"Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela." (Mateus 5.28)
Jesus mais uma vez surpreende os seus interlocutores com uma de suas declarações bombásticas. Ele agora volta-se para os homens legalistas que, orgulhosamente declaravam que, pelo fato de não terem ido para a cama com as mulheres alvos de seus desejos sexuais logo, estariam imunes à condenação por adultério. Mas, o que aprendemos aqui por princípio é: o adultério do coração é igualmente perverso ao adultério efetuado no corpo.
Para Jesus tudo começa no olhar que se precipita na cobiça e depois na consumação do pecado. É o que Tiago propõe: "Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado gera a morte." (Tiago 1.13,14)
O desejo é inflamado por um olhar cativante numa mulher que pode estar extravagantemente vestida ou não, pois a mente do homem é capaz das loucuras mais absurdas! Depois o coração acaba armazenando essas imagens e, como resultado temos a morte anunciada!
Dai, Jesus diagnosticar o adultério como uma questão de coração antes de ser apenas uma questão física. É o que comenta Martyn Lloyd Jones: "O que conta, portanto, não são apenas os feitos de uma pessoa, mas os seus desejos; não somente não devemos cometer, mas nem ao menos devemos cobiçar".
Eu aprendi recentemente a considerarmos algumas questões bem delicadas a respeito do pecado:
(a) O pecado é algo que marca profundamente a nossa natureza humana.
Não há nada mais intrínseco à natureza humana do que o pecado. O que percebemos em nosso contexto de conversas com as pessoas e conosco mesmas já nos dá base suficiente para admitirmos o seguinte: não são os pecados que produzem a natureza pecaminosa, mas sim a natureza pecaminosa que é mestre na produção de pecados! Somos pecadores, desde o nosso nascimento! "Eis que eu nasci em iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe" (Salmo 51.5).
(b) O pecado é suficiente para levar o ser humano ao inferno!
Pode não ser muito popular falar em inferno em um contexto onde as pessoas insistem em ouvir apenas o que querem! Mas, o contexto bíblico não nos deixa de maneira nenhuma enganados quando a existência desse lugar-estado onde os perdidos vão viver eternamente em lamúrias espirituais!
E, para apoiar essa posição eu cito integralmente a fala de John Stott como contribuição para a verdade de que as pessoas hoje precisam levar mais a sério esse alerta sobre o cuidado que precisam ter em relação aos seus olhos espirituais:
"É claro que este ensinamento vai totalmente contra os padrões moderenos da permissividade. Baseia-se no princípio de que a eternidade é mais importante do que o tempo, que a pureza é mais do que a cultura, e que qualquer sacrifício é válido neste vida se for necessário para assegurar a entrada na outra. Temos simplesmente de decidir se queremos viver para este mundo ou para o outro, se queremos seguir a multidão ou a Jesus Cristo".
Na realidade, o ideal é que você meu amado leitor faça uma aliança com Deus para que seus olhos fixem apenas naquilo que é eterno, permanente e sólido e não naquilo que é passageiro, material e carnal. Deus quer que seus olhos sejam abençoadores e que você poste-se no lugar onde o Senhor ministrará o seu cuidado e liberará a sua vitória!
Nenhum comentário:
Postar um comentário