terça-feira, 1 de julho de 2008

ADEUS, MARILZA!

“Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada”. (Romanos 8.18)

Neste fim de semana nossa igreja, a IBACEN, esteve em luto. Perdemos uma pessoa que nos era querida, Marilza, esposa do José Luis, membro de nossa igreja. Ela foi uma jovem dinâmica no evangelho em seus compromissos ministeriais durante anos na Primeira Igreja Batista em Angra dos Reis, depois se transferindo para a Igreja Evangélica Congregacional, e terminou seus dias com vínculo de membresia em uma igreja batista na cidade de Niterói, RJ.

Marilza foi vitima de depressão. E eu disse no seu culto in memoriam que a igreja precisa romper o preconceito que existe com pessoas crentes que ficam deprimidos, tentando inclusive o suicídio para aliviar a tragédia de uma melancolia mórbida e afadigante.

Certa vez ouvi o pr. Hernandes Dias Lopes comentando que o depressivo é aquele que “engole o seu funeral duas vezes ao dia”, e convivendo com pessoas que sofrem desse mal, não tenho dúvidas que de fato, tal metáfora é muito apropriada. O depressivo não vê saída para o seu mal, e ao tentar matar-se algumas vezes tenta punir a si mesmo ou às pessoas que a amam, numa tentativa funesta de dizer: “pare o mundo, que eu quero descer.”.

Marilza alimentava no peito amor pelo Senhor Jesus, vibrava com o avanço do Reino de Deus, era atenta ouvinte da exposição das Sagradas Escrituras, mas teve o seu caminhar nesta vida afligida por tragédias familiares e eclesiásticas que minaram suas resistências e ela se viu, de repente, numa estrada sem saída, e, seu estado culminou em 08 meses de coma emocional, onde seu corpo reagia bem fisiologicamente, mas em sua mente ela desistia de viver, de reagir, de voltar a acreditar. Um estado mórbido em plena vida aos 41 anos de idade!

Ontem, 30/06/2008, dia de seu sepultamento me vi parado olhando para o horizonte várias vezes me indagando acerca do que fizeram a Marilza (parentes e pastores) e senti forte comoção no espírito. Na realidade eu ainda estou sob o choque de tantas e contraditórias impressões. Mas, me apego na verdade das Escrituras de que “tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6).

O culto foi lindo: simples, com orações, cânticos escolhidos a dedo, mensagem abordando as “certezas que precisamos levar para o túmulo” e testemunhos do viúvo e do filho mais velho. Tocante, emocionante e espiritual! O horário foi propício, ao meio dia (12h00min), no meio dia de uma segunda feira, ultimo dia útil do mês, enseja uma ocasião pertinente para se pensar sobre o sentido da vida. Sai do cemitério por volta das 16 horas com a alma em frangalhos, mas certo de que como diz o apóstolo Paulo ao jovem Timóteo: “Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia”. (II Timóteo 1.12).

Adeus Marilza, você me ensinou muito com a sua vida. E me tocou profundamente com a sua morte. Conte comigo, José Luis, Mateus e Gabriel!

Um comentário:

expressionista disse...

O que resta pra gente é nos conformarmos com a realidade e vivermos a cada momento tendo esperança de que Deus está conosco até para chorarmos e crermos que a vontade dela é boa, perfeita e agradável...
Amém,
Rafa