sábado, 24 de maio de 2008

CALICE DA SEDE POR VINGANÇA!

“Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas daí lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor. Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. (Romanos 12.19-21)

Um fato que chamou a minha atenção nessa semana foi do caso do delegado morto na semana passada, no Recreio dos Bandeirantes. Na resolução do caso, um triste veredicto: tudo na realidade não passou de uma ação isolada de um homem apenas, que nutria ressentimentos por ter sido preso por Iandorno há cinco anos atrás. Isso mesmo, algo premeditado por cinco anos! De fato, estamos diante de um caso de um homem, que acabou sendo executado por policiais, que bebia todas as noites um cálice de sede por vingança e que, quando teve oportunidade, não titubeou, cumpriu o seu macabro cronograma.

Alexandre na realidade já estava morto, era uma espécie de “morto-vivo”, tudo pela sede de vingança que não o deixava viver, desfrutar do aconchego dos seus, recuperar o seu prestígio como profissional, enfim recuperar sua estima como homem, como gente. Em sua casa foi encontrada uma lista, com nomes de outras que segundo ele, seriam vítimas de seu plano diabólico de vingança a qualquer custo.

Somente o perdão poderia liberar Alexandre de sua existência mórbida. O que me impressiona é que ninguém nem se lembrava mais de Alexandre, o caso já havia sido prescrito, não sei ao certo se ele era culpado ou inocente no caso, mas a vida dele não precisava ter terminado assim. Ele levou para o túmulo a sua versão a respeito do assunto, e o que é pior, foi dessa vida como um assassino frio e calculista que não mediu esforços em matar a quem, supostamente, o havia prendido inocentemente. Quem é inocente nesta história? Ninguém. Absolutamente ninguém.

Quero neste artigo meditar com você que somente a cruz de Cristo pode apagar da mente do homem a dor de uma desilusão a ponto de não transforma-lo em roteiro para uma sede de vingança que é sorvida diariamente como que num cálice com cheiro de morte. Em Hebreus 4.16 encontramos um convite muito pertinente para todos aqueles que, por terem pendências com pessoas, não estão conseguindo buscar em Cristo a cura chamada “perdão”, apenas estão guardando no peito a arma da “vingança”:

“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.” (Hebreus 4.16).

Dr. David Seamands, em um precioso livro de título “A cura das memórias” expõe esse texto comentando que a cruz de Cristo significa em grande plano o fato de ele ter morrido para perdão dos nossos pecados, mas também há um outro aspecto da sua morte que não podemos desprestigiar, pelas palavras dele, “Ele não só trouxe purificação das lembranças culposas de nossos pecados que pesam sobre a nossa consciência, condenando-a; mas também trouxe cura para aquelas memórias penosas que surgem dentro de nós para atormentar e escravizar a nossa personalidade”.

Entendo esse ponto como redentor para muita gente. Não adianta viver saboreando o cálice amargo do ressentimento, tramando uma vingança que poderá sem duvida, virar-se contra você, sem dúvida, em todas às vezes, é melhor experimentar a doçura do perdão, e viver uma vida sem tramas de morte, e respirando o ar puro do recomeço, sorvendo sim, o cálice da alegria, essa que o mundo não pode roubar de quem já conhece a Jesus.