sábado, 27 de dezembro de 2008

MENSAGEM DE FIM DE ANO!

Fiquei meditando agora pela manhã no texto de II Reis 4.1-7 que comenta sobre uma viúva que chega diante do profeta Eliseu com uma necessidade urgente: "Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor. Agora acaba de chegar o credor para levar-me os meus dois filhos para serem escravos".

Que situação! Olha, para uma mãe antever a possibilidade de perder seus filhos como pagamento de dividas era de todas as realidades, sem dúvida a mais cruel. Mas, é sobretudo em contextos de negritude que o avivamento do Senhor visita aqueles que são seus, isso é comprovado em toda a história.

Gregory Frisell vai dizer que "como é de se esperar, Satanás trabalha melhor encoberto pela escuridão (Efésios 6.10)." Na dor, espaço vivencial para o surgimento de uma fé capaz de romper com o comodismo e o marasmo de uma vida espiritual apagada e raquítica.

Pode soar estranho, mas eu desejo para você em 2009 um ano de crises fenomenais! Um ano de vazilhas vazias para que o azeite do Senhor venha a ser derramado em profusão sobre a sua vida e de sua familia! Interessante foi a pergunta que Eliseu fez à mulher: "Dize-me o que tens em tua casa."

Aproveito esse tempo para lhe fazer a mesma pergunta: o que você tem em sua casa? quais são os valores já revistos em 2008 que serão solidificados em 2009? qual será a sua área de influência em 2009? Deus está chamando para si neste tempo um número interessante de pessoas famintas dele que estarão abalando as estruturas do inferno com um testemunho impactante. Eu creio que nossas igrejas vão viver em 2009 um ano de estruturas arrebentadas para um tempo de reconstrução nunca antes imaginado!

A ordem do profeta persiste: "vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas". A ordem é encher-se de Deus! O que tem impedido você meu querido, minha querida de encher-se de Deus? Talvez seja o fato de que no fundo, você admite que tem sonhado pouco, ansiado pouco, desejado pouco um derramar que de fato, mexa com as suas estruturas mais arraigadas, mais profundas.

E, fico pensando que a vida é tão ligeira, tão passageira que, quando vimos já não nos resta fazer nada a não ser ver o surgimento de tantas catástrofes e ficarmos assentados em nossas "cadeiras de vovô" inertes, impassíveis e sem expressão.

Quando as vasilhas acabaram, o texto diz: "Então o azeite parou"! Oh! Senhor não nos permita tal desgraça, do seu azeite, sua presença transformadora encontrar o seu fim, justamente na nossa história, no nosso tempo, na nossa geração!

A velhice chega quando as vasilhas se acabam! Mas, nós precisamos ser como o idoso relatado no salmo 92.12-15: "os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro no Líbano. Estão plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos, seão viçosos e florescentes, para proclamarem que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça".

Se essa verdade bíblica não for a sua realidade, infelimente seu fim será como a poesia de Fernando Pessoa: "Fiz de mim o que não soube. E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido."

Esse fim será triste! O primeiro não, será coberto da benção do Senhor. Feliz ano novo e que Deus em sua soberana graça visite sua vida e sua familia com a benção da fidelidade!

Um abração.

PS. Dia 02/01 entro de férias, e vou para o sul do pais e depois para a aprazível Viçosa em Minas Gerais. Ficarei por hora sem postar textos, apenas refrescando a mente com leituras, reflexões e lazer. No ano que vem volto com postagens, o meu livro que será lançado aqui no blog e outras novidades mais. Sou muito grato ao Senhor pelo privilégio de escrever e de ter um e outro leitor! Fiquem com Deus!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

UMA PARADA NATALINA

Resolvi dar uma parada nas postagens dos textos do meu livro sobre a tragédia do modelo "uma igreja com propósitos" a fim de pensar numa realidade mais amena: o tempo festivo de natal.

Olha, no domingo passado preguei uma mensagem sobre o ideal de simplicidade que precisa se processar em tempos natalinos. Critiquei abertamente o consumismo e a pressão de se gastar o que não se tem, comprando coisas de que não precisamos para impressionar pessoas que não queremos conhecer! Tudo isso vem como propaganda enganosa acerca do Natal.

