem, Efésios 4.29. Alguém já disse: "fique calado ou diga algo mais precioso do que o silêncio". Quem fala muito erra muito, há vários provérbios e histórias nesse sentido, de pessoas que perderam sua credibilidade por não serem econômicos no falar.

Tenho para mim que precisamos aprender a sermos monossilábicos. Falando brevemente. Considerando cada tom de nossa fala. Fui surpreendido e tocado com o que li de John Stott comentando essa porção bíblica: "Nós não nos contentamos em dizer que passamos horas agradáveis; temos de descrevê-las como "fantásticas" ou "fabulosas" ou até mesmo "fantabulosas" ou qualquer outra invenção. Mas quanto mais recorremos a tais expressões, mais desvalorizamos a linguagem e as promessas humanas. Os cristãos deveriam dizer o que pretendem e pretender o que dizem. Nosso "sim" e "não" sem adornos deveria ser o suficiente. E quando um monossílabo é suficiente, por que perder tempo e fôlego acrescentando algo mais?"

A igreja não pode se rotular como a que "fala muito da Palavra", mas sim deve buscar ser aquela que se dispõe a "viver muito da Palavra". É fato que o nosso nome não anda bem nas manchetes dos principais jornais, não somos dignos de tão grande credibilidade em nossa socieade devido aos sucessivos escândalos envolvendo igrejas e personalidades evangélicas, mas é fato que nem tudo está perdido, e ainda há homens e mulheres que, em obediência ao texto bíblico perseguirão o ideal de falarem menos para agirem mais! Que o Senhor Deus nos tome pela mão e nos silencie a cada momento.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ENCARANDO A MORTE COM OS OLHOS DE JESUS!

Tivemos nesse inicio de semana duas experiências muito fortes a respeito da morte. No fim de semana velamos uma jovem de 21 anos, que havia sido membro de nossa igreja há quase cinco anos atrás que, supostamente fôra assassinada na cidade de Niterói, aqui no nosso Estado, e na segunda velamos uma senhora de 57 anos consumida por um violento câncer que começou nas mamas e alastrou-se com rapidez pelo corpo.

Duas experiências antagônicas e fortíssimas. Nenhuma das duas eram membros de nossa igreja, mas acolhemos os familiares com uma recepção simples, amigável e espiritual. Todas tinham parentes membros de nossa igreja, entre tia, filho e nora. Sentimo-nos responsáveis. E, além disso realizamos dois cultos fúnebres (um domingo às 9:00 e outro terça às 12:00)!

Fico pensando que na realidade, na vida nós somos todos combatentes pela sobrevivência. Nascemos já na iminência de morrer, mas lutamos contra isso o tempo todo. Por mais que saibamos que a morte vive entrando na vida tentamos despistá-la com remédios, exercícios físicos e outros narcóticos, bem como sempre consideramos a séria possibilidade de nosso dia de encarar a morte estar mais longe em nosso horizonte existencial.

Robert Murray MacCheyne, um pregador brilhante do século XIX que inclusive morreu bem jovem disse certa vez que a doença rodeia o homem, não poupando famílias, ricos ou pobres, algumas vezes pega o jovem, outras o velho, enfim, tenho crido que a morte é a maior expressão do governo de Deus na terra, isso porque ela quando vem, chega arrebatadora e leva os vivos a uma séria reflexão.

Foi o sábio Salomão quem disse: (Eclesiastes 7:2) "Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração".

Eu penso que está na hora de pararmos de usar meios termos a respeito da morte. Ela é real e pode estar próxima de mim ou de você! Todos queremos viver, mas para viver é preciso saber morrer! Estar preparado para a vida não é saber de tudo para se ter uma vida feliz, é sim, estar atento aos sinais divinos para saber morrer com dignidade!

Precisamos aprender a refletir sobre a inconsistência de nossas vidas, sobretudo se o nosso coração não está suficientemente enchargado do amor de Deus e não temos cumprido a nossa missão nesta terra que é a de viver para nos satisfazermos em Deus. Li um artigo do Rubem Amorese e ele lança uma questão muito preocupante: ele analisa algumas questões de fundo existencial em relação ao distanciamento de nossa alma de um contato mais intimo com Deus através da oração e comunhão com Deus.

Ainda nessa linha ele sintetiza o seu pensamento com uma frase denunciatória: "Talvez tenhamos perdido a capacidade de nos satisfazer em Deus!". Preocupante, forte, contundente, provocante, talvez tenhamos de fazer como John Donne, o pastor-poeta protestante do sec. XVII que certa feita resolveu dormir por um pouco de tempo num caixão com o propósito de disciplinar a mente e a alma sobre as maiores questões da vida e da morte.

Roberto Carlos aconselha: "é preciso saber viver". Eu o retruco: "é preciso saber morrer!". A vida passa com uma rapidez incrível e a pergunta que não quer calar é: "onde você passará a sua eternidade? Com ou sem Jesus!". Isso não é uma questão de sentimentos ou de uma fé meramente subjetiva, é questão de vida ou morte. O que você vai escolher?