Como percebo que o assunto é ainda bombástico, embora tenha farta base bíblica e faça parte da nossa rica herança judaico-cristã, vou me ater a alguns outros esclarecimentos que julgo serem necessários para a compreensão correta desse principio-valor tão necessário para o nosso contexto eclesiástico:
01) O dízimo, além de uma oferta de amor é uma questão de obediência, pois há vários textos no Antigo Testamento e no Novo Testamento que comentam de dízimos e contribuições que eram e sempre foram solicitadas para o bem estar da obra de Deus.
02) Acerca dos abusos relacionados ao mau uso do dinheiro entregue no contexto da igreja local, eu sei que há sim... eu nem coloco ai em questão as ofertas dadas a tele-evangelistas, pois você mesmo sabe que sou críticos deles, eu falo em contextos de igreja, sobretudo da igreja a que o crente é filiado!
03) Mas, eu não encontro base bíblica para o desvio de dízimo quando se imagina que o mesmo não esteja sendo bem aplicado por algumas razões, dentre elas: o dízimo é dado ao Senhor (e não com vistas a ser administrado pelo próprio dizimista!); o dízimo é uma contribuição para o culto do Senhor e para as obras que a igreja estiver envolvida, deduzo isso ainda no contexto do Antigo Testamento quando ao tratao de Deus para com a tribo de Levi que não teria terra em Israel, pois o Senhor estaria sustentanto e no Novo Testamento quando diz que "é digno o obreiro do seu salário"; e ainda pelo fato de que se o crente não está satisfeito com o uso do dinheiro deve questionar publicamente a liderança (isso em Assembléia de Membros) e caso não seja atendida deve procurar uma igreja mais idônea, ao meu ver este é o processo! E sem contar que Malaquias 3.10 diz para entregarmos o dizimo na "casa do tesouro", me parece que essa é uma expressão que diz respeito à igreja e não a uma ONG ou qualquer instituto que presta serviços sociais.
04) O dizimo nunca foi uma espécie de "imposto de renda para financiar o templo", amada, há menção da entrega do dízimo no contexto pré-mosaico, em Genesis 14.20, quando Abraão, o Pai da fé (por que será, que logo alguém que tinha fé, né?) entregou o seu dízimo ao sacerdote Melquisedeque (cujo nome significa, não por acaso, "rei da justiça"). Tudo é simbólico e forte odízimo deve ser entregue em um contexto de fé (se tiver dúvidas se ele vai fazer falta ao seu orçamento é melhor não contribuir) e em uma atitude de justiça, por isso que o dízimo é medido em porcentagem (10%)para que tanto o pobre quanto o rico tenha o privilégio de colaborar com os santos!
04) Na igreja primitiva o mesmo procedimento a respeito do dízimo, isto é, sendo entregue em um contexto de gratidão encontramos. Não há discrepância entre o Antigo e o Novo Testamentos nesse ponto também. E digo que Jesus não precisaria falar novamente em dízimo, isso porque em tese esse assunto já era absoluto no seu contexto histórico, ele reforça no texto que eu cito no artigo justamente isso, deve-se buscar a piedade, a integridade sem omitir o que é normal num adorador convertido, a entrega do seu dízimo!
05) O fato dos irmãos que vendiam tudo o que tinham não foi citado por mim, porque isso não caracteriza entrega de dízimos, mas foi uma reação (até mesmo exagerada!) dos primeiros cristãos que, acreditando que o Senhor Jesus poderia voltar à qualquer momento, logo foram se desfazendo dos bens para desfrutarem daquilo que para eles seria imediato, o arrebatamento da igreja.
06) O dizimo é mais do que didática para o crente administrar o seu dinheiro, melhor do que isso temos cursos por ai, eu mesmo indicaria alguns, que ajudam os crentes a controlarem seus orçamentos e tudo o mais... Dízimo é expressão de fé e contentamento com Deus e alegria em contribuir para o alargamento do Reino de Deus através de uma igreja local.
Na realidade, em suma, eu posso concluir que está certo quem pensa que o Novo Testamento não fala muito de dízimo. Sim, concordo. O Novo Testamento fala da entrega completa do crente a Deus, sem melindres e sem desculpas. Quem não se entrega ao Senhor por inteiro acha difícil contribuir com 10%! Quem se entrega por inteiro, dá o dizimo, ofertas e a sua própria vida ao serviço do Mestre! E, para repetir o tom do artigo sobre o não-dizimista, ainda fala consigo mesmo: "vou deixar de ser parasita!".
É o que penso e ensino.
14 comentários:
Querido irmão, a paz do Senhor Jesus Cristo!
Gostaria de lhe convidar para visitar no meu blog um pequeno testemunho sobre o assunto dizimos
http://fimdosdiasnaterra.blogspot.com/2010/03/testemunho-de-um-ex-dizimista.html
Desde já oro que o Altíssimo possa lhe trazer entendimento sobre este assunto.