O Natal é oportunidade de lembrarmos de que Deus poderia perfeitamente ter abalado o mundo com uma bomba, mas optou em impressionar e bagunçar a vida de muita gente com um bebê. Isso tudo porque, de acordo com a profecia de Ageu 2.6,7, todas as nações deviam ser abaladas quando o "desejado das nações" iria nascer.

E, todas as coisas precisavam ser convergidas, para que Jesus nascesse na "cidade de Davi", mas não na cidade em que ele havia se sagrado rei, mas, sim na cidadela, a menor de todas as cidades de Judá, Miquéis 5.2, onde Davi havia nascido em pobreza, para ser um pastor de ovelhas.

Gosto de pensar em Natal como o tempo do cumprimento de profecias do Antigo Testamento: lembro-me de várias, posso citar algumas apenas: Genesis 3.15 (do homem nascido da semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente, Satanás), Deuteronômio 15.18 (do profeta que haveria de vir após Moisés), Isaias 7.14 e 9.6 (o menino que haveria de receber o governo do mundo em seus ombros) e a minha predileta: Daniel 2.34,35 (a grande pedra que seria precipitada montanha abaixo, sem o auxilio de mãos, e destruiria a estatua pelos pés, que na visão representava o império romano).

Jesus nasceu em um contexto de recenseamento, e me parece um contrasenso da divina Providência: "em vez de ter reis pagando tributos a Ele, quando veio ao mundo, Ele mesmo se fez um pagador de tributos".

Leon Morris em seu simpático comentário diz que "o nascimento do Filho de Deus é descrito com muita simplicidade. Maria enfaixou-o com longas faixas que seriam passadas muitas vezes ao redor das crianças. Que a própria Maria enfaixou a criança indica um nascimento na solidão. Que Ele foi deitado numa manjedoura tem sido entendido no sentido de Jesus ter nascido num estábulo".

Por fim, percebo nessa parada algumas sérias reflexões:

(a) Celebremos um Natal marcado pela solidariedade.

Incomoda-me saber que até a hora de adormecermos nesta noite, mais de dez mil indivíduos terão morrido de fome, mais de quatrocentos por hora. Muitos outros vivem à beira da extinção, estão subnutridos, desorientados e desesperados (R. Foster). O drama dos que passam fome, precisa nos levar a um Natal menos dispendioso mais "mão aberta".

(b) Celebremos um Natal marcado pela espiritualidade.

Alguém já disse que o lugar mais falso de toda a terra é a mesa de Natal de muitas famílias. Conversa-se sobre todos os assuntos com relativa superficialidade. Que tal neste ano separar um tempo na mesa para uma conversa franca sobre os últimos incidentes "cara a cara" e propiciar um espaço para o Espírito Santo de Deus fazer uma verdadeira limpeza de corações e almas? Sei que é difícil, mas penso que na noite natalina, é muito bom estabelecermos em nossas casas, tendas para abrigar um coração sensível ao mover de Deus no nosso meio.

(c) Celebremos um Natal marcado pela Palavra de Deus.

Termino esse artigo, com uma experiência compartilhada em um boletim de uma igreja da cidade do Rio de Janeiro que tive acesso na semana passada.

Ronaldo Lidório, missionário presbiteriano entre o povo Komkomba do Gana, no centro da África conta de uma mulher que se converteu em uma aldeia distante de onde morava o pastor. Ela não sabia ler e por isso ia até a aldeia do missionário e ali ouvia e decorava capítulos inteiros da Bíblia. Depois voltava e os repetia aos seus familiares, amigos e irmãos em Cristo. Certa feita, depois de dias decorando a Palavra, ela se preparou para voltar à sua casa. Andou mais de 4 horas pelas trilhas no mato quando percebeu que esquecera parte dos textos decorados. Voltou a trilha inteira e chegou à casa do missionário já ao anoitecer. O pastor então quis saber por que ela voltara a tanto custo. Afinal, só esquecera uns poucos versos no meio de vários capítulos. Ela respondeu: “A Palavra de Deus é importante demais para perder qualquer parte dela”.

Neste Natal façamos essa parada estratégica, e ousemos fazermos as seguintes perguntas: Cremos na condução da história da humanidade por um Deus providente, que pensa em tudo, e fez de Jesus, o menino que abalou as estruturas de nosso tempo? Temos aproveitado o clima natalino para sermos mais sensíveis em relação aos que sofrem dos desmandos desse "mundo cão"? Estamos dispostos de, ao invés de fazermos de nossa ceia familiar um espaço de hipocrisias para um tempo de verdade "olho a olho"? Queremos de fato consumirmos menos coisas e comermos mais da Palavra de Deus, que é alimento para a vida eterna?

Um feliz e pensativo Natal, sem farisaismos e mentiras, com mais verdade, amor e fidelidade ao Senhor nosso Deus!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

MEU LIVRO "POR QUE DEIXEI O MODELO "IGREJA COM PROPÓSITOS"

Vou lançar por aqui aos poucos o meu primeiro livro, "por que deixei igreja com propósitos". Serão várias postagens e espero que você acompanhe e divulgue entre os seus contatos.

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

“Ame pessoas, use coisas, nunca faça o contrário." William Douglas.

Essa frase provocativa me leva a refletir inicialmente como foi a minha experiência com um modelo de crescimento de igreja denominado “uma igreja com propósitos”. O alvo de minha escrita não é atacar pessoas ou desfazer vínculos íntimos com colegas que ainda nutrem alguma esperança nesse ou em qualquer outro método de crescimento de igreja.

O meu alvo é unicamente apresentar uma visão pessoal disso tudo em uma leitura com os meus olhos e uma análise com a minha mente, aquecido o coração com as Escrituras Sagradas e amor pela igreja local.

Passo a narrar o acontecido como que em uma conversa amiga para dar aos leitores uma visão simples de minha experiência com um dos métodos de crescimento de igreja no “mercado evangélico contemporâneo”.
Com temor e tremor tenho aceitado o desafio de trabalhar esse espinhoso tema em um livro. Sei do risco que corro em ser simplista, mas tenho entendido neste tempo de que se trata de um chamado de Deus que eu coloque em palavras um pouco daquilo que tenho compartilhado semanalmente no púlpito de nossa igreja, IBACEN, Igreja Batista Central em Japuíba, em Angra dos Reis.

Sou fruto de uma geração questionadora. Bati muito o pé em relação a assuntos de vanguarda na área da liturgia, prática pastoral e teologia contemporânea. Mas, hoje me coloco como um humilde servo que se propõe ser arauto em um contexto de grandes perplexidades no mundo evangélico brasileiro.

Tenho assistido a negociação da “coisa sagrada” com uma irresponsabilidade preocupante. Não julgo ser correto o meu silêncio. Não é a toa que uma fala de Martin Luther King Jr. tem me incomodado recentemente: "No Final, nós nos lembraremos não das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos.”.

A Reforma Protestante do século XVI foi um retorno às Escrituras e um despertamento em relação as doutrinas da Graça de Deus e da suficiência do sacrifício de Cristo na cruz do Calvário para a total satisfação de nossos pecados, livrando-nos da ira de Deus.

Muitos têm dito que esse é o tempo de outra Reforma, agora na “Eclesiologia”. Agora, tenho reservas quando a esse tema, se ele não vir junto com um resgate dos valores bíblicos inegociáveis da suficiência das Escrituras, da Fé em Cristo Jesus, da Graça Salvadora e da segurança eterna dos salvos. Isso porque uma nova Reforma ordenada pelos homens apenas em seus gabinetes refrigerados e visando um crescimento puramente numérico levará a igreja à falência generalizada.

É fato que não podemos nos calar diante disso tudo, é hora de erguermos nossa voz na defesa de que, quem cuida da igreja do Senhor Jesus é Ele próprio e não podemos segurar a Arca com a pretensão de impedirmos o seu tombo, sob o risco de sofrermos como Uzá no texto de I Crônicas 13.9,10: “Quando chegaram à eira de Quidom, Uzá estendeu a mão para segurar a arca, porque os bois tropeçaram. Então se acendeu a ira do Senhor contra Uzá, e o Senhor o feriu por ter estendido a mão à arca; e ele morreu ali perante Deus.”

