sexta-feira, 19 de março de 2010

AMO O SEMINÁRIO DO SUL... MAS CONTINUO DISPOSTO A NÃO PAGAR A CONTA!

Meu artigo postado continua recebendo comentários diversos... não sou de "responder" por aqui, porque acredito no uso do blog para minhas reflexões e respostas de leitores tanto favoráveis quanto contrários às pobres linhas que escrevo, agora, preciso apenas retomar a fala do Sr. Tiago Barbosa que julgo ser um ex-aluno do STBSB francamente preocupado em defender a lisura e a ética dos neo-liberais em nossa denominação que crescem, mas que ao mesmo tempo não se tornam referência pela falta de coragem e consistência em deixar as fileiras dos "batistas bíblicos" para organizarem suas igrejas que seguem o rigor da interpretação histórico-critica!

O espaço de minha fala foi pontuada nas sugestões de vender parte do patrimônio do STBSB para saldar dívidas reais da instituição. Considero demoníaco a possibilidade de termos ofertas missionárias desviadas para suprir esses rombos e reitero o projeto que tenho em minha "cachola" de transformar o Seminário do Sul, e não a famigerada Faculdade Batista, em um centro de pós graduação e atualização pastoral para aqueles que, como tantos de nós, amamos a Bíblia e o verdadeiro evangelho.

Olha, dizer que os reformados não fizeram nada pela abrangência do Reino de Deus é "reducionismo histórico" e os que nos atacam com suas críticas destemperadas deveriam pegar suas surradas Bíblias (já desbotadas e tendo várias páginas arrancadas pela tal "alta crítica") e formar sua denominação, tipo "Batista Livre". Duvido que eles sobreviveriam sozinhos!

quinta-feira, 18 de março de 2010

EU AMO O SEMINÁRIO DO SUL! MAS, NÃO VOU PAGAR A CONTA!

"para que o Senhor teu Deus nos ensine o caminho por onde havemos de andar e aquilo que havemos de fazer.". (Jeremias 42.3)

O Seminário do Sul faz parte da minha história de vida e de família. Entrei nos seus portões pela primeira vez em fins de 1992 para prestar vestibular e inicio de 1993 para estudos contínuos até o término do meu bacharelato em 1996 e inicio do meu mestrado (inacabado) em 1997. Conheci minha esposa, Débora no STBSB e me casei para morar 1 ano e meio nas dependências do inesquecível 30! Ah! fui morador também, enquanto solteiro do famigerado 19! Anos de muita amizade, conhecimento e preparação para um ministério que iniciei ainda no segundo ano de estudos (1994) ao assumir o pastorado aqui da Igreja Batista Central em Japuiba, em Angra dos Reis, RJ.

Dizer que o meu amor aquela instituição é digitação de palavras saudosas e algumas vezes até mesmo repetidamente emocionais! Mas, o que propõe ao escrever esse artigo é um alerta em relação ao atual momento que passa o "seminário do sul" e uma resposta à provocação de alguns alunos, apoiados pela atual direção em chamar atenção da denominação para uma campanha ao meu ver sincera, mas ingênea de salvar o seminário de dívidas astronômicas com ofertas de igrejas e pastores e repasses de verbas de organizações auxiliares da Convenção Batista Brasileira.

Digo e repito que a campanha "eu amo o seminário do sul" (http://www.euamooseminariodosul.blogspot.com/) é ingênua e infantil por que certamente não serão as parcas doações de crentes sinceros que saldarão as dividas e nem tão pouco elas serão suficientes para tornar "economicamente viável" uma instituição centenária, mas que amealhou ao longo dos anos erros de gestão, apadrinhamentos denominacionais e que hoje convive em uma encruzilhada em ser uma "casa de profetas" ou uma "casa de profissionais da religião".

O seminário do sul começou os novo milênio no desejo de se tornar "faculdade", uma referência no ensino de uma teologia presa aos rigores de um MEC cada vez mais neo-marxista e liberal em sua proposta de ver os vários ramos da boa reflexão bíblica. Professores sem o "pedigree" acadêmico foram demitidos e em seu lugar temos homens e mulheres afinados ao dicurso do "teologicamente correto", que bebem nas fontes de autores que pensam a teologia a partir de seus pressupostos histórico-crítico-sociais.

Como resultado desse "avanço", o seminário ainda teve de amargar uma dolorosa e incômoda herança de seu passado, onde suas contas eram aprovadas apenas com a postura, infelizmente comum no meio batista de "tapar o sol com a peneira" e esconder déficits e tentar maquiar superávits. Na realidade, o que se sabe sobre tudo isso está no campo da especulação, e não vou me ater a dados específicos pois não os tenho em mãos e, o meu propósito nesse artigo é chamar a atenção para meus leitores de que, esse é um tempo de arrependimento em meios batistas!

Não adianta amados seminaristas e lideranças do CADS (centro acadêmico do Seminário do Sul) apelar para os pastores ex-alunos do STBSB ou para a direção da CBB algum tipo de ajuda! Os recursos para salvar o seminário não podem ser resultados de desvios de outras instituições, e eu tremo só de pensar na possibilidade, espero que seja irreal de remanejamentos de ofertas missionárias, mas sim de esforços frios para revitalizar o espaço teológico de nossa denominação.

Por isso, que eu proponho:

01) Que o STBSB feche seus cursos esse primeiro semestre para um balanço real da crise.

