Tivemos nesse inicio de semana duas experiências muito fortes a respeito da morte. No fim de semana velamos uma jovem de 21 anos, que havia sido membro de nossa igreja há quase cinco anos atrás que, supostamente fôra assassinada na cidade de Niterói, aqui no nosso Estado, e na segunda velamos uma senhora de 57 anos consumida por um violento câncer que começou nas mamas e alastrou-se com rapidez pelo corpo.
Duas experiências antagônicas e fortíssimas. Nenhuma das duas eram membros de nossa igreja, mas acolhemos os familiares com uma recepção simples, amigável e espiritual. Todas tinham parentes membros de nossa igreja, entre tia, filho e nora. Sentimo-nos responsáveis. E, além disso realizamos dois cultos fúnebres (um domingo às 9:00 e outro terça às 12:00)!
Fico pensando que na realidade, na vida nós somos todos combatentes pela sobrevivência. Nascemos já na iminência de morrer, mas lutamos contra isso o tempo todo. Por mais que saibamos que a morte vive entrando na vida tentamos despistá-la com remédios, exercícios físicos e outros narcóticos, bem como sempre consideramos a séria possibilidade de nosso dia de encarar a morte estar mais longe em nosso horizonte existencial.
Robert Murray MacCheyne, um pregador brilhante do século XIX que inclusive morreu bem jovem disse certa vez que a doença rodeia o homem, não poupando famílias, ricos ou pobres, algumas vezes pega o jovem, outras o velho, enfim, tenho crido que a morte é a maior expressão do governo de Deus na terra, isso porque ela quando vem, chega arrebatadora e leva os vivos a uma séria reflexão.
Foi o sábio Salomão quem disse: (Eclesiastes 7:2) "Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração".
Eu penso que está na hora de pararmos de usar meios termos a respeito da morte. Ela é real e pode estar próxima de mim ou de você! Todos queremos viver, mas para viver é preciso saber morrer! Estar preparado para a vida não é saber de tudo para se ter uma vida feliz, é sim, estar atento aos sinais divinos para saber morrer com dignidade!
Precisamos aprender a refletir sobre a inconsistência de nossas vidas, sobretudo se o nosso coração não está suficientemente enchargado do amor de Deus e não temos cumprido a nossa missão nesta terra que é a de viver para nos satisfazermos em Deus. Li um artigo do Rubem Amorese e ele lança uma questão muito preocupante: ele analisa algumas questões de fundo existencial em relação ao distanciamento de nossa alma de um contato mais intimo com Deus através da oração e comunhão com Deus.
Ainda nessa linha ele sintetiza o seu pensamento com uma frase denunciatória: "Talvez tenhamos perdido a capacidade de nos satisfazer em Deus!". Preocupante, forte, contundente, provocante, talvez tenhamos de fazer como John Donne, o pastor-poeta protestante do sec. XVII que certa feita resolveu dormir por um pouco de tempo num caixão com o propósito de disciplinar a mente e a alma sobre as maiores questões da vida e da morte.
Roberto Carlos aconselha: "é preciso saber viver". Eu o retruco: "é preciso saber morrer!". A vida passa com uma rapidez incrível e a pergunta que não quer calar é: "onde você passará a sua eternidade? Com ou sem Jesus!". Isso não é uma questão de sentimentos ou de uma fé meramente subjetiva, é questão de vida ou morte. O que você vai escolher?
Um comentário:
COM JESUS!!!!!
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