O recado não pode ser mais claro: não podemos manipular a obra de Deus com jeitinhos humanos. A obra de Deus deve ser feita da maneira de Deus, e disso Ele não abre mão. Lembro-me de uma frase de Hudson Taylor: “a obra de Deus, feita da maneira de Deus jamais faltarão recursos”.
Que este livro comunique a você esse senso de seriedade em relação a esse tema e faça com que você assuma nas fileiras da guerra que travamos por igrejas que olhem mais para cima do que os lados. Enfim, por líderes que tenham como espelho padrão o que está revelado nas Escrituras e não como base cega os livros que ousam ensinar como fazer a igreja crescer. Que tola pretensão! Ensinar a igreja de Deus a crescer! É Deus quem faz a igreja crescer, e ele não precisa de cartilhas!

sábado, 13 de dezembro de 2008

MEU TESTEMUNHO SOBRE A BÍBLIA!

Fui convertido pelo Senhor Jesus aos meus nove anos de idade. Na ocasião morava no Estado do Mato Grosso do Sul, mais precisamente na cidade de Paranaíba. Ouvi uma mensagem cristocêntrica que explodiu o meu coração e me fez ver o quanto pecador eu era e o quanto salvador o Senhor Jesus era, e eu não poderia absolutamente ficar quieto, paralisado em meus pensamentos e absorto por uma vida eclesiástica puramente familiar (meu pai era o pastor da igreja) e histórica: eu precisava ter uma experiência particular com Deus!

Isso me faz lembrar uma fala que fiz em meu sermão na última quinta feira, no apelo para que os nossos crentes hodiernos tenham uma experiência de conhecimento com o Senhor Jesus! Citei o avivalista A.W. Tozer que disse certa vez: “Um ser humano pode até ter conhecimento a cerca de Deus, saber que Cristo morreu por ele, escrever livros sobre a vida espiritual, compor hinos de louvor a Deus, pode chegar a ser presidente de uma grande denominação religiosa e ter cargos importantes na igreja, sem nunca chegar a conhecer Deus de forma vital, pessoal e verdadeira.”

Isso é fato. O meu contato com a Bíblia começou então na minha infância. Tenho até hoje lembranças das minhas primeiras histórias bíblicas naqueles discos da coleção "Meu amiguinho",onde eu travei intimidade com Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José, Davi, dentre outros personagens do corolário escriturístico! Como esses dias passavam rápido!

Sempre tive um sonho, e certo dia perguntei ao meu pai: "quando eu crescer eu posso ler os seus livros?", e hoje quando vou em casa dos meus pais sempre folheio um livro ou outro, e esse sonho concretiza-se... Mas, eu sempre fico impactado com a leitura do livro dos livros!

Meu pai sempre contava uma ilustração sobre a centralidade das Escrituras. Ele dizia que certa feira Rui Barbosa (um dos homens mais brilhantes do período inicial da República Brasileira) disse ao seu empregado, "traga-me o livro!". O rapaz foi e providenciou um dos livros de cabeceira do patrão que logo interrompeu dizendo novamente, "não, esse não, traga-me o livro!". Depois de uma e outra tentativa, o grande intelectual brasileiro teve de explicar: "traga-me a Bíblia, pois os outros livros são livros... mas, a Bíblia é o livro dos livros!".

No salmo 119 encontramos fortes afirmativas a respeito do livro santo, e uma das que mais se destaca é "lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho". A Bíblia é padrão de conduta e comportamento, é orientação para o nosso cotidiano e é também referência para todo o pensamento humano. Nenhum homem deveria ser formado em qualquer área do conhecimento sem antes passar pela disciplina de estudar à fundo as Escrituras Sagradas!

A Bíblia tem sido atacada por homens ao longo dos anos da história da humanidade. Papas e reis tentaram destruí-la impedindo o povo de ter acesso a elas, e graças ao movimento da Reforma Protestante do século XVI a Bíblia foi devolvida ao povo, e digo "devolvida", porque em primeira análise a Bíblia sempre foi do povo, uma vez que o próprio Jesus disse: "vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado" (João 15.3).

Por conta dessa propriedade purificadora e tratadora da alma humana o Espírito Santo vêm através da Palavra de Deus nos nossos dias completar a obra salvadora do Senhor Jesus nas nossas vidas, ensinando-nos a vivermos intensamente nele, por Ele e para Ele.

