“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”. (Mateus 7.21)
C. H. Spurgeon costumava pregar, uma vez por ano, "pelos seus órfãos". nesta grande reunião, muitos vinham ouvir o conhecido pregador e uma oferta era recebida para o sustento do orfanato. Após uma destas reuniões, quando ele deixava o prédio onde o serviço havia sido realizado, um indivíduo baixinho, "super espiritual", sem qualquer visão ou sensibilidade em relação à obra de Deus, o abordou e questionou: "Sr. Spurgeon, eu pensei que o senhor pregava e orava pelas almas perdidas e não por dinheiro!" A história relata que Spurgeon, solenemente, respondeu: "Quero que saiba, Sr. Fulano, que normalmente eu prego pelas almas perdidas e não por dinheiro, mas, meus órfãos não podem comer almas e, se pudessem, meu irmão, seriam necessários pelo menos quatro de seu tamanho para satisfazer-lhes a fome!"
Nem todos possuem, infelizmente, sensibilidade social! Há pessoas que pensam somente em si mesmas e são incapazes de olhar com carinho o outro, sobretudo o “outro que sofre”. Jesus sempre reiterou que o cristianismo é uma religião de prática e não meramente de conhecimento, repare no texto bíblico acima que ele diz: “aquele que faz a vontade de meu Pai”. Não basta ter vontade de fazer e não fazer, isso porque “de boas intenções o inferno está cheio”.
O nosso cristianismo precisa ser colocado em xeque se o mesmo não está produzindo atos concretos de ajuda ao próximo, transformação de maus hábitos e ajustes em relação ao passado recente. Não temos opção entre mudar ou não mudar. É preciso mudar! A nossa trilha no “caminho apertado” depois de passarmos pela “porta estreita” não nos deixa ter outra escolha a não ser renunciarmos nossos caprichos pessoais e partimos para uma vida altruísta e perdoadora. Quem perdoa se alivia de cargas pesadas do passado e vive com a alegria do novo nascimento em Cristo Jesus.
É muito comum encontrarmos crentes que não se aplicam na ajuda! São insensíveis a ponto de não dizimarem, dificilmente ofertam, não visitam os órfãos e as viúvas, e ainda são críticos em relação às iniciativas ministeriais da igreja. Eu fico a pensar: para quê serve a igreja? Não é para estar à disposição de quem precisa? Mas, e os que gostam de se aproveitar disso para angariar benefícios ilícitos? Eu respondo: a estes o Senhor Deus julgará! Temos de ter discernimento, fazer valer o nosso cuidado pelos recursos que Deus ministra a igreja, mas não podemos “fechar o nosso coração para o necessitado”.
Termino com a consideração feita pelo apóstolo João em sua primeira carta: “Filhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade”. (I João 3.18)
Façamos o bem sem olharmos a quem!
Um abração.
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