A porcelana é conhecida pela sua fragilidade, mas ao mesmo tempo ela é a junção de elementos bem resistentes. Seu valor é bem precioso, e há inclusive um site (http://www.porcelanabrasil.com.br/) que expõe algo sobre a sua história e o fascínio que ela exerce sobre colecionadores e admiradores de sua beleza.
Uma igreja é assim também, ao mesmo tempo em que é frágil, é preciosa aos olhos do seu dono. Não podemos em hipótese alguma, esquecermos que Jesus ao referir-se à igreja, Ele a chamou de “minha igreja”, isto atesta o seu nível de comprometimento com esse organismo vivo. (Mateus 16.18)
Viver em igreja é muito mais do que participar ativamente de suas atividades, ou compor o seu organograma de cargos e funções. Igreja tem a ver com relacionamentos que nasceram do alto, do trono de um Pai amoroso. Todos os membros da igreja do Senhor Jesus custaram um preço precioso: o sangue de Jesus. Logo, é muito importante jamais desprezarmos o valor da igreja em nossas vidas.
Joel Beeke vai dizer que só existe uma forma de criticarmos a nossa igreja, "com lágrimas nos olhos!".
Como porcelanas, estamos envoltos em uma tensão abissal, ora somos frágeis, ora somos fortes, o apóstolo Paulo pensou nisso quando disse “que o nosso poder está em nossa fraqueza”, (II Coríntios 12.9). Tenho para mim que a nossa força está em nossa fragilidade, e isso nos torna desmamados de nossa autossuficiência e de nosso sentimento de superioridade. Carecemos da graça de Deus em um mundo tão sem graça!
Toda igreja precisa apresentar-se em suas orações com o coração rasgado diante do Senhor. É notório que não somos perfeitos em nada, pelo contrário somos “rachados por natureza”, mas o nosso artista por excelência tem encontrado graça em si mesmo para nos abençoar. Nunca se torna demais examinarmos nos primeiros versos da carta de Paulo aos efésios, as riquezas do propósito eterno de Deus em fazer-nos igreja.
Nesta carta o apóstolo chama mais uma vez a congregação de crentes em uma igreja local, como "santos". Isso encanta tanto o coração dos verdadeiramente salvos que temos de concordar com Daniel E. Wray quando vai dizer que "não há qualquer grupo, qualquer movimento, qualquer instituição de qualquer espécie no mundo que possa se aproximar da glória, do esplendor, da beleza, da magnificência, da maravilha, da dignidade, da excelência, do resplendor da igreja de Deus".
Indubivalmente não temos como desconsiderar o fato de que em primeira análise, a igreja local compreende a reunião dos eleitos do Pai desde a "fundação do mundo", por conta disso trata-se de uma força impressionante que os crentes dispõem no "mundo espiritual" verem a si mesmos como resgatados e comprados por preço precioso, separados por nome e sobrenome desde a eternidade.
Somos igreja, e estamos vivendo ainda presos à temporalidade, mas nunca abandonando o senso de peregrinação que devemos ter, uma vez que um dia voltaremos de onde saimos: da eternidade com Deus! Somos de Deus e para Ele retornaremos um dia!
Essa é a nossa esperança. Não no sentido filosófico, como algo que se espera alcançar, mas no sentido bíblico, algo que já começamos a desfrutar!
PS. Esse artigo é em homenagem aos membros da "Igreja Batista Central em Japuiba", a nossa IBACEN, aqui em Angra dos Reis, RJ, que completa nesse mês seu "Jubileu de Porcelana", vinte anos de organização. Somos fortes, pois o Senhor é a nossa força!
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