Que neste dia da Biblia, venhamos refletir sério sobre nossa relação com as Sagradas Escrituras e venhamos a assumir o compromisso de tão somente crermos e espelharmos nossas vidas pelo padrão divino!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

POR QUE EU CREIO NO RETORNO DAS OVELHAS!

"Sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis que se levanta do mar uma nuvem, do tamanho da mão dum homem. Então disse Elias: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te impeça. E sucedeu que em pouco tempo o céu se enegreceu de nuvens e vento, e caiu uma grande chuva. E Acabe, subindo ao carro, foi para Jizreel. E a mão do Senhor estava sobre Elias, o qual cingiu os lombos, e veio correndo perante Acabe, até a entrada de Jizreel." (I Reis 18.44-46)

O que tenho percebido de Deus fazendo em nossa igreja neste fim de ano tem sido para mim de assombro. São famílias que, reconhecendo a necessidade da mão de Deus sobre a vida deles têm se rendido diante do Eterno na consciência de que somos "ovelhas do seu pastoreio".

Tenho exposto o Evangelho de João já há mais de ano em nossa igreja em um projeto que tem alcançado o meu coração de um regozijo espiritual sem tamanho. E nesses últimos três domingos tenho exposto o capítulo 10 até o verso 30. Como não prego mais em João esse ano (devido ao dia da Bíblia, terceiro domingo do Advento e último domingo do ano que pretendo ter mensagens alusivas à essas ênfases!) posso perfeitamente neste artigo pontuar porque eu creio em um avivamento em nosso meio, ao menos vislubrando gotas somente.

(a) Porque as ovelhas que são de Jesus compreendem o acesso direto que Ele tem em relação às suas vidas.

Jesus entra no aprisco, e o faz pela porta (ele mesmo é a porta) e se identifica com as suas ovelhas num sibilar caracteristico que afugenta as que não são suas e aproxima ternamente as que lhe pertece! Soube em minhas leituras que certa feita um andarilho escocês trocou de roupa com um pastor de Jerusalém e procurou guiar as ovelhas dele, mas se deu muito mal! Isto porque as ovelhas seguem a voz do pastor e não as suas roupas!

Repare que, Jesus nunca deixará de reconhecer uma ovelha que seja sua, dada pelo Pai aos seus cuidados pastorais. Trata-se de uma questão de honra para o Senhor Jesus atrair para si aqueles que o Senhor tem chamado desde a fundação do mundo! Ele não perderá nenhuma.... absolutamente nenhuma!

(b) Porque Jesus é um pastor perfeito, nobre, belo e está disposto a dar a sua vida em prol do bem estar das ovelhas.

O que me admira na figura do pastor de ovelhas (e eu aprendi um pouco na leitura do livro da Ed. Betânia, "nada me faltará") é a dedicação que ele tem ao seu rebanho. É incrível: ele recolhe as ovelhas ao aprisco à noitinha, dorme junto à porta para evitar a fuga de algumas e a entrada de lobos e outros predatores. Ele passava a vara sobre a pele da ovelhinha para perceber se ela não havia sido alvo de moscas e outros vermífugos, enfim, havia um cuidado todo especial. Sem contar na contagem de todas elas, e na iminência da ausência de uma, a atitude que se esperava era justamente a saida amorosa em busca da perdida (Lucas 15).

Comenta São Gregório Magno (vi isso numa homília católica exposta em um site) que os bons e os maus pastores não se distinguem, quase, nos tempos de tranquilidade, mas somente quando vem o lobo. Porque o bom pastor enfrenta o lobo, enquanto o mau o deixa agir livremente, ou foge dele.

(c) Porque Jesus é alguém que conduzirá todas as suas ovelhas na formação de um só rebanho sob o seu pastoreio singular.

O grande sonho de Jesus persiste e se realizará no eschaton (no tempo aprazado divino de sua intervenção em nossa história para precipitar o fim desta era e o início de seu governo estendido sob toda a terra!) que é justamente o de reunir todas as ovelhas que lhe foram predestinadas pelo Pai.