02) Que o Conselho da CBB avalie a possibilidade real (sem emocionalismos bairristas) de vender outra parte de sua propriedade para pagamentos de funcionários e outros débitos.

03) Que os alunos de bacharelato sejam remanejados para seminários de suas regiões de origem, e que o Conselho da CBB elabora uma grade comum para formação de pastores e sugira o cumprimento de uma porcentagem dessa grade para fins de ordenação (em acordo com a Ordem dos Pastores).

04) Que o STBSB reabra para cursos de pós graduação e atualização pastoral, com uma estrutura mais enxuta e hábil para esse fim. No inicio contanto com professores locais (identificados com o pensamento batista convervadoramente bíblico sem preocupações do MEC).

05) Que o Conselho da CBB entenda que formação teológica não pode ficar atrelada a instituições denominacionais que sugam recursos e que são administradas há anos apenas como órgãos do sistema, e não formadoras de pensamento bíblico.

Precisamos parar a fim de entendermos que a organização criada por Jesus para abalar o mundo não foram seminários, e sim IGREJAS. E, elas precisam ser ouvidas, valorizadas desde o inicio dessas questãos e não apenas agora quando são chamadas para "ajudar a pagar a conta" de débitos do passado!

Termino com uma história que ao meu ver tem tudo a ver com o nosso STBSB:

Certa vez um homem olhava da frente de sua casa enquanto uma tempestadade passava pelo belíssimo jardim. Embora não houvesse ventos fortes, sua árvore predileta caiu com um estrondo inesperado. Depois da chuva, ele foi até o olcal para ver por que havia caido. Para sua surpresa, o tronco estava corrompido no centro. Então, lembrou-se de como, quando garoto, havia irresponsavelmente desferido um golpe na árvore com um machado. O tronco depois se recuperou, mas não antes da infiltração de uma pequena quantidade de água que desencadeou um processo de deteriozação que chegou ao centro da árvore e caiu sua queda.

Me parece claro a aplicação: não foi a tempestade (crise mundial, dívidas de administrações passadas, débitos sérissimos com professores e funcionários, descréditos de pastores e igrejas da CBB) que derrobou o STBSB, foi sim aquela "pequena infiltração", algo que já havia há um bom tempo e ao meu ver, começou quando o seminário (sua direção) desejou ser como as outras faculdades do mundo (leia-se regulamentação do curso no MEC) deixando de depender apenas do Senhor e dos seus métodos de ensino.

Essa é a minha opinião.

segunda-feira, 15 de março de 2010

PERDÃO. DÁ PARA ENCARAR?

"O perdão do Cristo ainda não consegui sentir". Com essa frase a viúva do cartunista Glauco, falecido na semana passada sintetizou a dificuldade humana de expressar uma das mais poderosas decisões que uma pessoa pode tomar: a de perdoar.

O perdão é uma abertura de grilhões, onde a alma é desafogada de suas tragédias e a vermelhidão da dor é compensada pelo alívio gracioso da intervenção sobrenatural de um Deus especialista em conceder reparação de danos que a amargura insiste em plantar no coração do homem.

Fico pensando também no jogador do Chelsea, Terry que provocou a dor no seu companheiro de profissão ao "dormir" com a sua mulher, uma modelo famosa, e fico imaginando aquele gesto de não estender a mão ao traidor como uma reação natural diante de uma ofensa inimaginável. Eu perdoaria? Por mim mesmo, não. Mas, Cristo me dá outro exemplo. Ele perdoaria.

O que sentiu Jesus ao ver Judas liderando o pelotão de soldados e guardas armados até aos dentes para capturá-lo como um criminoso de alta periculosidade? O que veio em sua mente quando ele foi beijado? O que levou o homem perfeito a perguntar ao seu algoz, o desgraçado Judas, com um "amigo, a que viestes?" segundo o evangelista Mateus? Não tenho dúvidas alguma em afirmar que Jesus não permitiu que o seu coração azedasse por conta de qualquer sentimento nocivo, ele optou pelo perdão, porque somente essa nobre decisão humana pode liberar o espírito de sofrer aquilo que eu chamaria de "morte à conta-gotas".

Isso, a falta de perdão é uma "morte à conta-gotas". O ressentimento é uma tortura a que nos submetemos quando, no calor da traição, desejamos o mal do outro a qualquer custo, sem quaisquer pensamentos refrescantes que são frutos de um tempo de espera enquanto se aguarda uma intervenção, uma voz, um sinal que seja do alto a dizer ao nosso interior: faça como eu, perdoe, para evitar o sangramento da alma!".

Jesus tem muito a nos ensinar, e tenho para mim que a viúva do Glauco, embora esteja tremendamente equivocada em sua prática de fé, o Santo Daime, consiga por graça divina alcançar o entendimento que somente a verdade do evangelho pode proporcionar ao ser humano: o perdão vem de Deus e quando ele chega fica inviável alimentar no peito outro sentimento a não ser o do alívio, resultado do "Cristo em nós, esperança da glória".

Termino com a citação de um texto da carta de Paulo aos colossenses, quando o apóstolo Paulo exalta a pessoa de Cristo colocando-o no lugar que Ele sempre precisa estar, no centro de toda expectativa humana de bem-viver e de segurança para a nossa alma carente de perdoar e de ser perdoada:

(Colossenses 1:20) - E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus.