"Não os temais; lembrai-vos do grande e terrível Senhor, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas." (Neemias 4.14, NVI)
É imperioso destacar em nossas agendas eclesiásticas um tempo adequado para a luta pelas famílias. A semelhança do quadro caótico que Neemias encontrou no ano de 445 a.C. quando veio a Jerusalém para a edificação dos muros da cidade, hoje vemos também que as estruturas familiares estão ruídas e o que vemos é de um espectro apocalíptico. Tem sido decretado por muitos intelectuais, artistas e a elite pensante de um modo geral o fim da família! Livros tem sido escritos para se falar de novos modelos onde o núcleo familiar (pai, mãe e um ou mais filhos) é dito como algo ultrapassado. Mas, mais do que nunca a igreja do Senhor Jesus precisa levar suas famílias a trilharem o caminho da santidade, e para que isso seja ainda mais contundente, vou me ater nesse artigo a uma orientação sobre um tema altamente relevante para o nosso contexto de luta pela família.
Preciso afirmar aqui ,e comentar com os meus leitores que: o divórcio nunca pode ser uma opção considerada por um cristão.
Em Mateus 19.6 lemos, "Assim já não são mais dois, mais uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem". O rompimento de uma aliança conjugal só pode ser justificada pela morte, nunca pelo simples desejo de não mais manter os votos matrimoniais. No tempo do Antigo Testamento, o divórcio foi criado pela necessidade de salvaguardar a defesa dos direitos da mulher, que ficava sem direito a qualquer renda após ser abandonada pelo marido. Somente o homem poderia dar a "carta de repúdio".
Quando Jesus foi arguido sobre a questão do divórcio "por qualquer motivo", o que os seus interrogadores estão pleiteando era que ele se posicionasse nos dois pontos de vista bem comuns naquele tempo: Os da escola de Hillel, mais liberal, advogava que qualquer motivo (até uma comida que não ficasse do agrado do marido) poderia ser motivo para o homem despachar a mulher, que viveria à míngua nas ruas, mendigando o pão e sendo alvo fácil de estupradores. Já a escola de Shammai, mais rigorosa, entendia que somente o adultério poderia servir de motivo para a separação, e nesse caso poderia até mesmo ser incluída a dura pena do apedrejamento para a mulher (somente ela!) visto em ato de "fragrante adultério".
Jesus, entendo eu e afirmo baseado nas Escrituras, não dá margem alguma ao divórcio, e disse mais, que um novo casamento consistia em "adultério continuado". Pois o texto é claro: "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério", Marcos 10.11,12. O que o texto enuncia é que o divórcio não cancela os votos de uma aliança entre o homem e sua mulher, e que a quebra desse vínculo constitui pecado. Isso mesmo, rebeldia ao plano de Deus, que uniu homem e mulher com a sua benção (independente se a união foi civil, religiosa ou informal).
Para Deus, o casamento é uma aliança não importa se houve cerimônia religiosa de qualquer matiz religiosa, ou ainda se houve ou não registro no cartório da cidade, em outras palavras quando há vinculação sexual entre um homem e uma mulher já houve o casamento. Logo, quando há uma vida intima entre solteiros, vale do ponto de vista espiritual as mesmas orientações que há para aqueles que estão casados civilmente. O detalhe que quero destacar aqui é apenas para as consequências que deverão ser analisadas com pesos diferentes, pois o relacionamento entre solteiros, constitui pecado de fornicação, e já carrega em si mesmo o peso de maldição por ser um estado deplorável de relacionamento conjugal. Mas, a grosso modo, quem mantem vida sexual ativa com um parceiro, já é casado para Deus, e o rompimento desse relacionamento acarreta consequências danosas para a vida espiritual de ambos!
Como saída dessa situação pecaminosa, tenho de recomendar o casamento de acordo com a vontade de Deus, que pode ser compreendida como precedida de um tempo de namoro, sem a prática do sexo, onde ambos buscam a "unidade do espírito". Suas intenções são harmonizadas sob o prisma seguro da vontade eterna de Deus, e a prática do namoro para o cristão deve ser exclusivamente feito com um parceiro igualmente convertido e desejoso da mesma santidade cristã. Depois do tempo de namoro, vem o compromisso de noivado, onde ambos assumem o compromisso de buscarem a "unidade da mente". Nesse tempo os valores são afirmados em questões mais práticas sobre construção ou aluguel de uma casa ("quem casa quer casa ou apartamento!", finanças do futuro casal, permissões e restrições aos familiares de influenciarem assuntos da vida conjugal, questões ligadas aos ministérios em que ambos servirão na mesma igreja local e demais assuntos bem pragmáticos.
O casamento vem então já vacinado contra o divórcio quando após a unidade do espírito e a unidade da mente, espera-se para após a cerimônia do casamento a "unidade do corpo", quando ambos em sua privacidade, e deixe-me falar um pouco a respeito disso. Privacidade nessa era do Facebook é jamais postar fotos de quartos de hotel, banheiras e locais de intimidade para o casal. Repito: Jamais! A esposa tem de ser sexy para o marido e vice-versa! O que temos visto hoje é a vulgarização da sexualidade, e há muitos crentes que me parecem encantados demais com a grande Rede (internet)!
Em havendo questões de compatibilidade, ajustes a serem feitos na caminhada, mesmo o casal tendo trilhado o caminho da santidade (unidade de espirito, mente e depois corpo), deve-se procurar na Palavra de Deus através do culto doméstico, na integração à uma igreja local onde a Bíblia é pregada verso a verso e também na orientação pastoral de grupos de casais ou aconselhamento bíblico respostas para as mais diversas fases da vida a dois. Lembre-se de algo importante: estatísticas comprovam que a maioria dos divórcios acontecem nos primeiros 04 anos de casamento! Devemos estar atentos aos primeiros anos, onde o começo das experiências de desgaste no relacionamento podem ser fatais no esfriamento do amor, e na famigerada separação de corpo, quando o pecado do divórcio apenas encontra o seu começo, podendo terminar na cova, ou melhor na mesa do juiz!
Que Deus livre os crentes do divórcio! Ouso a dizer que crente divorciado é uma má pregação sobre o valor da família!
Tenho dito!
PS. Tenho em nossa igreja líderes divorciados, no segundo casamento, e alguns envolvidos em ministérios com alcance para a família. Saibam que todos eles são ministrados que, a situação deles é por graça divina, e que, nunca foi do plano original de Deus o divórcio deles. Infelizmente para alguns deles, o segundo casamento foi uma oportunidade do Senhor mostrar o seu amor perdoador, mesmo que ainda pagando seriamente as consequências desse pecado!
Um comentário:
Casamento é uma instituição linda criada por Deus. Em muitos momentos surgirão os conflitos... esses serão mais saudavelmente resolvidos quando estamos firmados no Senhor. Para aqueles que estão sem esperanças eu digo: Não desistam de seus casamentos porque Deus, através da oração, muda circunstâncias e traz vida onde há morte.
Muito relevante o artigo.
Deus abençoe Pr. queridão!!!
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