Mattew Henry comenta que isso acontecerá porque tais ovelhas são escolhidas de Deus e são entregues a Cristo nos conselhos do amor divino, desde a eternidade. Essa eleição amorosa me faz lembrar de um hino agora, "se isso não for amor", de Altacir Brum:

Deixou o esplendor de sua glória
Para vir a este mundo aqui
Estava só e ferido no Golgota
Para dar sua vida por mim

Se isto não for amor o céu não é real
Não há estrelas no céu
As andorinhas não voam mais
Se isto não for amor o oceano secou
Tudo perde o valor se isto não for amor

Mesmo na morte lembrou-se
De um ladrão que a seu lado estava
Com amor e ternura falou-lhe
Ao paraíso comigo irás.

(d) Porque Jesus é alguém que preservará as suas ovelhas em sua potente mão com o auxílio a mão do Deus Pai e o sustento amoroso do Espírito Santo.

Há uma conspiração santa da trindade divina para lhe preservar. Isso porque você é precioso, não por seus próprios e encardidos méritos, mas porque você foi alcançado pela graça divina. Tenho dito e repetido: enquanto o coração humano não possuir a graça de Deus, ele sempre será desprezivo em relação ao evangelho!

A fé não nasce na lógica humana, é fruto de uma intervenção sobrenatural do Espirito Santo de Deus. Não adianta tentar lidar com o cristianismo com os compêndios da sabedoria humana servindo de guia. A fé não é ilógica, mas ela é "a-lógica", vai além do pensamento cartesiano de causa e efeito, e somente os que são do Senhor serão preservados em meio a este mundo que depõe em seus valores com os princípios revelados por Deus nas Sagradas Escrituras.

Fico feliz em saber que você teve sua vida marcada nesse ano, com a Palavra do Senhor Deus e desejo, de todo o meu coração que seu coração rendido ao trono de Deus, venha a partir desse tempo denominado HOJE, lhe inspirar a ser nova criatura, no poder o Espírito Santo de Deus para que, em sua vida, o melhor de Deus seja possível, por graça e misericórdia de quem, como seu pastor, jamais lhe abandonou: o Senhor Jesus!

Vamos estar juntos no fim de 2008 e início de 2009. Deus nunca desistirá de você!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

NÃO VOU ME DEFENDER!

Nesta semana, mais precisamente na quarta feira, meu coração inclinou-se para a tristeza. Me vi rodeado de pensamentos ruins devido às ultimas decepções, ingratidões explícitas e arbitrariedades revoltantes que me deixei levar por um pessimismo que me colocou à beira do estado depressivo. E eu sabia que estava próximo desse ponto, me curvei, orei e mesmo assim minha mente ficava focado em questões de foro intimo e algumas questões pequenas me roubavam a tranquilidade a ponto de eu perder a esperança. Comecei a trabalhar mecanicamente, como por obrigação e não como cumprimento de um chamado que um dia recebi do Senhor há 20 anos atrás!

Meu local de trabalho ficou pequeno, minha alma agigantava-se dentro de mim, meu fôlego foi encurtado e minha mente divagava em vãs preocupações informáticas, sem expressão prática para o meu cotidiano que se tornava cada vez mais amedrontador. Mais tarde identifiquei tudo isso como um ataque de Satanás em meu espírito, algo que tenho para mim foi vivido pelo apóstolo Paulo em II Corintios 12. Confesso que o meu "espinho" é a minha mente que insiste em focar naquilo que é evidente ao invés daquilo que é transcendente.

A evidência reflete as realidades presentes, temporais, as que são vivenciadas na esfera do natural. A transcedência nos empurra para cima, faz-nos reféns da vontade de Deus, sem preocupações carnais convincentes. Olha, como eu queria ser mais transcendente em minhas crises pessoais! Certo dia alguém muito querida a mim me disse: "cuidado com o seu coração!". Acatei sua fala carinhosa, mas apenas me indago se na realidade o que estou vivendo é justamente por conta disso, eu tenho cuidado demais do meu coração, está na hora de eu cuidar menos dele, entregando-o de vez ao meu Senhor Jesus, aquele diante de quem um dia prestarei contas das ovelhas que Ele tem me emprestado para cuidar (Hebreus 13.17).