Anderson
Blog Fimdosdiasnaterra
muito bom seu texto mas carece de uma analise de cada parte citada pelo senhor, pois cada passagem biblica citada tem seu proprio contexto
vamos analisar seu texto por partes
01) O dízimo, além de uma oferta de amor é uma questão de obediência, pois há vários textos no Antigo Testamento e no Novo Testamento que comentam de dízimos e contribuições que eram e sempre foram solicitadas para o bem estar da obra de Deus.
Bem no novo testamento nao vejo nas cartas em nenhuma delas Paulo OU algum dos apostolos ratificar tal pratica para os crentes na nova aliança
vamos para o ponto 2
02) Acerca dos abusos relacionados ao mau uso do dinheiro entregue no contexto da igreja local, eu sei que há sim... eu nem coloco ai em questão as ofertas dadas a tele-evangelistas, pois você mesmo sabe que sou críticos deles, eu falo em contextos de igreja, sobretudo da igreja a que o crente é filiado!
A igreja local e seus pastores ou presidentes ou coisa do tipo devem prestar contas sim de tudo0 que entra e como e gasto o dinheiro da igreja, vemos o apostolo paulo em algumas passagens biblicas que nao preciso citar pedindo a igreja que doou ofertas para os pobres que enviassem com o apostolo irmaos se quisessem para ver como era distribuido as doaçoes
Sobre o 3 ponto
O problema e que as igrejas cobram os dizimos como na lei, os ministros pagam dizimo dos dizmos conforme a lei porem quando o assunto e que parte dos dizimos recebidos na lei eram tambem repartidos entre os pobres e nescessitados, orfaos e viuvas a igreja se omite nesta questao, enquanto ministros e suas familias se beneficiam dos dizmos , membros desta mesma igreja em dificuldades nada recebem
vamos para o item 5
05) O fato dos irmãos que vendiam tudo o que tinham não foi citado por mim, porque isso não caracteriza entrega de dízimos, mas foi uma reação (até mesmo exagerada!) dos primeiros cristãos que, acreditando que o Senhor Jesus poderia voltar à qualquer momento, logo foram se desfazendo dos bens para desfrutarem daquilo que para eles seria imediato, o arrebatamento da igreja.
Só uma observaçao sobre os irmaos que vendiam suas HERDADES , creio que eles vendia um bem que tinha de sobra tipo dois terrenos ,duas casas etc.
Com relaçao ao dizimo, quero DEIXAR BEM CLARO que nao sou contra a igreja receber dizimos, sou contra a forma como e cobrado, ensinado e aplicado , na graça nao temos obrigaçao de dizmar por medo do devorador,
Agora vamos para o testemunho da HISTORIA da igreja se tal pratica era aceita na igreja primitiva, vejamos; POR FAVOR ANALISE COM ATENÇAO!
muitos historiadores da igreja escrevem que o dízimo não se tornou uma doutrina aceita na igreja, durante mais de 700 anos após o Calvário. Os antigos pais da igreja, antes de 321 d.C. (quando Constantino tornou o Cristianismo uma religião legal) se opunham ao dízimo, considerando-o uma doutrina puramente judaica. Clemente de Roma (Ano 95), Justino Mártir (150), o Didaquê (150-200) e Tertuliano (150-220) se opunham ao dízimo. Até mesmo Cipriano (200-258) rejeitou a introdução do dízimo incluído na distribuição aos pobres.
De fato, os antigos líderes da igreja praticavam o ascetismo. Isso quer dizer que ser pobre era a melhor maneira de servir a Deus. Eles copiavam sua adoração conforme as sinagogas judaicas, as quais tinham rabinos que se auto-sustentavam, recusando-se a receber dinheiro para ensinar a Palavra de Deus (Ver Schaff - “History of Christian Church”, vol. 2, 63, 128, 98-200, 428-434).
Segundo os melhores historiadores e enciclopédias, 500 anos se passaram até que a igreja, no Concílio de 585, tentasse, sem sucesso algum, forçar os seus membros a dizimar. Mas não foi antes de 777 d.C. que o Imperador Carlos Magno permitiu legalmente que a igreja coletasse dízimos [É claro que a Igreja de Roma, a qual coroou Carlos Magno, foi quem ressuscitou o dízimo, por causa da sua desmedida ganância por riqueza material].
Clemente de Roma (c95), Justino, o Mártir (c150), Irineu (c150-200) e Tertuliano (c150-200), todos se opunham ao dízimo por ser estritamente uma tradição judaica. O Didaquê (c150-200) sancionava aos apóstolos itinerantes que ficavam mais de três dias e depois pediam dinheiro. Os viajantes que decidiam se combinar com eles viam-se obrigados de aprender um ofício. Os que ensinam o dízimo não citam as declarações destes pais da igreja que se opunham ao dízimo.
