segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CARA, VOCÊ NÃO É DAQUI!

“Se tivesse que ir ao céu e descobrisse que Cristo não estava lá, eu sairia correndo imediatamente, pois o céu seria o inferno para mim sem Cristo”. (Thomas Goodwin)

Quando encaramos com fervor espiritual a radicalidade de Cristo em nossa vida, nos despertamos para o fato de que vez por outra nos preocupamos demais com nossa existência terrena. Por isso que não podemos nos tornar escravos do tempo e das circunstâncias, somos eternos, em outras palavras não somos homens naturais que vivem experiências espirituais, somos homens espirituais que estão confinados ainda a uma dupla cidadania, como diria Lutero, "cidadãos de duas pátrias", a terrena e a celestial.

Sinto-me diminuído quando leio as páginas de Hebreus 11 e me deparo com o verso dez, descrevendo sobre Abraão, que "esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus". Manter os olhos no céu enquanto vivemos as questões da nossa contemporaneidade é um dos desafios mais gigantescos de nossa minúscula existência nesse planeta! Não somos daqui, não temos satisfação alguma nos prazeres desta terra, estamos constantemente insatisfeitos, isso porque temos de mirar o nosso foco em Deus, e em sua realidade amorosa e persistemente perdoadora!

Eu aprendi com C. S. Lewis que “se encontro em mim um desejo que nenhuma experiência deste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é a de que fui criado para outro mundo. Os livros ou a música onde pensamos estar a beleza nos trairão se confiarmos neles... Pois eles não são a coisa em si; eles são somente o aroma de uma flor que não encontramos, o eco de um tom que ainda não ouvimos, noticias de um país que nunca visitamos”.

Só Cristo na vida da gente é capaz de nos fazer robustecidos em nosso "homem interior" a ponto de suportarmos as contradições da vida real! O mundo não é tão bom como gostaríamos que ele fosse, e ele nunca será, devo adiantar, na realidade ele não foi para nós, ele foi contaminado pelo nosso pecado original, somos caídos por natureza, e somente a Graça de Deus pode nos fazer enxergar algo além da podridão do nosso coração! Como foi bom ontem cantar com a igreja reunida para celebrarmos a Ceia do Senhor:

Graça! Que maravilhosa graça!
É imensurável e sem fim.
É maravilhosa, é tão grandiosa,
 é suficiente para mim.
 É maior que a minha iniquidade,
 é revelação do amor do Pai.
 O nome de Jesus engrandecei e a Deus louvai!

Somos reféns dessa graça e da singularidade de Cristo na nossa vida, no dia que perdermos essa consciência nos tornaremos escravos de nossa performance e desejaremos nos esconder de nossos compromissos espirituais, compreendendo de maneira inadequada que nossa vida consiste apenas a realidade que os nossos sentidos conseguem apreender!

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