Não tenho dúvidas de que a adoração é o tema central do livro de Apocalipse. Adolf Poth vai dizer o seguinte em seu comentário: "Neste escrito, cuja extensão perfaz aproximadamente a décima quarta parte do Novo Testamento, a palavra "adorar" ocorre nada menos do que 24 vezes, enquanto em todo o resto do Novo Testamento aparece apenas mais 35 vezes. Termos do mesmo grupo semântico, como "glorificar", "agradecer", "louvar", "dar honras", "receber honra", "servir a Deus", "clamar a Deus" e, no mais, a grande quantidade de hinos e orações reforçam a impressão de que o objetivo do livro é a adoração."
Pelo que eu já tenho visto nesse inicio de leituras mais profundas nesse livro que estou expondo em nossa igreja o que temos nas páginas sagradas dessa literatura tão especial não é meramente um guia litúrgico para incrementar os nossos cultos, mas a expressão viva de alguém que viu o céu aberto, que experienciou um encontr com o próprio Jesus!
Quando reflito sobre essa questão, não posso absolutamente, deixar de tecer criticas sérias ao modo como percebo na igreja o trato com tão pouco caso do "Dia do Senhor" e em relação ao compromisso com a igreja e o culto em geral. Tem muitos irmãos hoje em dia que mereciam, sem dúvida ouvir a denúncia de Spurgeon, já no século XIX, em que ele dizia: "Não é verdade que o Dia do Senhor está se tornando, cada vez mais, um dia de recreação e de ociosidade; e a Casa do Senhor, um templo pagão cheio de ídolos ou um clube social onde existe mais entusiasmo por divertimento do que o zelo de Deus? Ai de mim. Os limites estão destruídos, e as paredes, arrasadas: e para muitas pessoas não existe igreja nenhuma, exceto aquela que é uma parte do mundo; e nenhum Deus, exceto aquela força desconhecida por meio da qual operam as forças da natureza."
É fato que, por fugirem do verdadeiro Deus, vemos crentes adorando um deus que é feito à própria imagem e semelhança de suas carnalidades e invencionices humanas! Eu tenho ficado cada vez mais decepcionado com a chamada "classe artistica" de nosso meio evangélico. As experiências que tive com cantores, cantoras e grupos dos mais diversos segmentos do mundo gospel, todas elas foram horrivelmente pesarosas! Tratam-se de meninos mimados, que, mesmo recebendo fartos honorários, ainda assim reclamam do melhor que a igreja consegue em termos de som e estrutura, e o último que convivi, ainda soltou xingamentos e chutes em caixa de som e tudo! Pasmem! Que tipo de Deus essa gente adora? Só posso lhes garantir que não é o Deus da Bíblia!
Fico enojado em considerar que nossos cultos ao Senhor muitas vezes são exibicionices de nossa própria performance e o tempo que passamos na igreja deixa de ser uma expressão de um "sacrificio vivo, santo e agradável", conforme Romanos 12.1 para se tornar arrogamente um tempo de exposição de um cantar bonito, uma exibição apoteótica nos instrumentos e o desejo de aplausos para si mesmos! A adoração passa a ser carnalidade quando deixa de honrar a Deus, e sim ao adorador! Eu tenho de tomar cuidado com generalizações, mas eu tenho para mim que quando o ministério de música se tornou independente do "ministério da Palavra", e as igrejas passaram a considerar os músicos de "levitas", a coisa toda desandou! Pois, os "tocadores" e "cantores" se colocaram ao mesmo nível dos "pastores e mestres" e nessa perversão hoje em dia, é preciso lembrar que todos são efetivamente servos, apenas isso, "servos"!
Warren Wiersbe, acerca do livro de Apocalípse diz que "deve-se abordar este livro como admiradores e adoradores, não apenas como estudiosos acadêmicos". E, eu indo além desse pensamento digo que como eu vejo que o Apocalípse é o "grand finale", o climax de toda a Revelação Bíblica, pois se propõe ser o descortinamento da pessoa e obra do Senhor Jesus à sua igreja, em consequência desse entendimento só consegue compreender as Escrituras Sagradas aqueles que tem o avental do serviço. Não se pode propor a interpretação das Escrituras aos pastores e líderes que antes não tem assento definitivo nas cadeiras da submissão e do quebrantamento. Somente os "puros de coração é que verão a Deus", conforme Mateus 5, logo os orgulhosos pedantes que se bastam a si mesmos em muito breve receberão a devida recompensa pelos seus feitos: o castigo eterno no inferno, no fogo que queimará suas vaidades pessoais!
Posso terminar dizendo que odeio os cantores e cantoras gospeis com seus grupos de músicos-artistas que, por não conhecerem suficientemente as Escrituras são mestres do entretenimento e do "show busines", uma vez que não entendem e nem aceitam o que vem a ser o serviço cristão desinteressado. Há excessões nesse meio, mas elas são na realidade para se confirmar a regra de que: há muita gente perversa cantando em nome de Deus nas nossas igrejas e eventos!
Eu já dei um "basta" nisso!
2 comentários:
A situação é apocalíptica, pastor. Agora mesmo fiquei sabendo que Rede Globo vai promover o “Festival Promessas” em Dezembro, no Rio, com um especial para a TV com a turma gospel. É isso: “Você adora, a Som Livre Toca” (ou seria “Você toca, a Som Livre adora”?.
Apenas não posso concordar com a parte em que o senhor diz: "odeio os cantores...
Nós não podemos odiar, mas pedir a Deus as suas misericórdias por todos.
Inclusive por nós mesmos.
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