O QUE EU VI NO HAITI!

Estive no Haiti dos dias 24 a 31 de julho, junto com uma equipe de pastores e líderes ligados por convite da MAIS (Missão de apoio à igreja sofredora). Preguei em uma igreja, visitei um orfanato, fui a um "camping" (conglomerado de barracas em que moram até 80 mil pessoas!), participei de uma conferência de treinamento de pastores e fiz contato para adoção de um obreiro haitiano por nossa igreja aqui em Angra dos Reis. Enfim foi uma longa e produtiva viagem ao campo missionário!

Foi minha primeira viagem internacional e um calafrio estava em meu estômago durante o trajeto àquele país que já antes era distante dos olhos, mas perto do meu coração! Quando lá cheguei entendi o porquê do meu coração fervilhar tanto quando eu tratava em mensagens e orações a respeito da igreja sofredora! O Haiti me encantou e eu consegui ver algumas coisas daquele miserável país com os "olhos do coração"!

01) É de fato um país destruído!

O meu primeiro ponto é óbvio e não constata nenhuma novidade! O Haiti foi completamente destruido em suas estruturas governamentais, sociais, ecônomcias, educacionais, enfim aquela gente não dispõe de nenhum recurso interno para a sua reconstrução. Se o Haiti não recebesse ajuda de fora, quer seja de igrejas, ONG´s ou outros governos do mundo já teria sucumbido num genocídio institucional! Não há nada que funcione adequadamente naquele país sem alguma ajuda externa!

O solo é de calcário puro! Pouco se planta, pouco se cultiva além de algo para subsistência e isso ainda de modo insuficiente. É triste, mas pude ver a carência de um povo que tem em comum a lingua, a cultura, os costumes, a história, mas também a pobreza e a ineficiência governamental! A desigualdade social é gritante! Há uma elite cada vez menor e uma miséria cada vez maior!

02. A igreja haitiana está em franco crescimento!

"Merci Jesus" foi o que eu vi escrito em um ônibus de lá! Há templos, galpões, tendas e outros espaços paupérrimos mas sempre repleto de pessoas cultuando a Jesus! O vodu está sendo submetido a uma derrota imensa, pois a igreja do Senhor Jesus cresce muito! Os pastores se tornaram agentes sociais, líderes sociais, responsáveis por escolas e creches, administradores de orfanatos, lá os homens de Deus são de fato chamados para serem "médicos de almas". Há muitos obreiros sem preparo teológico adequado, mas são santos! Por aqui no Brasil há muitos téologos ímpios! Essa é uma das diferenças nossas em relação ao Haiti!

Os cultos são lindos! Muitos cânticos de paixão pela vida em Cristo, um deles eu consegui a tradução, era um trecho que se repetia: "hoje pode ser o último dia de se louvar a Jesus". Enfim, eles vivem como se Jesus fosse voltar a qualquer momento, por isso eles vestem suas melhores roupas, engraxam seus sapatos, cantam a plenos pulmões e façam dos cultos verdadeiras apoteoses de louvor e adoração! Lágrimas insistiam em cair dos meus olhos em meio aos cultos que participei! A igreja lá vive de fato, uma "revolução do amor"!

03. Os haitianos amam o Brasil!

Foi anunciado como pregador em um culto no Haiti, nisso levanta-se um irmão e pergunta: "e o Kaká?". Fico sem entender, ai meu intérprete me explica que eles estão esperando a vinda do Kaká ao Haiti, que fui prometida por um pastor brasileiro em visita ao país. Eles amam a seleção brasileira, têm no nosso país um aliado em potencial, muitos se esmeram em aprender o português, e alguns jovens sonham em se mudar para o Brasil!

Se o próximo governo tiver sensibilidade redobrará os esforços de cooperação com o Haiti, pois aquele país coloca-se no cenário internacional como um país que se identifica com o Brasil e poderá em breve render dividendos ao país, se não de forma retribuitiva (eles tem pouco para dar) ao menos como forma do nosso país impor-se no cenário internacional em um tempo onde a solidariedade para com os que sofrem vem se escasseando entre as nações ditas poderosas! É tempo do Brasil ajudar ainda mais o Haiti!

Essas são as minhas primeiras impressões e reforço o apelo para que alguns dos meus leitores interessados em saber mais, entrarem em contato comigo no interesse de ajudarmos ainda mais na reconstruição daquele país de gente alegre e que me ensinou que é possível em meio aos escombros alimentar no peito um sentimento bem espiritual: a Esperança!

Tenho dito, com lágrimas nos olhos!