Cipriano (200-258) fracassou quando tentou impor o dízimo em Cartago, África do norte, ao redor do 250 DC. No entanto, quando se converteu, Cipriano entregou sua grande riqueza pessoal aos pobres e tomou um voto de pobreza. E – devemos recordar – suas idéias do dízimo não foram adotadas.
Quando os mestres do dízimo citam a Ambrósio, Crisóstomo e Agostinho, como os assim chamados "pais da igreja", por pura conveniência não incluem os primeiros 200 anos da história da igreja. Ainda, depois que o cristianismo foi legalizado, no século quarto, muitos dos grandes líderes espirituais tomaram votos de suma pobreza preferindo viver vida de solteiros em monastérios. Se é que vão citar a estes mestres do dízimo, então a igreja também deve observar o tipo de vida que eles viviam.
Ainda que estejam em desacordo com seus próprios teólogos, a maioria dos historiadores da igreja escreve que o dízimo não chegou a ser uma doutrina aceita na igreja por mais de 700 anos após a cruz. De acordo com os melhores historiadores e enciclopédias, não foi senão até após 500 anos que o concílio local da igreja de Macón, na França, no ano 585, tentou, sem sucesso, impor dízimo sobre seus membros. Não foi senão a partir do ano 777 que Carlos Magno permitiu que a igreja, por aval de lei, pudesse recolher os dízimos.
A IGREJA CRISTÃ PRIMITIVA NUNCA COBROU DÍZIMOS!
Isso deve ficar muito claro para se evitar os costumeiros equívocos.
Vamos lá:
a) 1Cor 16:1-2 nos mostra que as contribuições eram recolhidas no primeiro dia da semana daquilo que os fiéis conseguiam poupar para tal - Tal valor era enviado para sustentar os pobres da Igreja de Jerusalém e nada se refere a serviços sacerdotais.
b) 2Cor 8:13-15 nos mostra que o objetivo das contribuições é o da igualdade social. Trata-se, pois de um princípio redistribuição de recursos. Os que possuem mais doam para os necessitados.
c) Justino confirma plenamente a prática comunitária cristã vista no item "b" quando afirma: "e aqueles dentre nós que possuem bens ajudam a todos os necessitados, e ajudamos sempre uns aos outros."
d) Tertuliano, da mesma forma, esclarece a destinação dos recursos aos necessitados e mais - diferencia as contribuições voluntárias cristãs da seguinte forma: ". Embora entre nós exista um caixa comum, ele não é constituído por contribuições honorárias de honorária summa], como se fosse o preço de uma religião posta à venda."
e) Por fim, “o texto da Didaquê nos fornece a fundamental indicação:”. E quando o apóstolo vai embora, não o deixe levar nada além de pão até que ele se hospede. Se ele pedir dinheiro, ele é um falso profeta. ""
Meu irmao , quero deixar claro que nao sou contra o dizimo sou contra a forma como em muitas igrejas ele e cobrado, ensinado e aplicado , ja vi muita gente usar versiculos e textos fora do contexto para justificar tal pratica
Por que nas epistolas essa pratica nao e falada ou ratificada ? vemos paulo falando de ofertas,coletas,esmolas etc mas dizimos nao
Bom dia,
comecei a ler, achei instigante a discussão, mas foi interessante, digo recompensador ver a humildade do pastor Ezequias em se calar na tentativa de Carlos dar aula a ele.
Digo isto porque quatro anos num seminário como o do Sul, ou o presbiteriano, metodista ou católico, dá para aprender um bocado, digo é para entender bastante. E ter de ouvir sobre a patrística como se tivesse aprendendo...rsrs
Só para esclarecer, não conheço Carlos, mas conheço Ezequias, estudou onde estudo, concluiu seu curso com louvor, significa dizer que, quando alguém for o argumentar tem de ter um bom estudo e base para isso, significa dizer que de contexto bíblico entende.
Concordo com a posição de não imposição do dízimo, mas não entendo a revolta.
Igrejas sérias abrem suas contas de modo transparentes em assembleias,graças a Deus em Lídice nos assim o fazemos,para que tudo seja feito as claras e de acordo com as escrituras.
Vitor, de forma alguma quero dar aula para o pastor formado num dos mais bem conceituados seminarios, minha intençao e por em discursao os argumentos, para aprender mais e mudar ou melhorar meu entendimento da igreja e biblia, somente para debate para somar mesmo
Agora que nas epistolas pastorais,e gerais nao tem um unico versiculo falando do dizmio, vemos claramente ofertas,coletas,esmolas,comunicaçao, etc mas dizimos nao foi uma pratica da igreja PRIMITIVA nem pratristica, foi realmente adotado na igreja quando ela se paganizou com os papas-imperadores no ano 777 com carlos magno
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