Em meio aos meus pensamentos turvos desta quarta me ative lendo um livro do Rev. Hernandes Dias Lopes, "As faces da transcendência", e nele fiz questão de me ater num parágrafo que cito integralmente aqui neste artigo, isso porque já fiz a leitura também em minha mensagem de ontem na igreja, quando apliquei ao meu rebanho presente que o Senhor está clamando por intercessores angustiantes nesse tempo e espera que nós atendamos essa "santa convocação". Segue o que pensa o conferencista abençoado do Senhor, Hernandes (que esteve este ano em nossa igreja em duas mensagens inesquecíveis!):

"Quando você ora, Deus honra você. Você não precisa defender-se, você precisa orar. A oração vale mais do que mil argumentos. Não é preciso defender a sua honra, é preciso cultivar a sua intimidade com Deus. Você não precisa brigar por seus direitos, você precisa estar diante do trono. Você não precisa lutar para agradar as pessoas, você precisa agradar o coração do Pai. Quando você dá prioridade a Deus em sua vida, ele honra você diante das pessoas, defende a sua causa e o exalta até mesmo diante dos seus adversários. Quando você cuida da sua piedade, Deus cuida da sua reputação. Quando o profeta Daniel foi alvo da conspiração de seus inimigos, ele não revidou com as mesmas armas, a fim de desmascarar os seus desafetos: ele simplesmente orou, e Deus o honrou. Pedro, no Getsêmani, por desprezar o poder que vem através da oração, usou contra o soldado romano a força da carne e, com a sua espada, cortou a orelha de Malco. Muitas brigas, contendas e disputas no lar, na igreja e na sociedade acontecem porque buscamos defender a nós mesmos quando somos atingidos, em vez de orar. A oração não apenas desestabiliza e desarticula o poder do mal contra nós, mas também aciona o poder do céu em nossa defesa. Quando cuidamos das coisas de Deus, ele cuida das nossas coisas. Quando cuidamos do nosso relacionamento com Deus, ele cuida da nossa reputação."

Descobri então depois de um tempo de reflexão, e ainda na quarta feira compartilhei com a minha esposa o quanto não estava bem, até recusei um convite para um jantar (isso é para se ver que de fato, eu não estava nada bem!!!), e precisei entregar o meu coração ao Senhor num descompasso de minhas preocupações, tristezas e desapontamentos. Tive de sacrificar o meu "Isaque", abrir mão do meu controle sobre a situação, entreguei-me ao calor do Espírito Santo no reconhecimento de que, eu não tenho condições de reger a minha vida. Sou como Jacó quando saiu de sua casa após enganar seu pai e irmão, sem destino garantido, apenas sei que devo caminhar à procura de um abrigo para a minha alma, de minha "Betel", em suma, de meu encontro com o Senhor!

Me sarei, e admito que não vou me defender diante de ninguém! Vou persistir sonhando, acreditando nas promessas que me foram dadas pelo Senhor: a de que a igreja que pastoreio é dEle e não minha! E as pessoas que tenho sob meus cuidados antes de serem cuidados por mim, são cuidados por Ele, e importa que eu seja fiel a Ele, isso basta! Deus recreou o meu coração com o testemunho de algumas ovelhas especiais que tem optado pela obediência, em detrimento de outras, que mais cedo ou mais tarde aprenderão, embora às duras penas, de que "obedecer é melhor do que sacrificar" (I Samuel 15.22)

Fique com Deus!

sábado, 29 de novembro de 2008

ESTOU ENCANTADO!!!

Escrevo esse curto artigo (isso já é algo incomum para mim, acostumado a escrever textos mais longos...) da secretaria de nossa igreja com o coração emocionado com o que Deus vem fazendo em nosso meio nesse fim de semana. Estão sendo dias de pura benção e contentamento espirituais!

Estamos sediando o VI Congresso de Mulheres aqui da região Costa Verde... e com o grupo expressivo de quase 100 irmãs batistas temos toda uma programação voltada para a unidade e confraternização das mulheres santas das cidades de Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro e Mangaratiba.

Ontem tivemos a abertura do Congresso com um momento de cânticos e hinos espirituais, conduzidos por nosso ministério de música e também uma irmã especial de Monsuaba. Orações, dramatizações para conscientização de nossa unidade e devocionalidade sadias, fincadas no solo fértil da espiritualidade cristã.

O que me encanta é que tudo está sendo organizado por uma santa irmã de nome Mary, que a despeito de suas limitações (todos nós as temos) que tem apresentado uma capacidade incrível de delegação de responsabilidades e poder de agregação (o que costuma ser raro em nosso meio!). E, além disso, temos por aqui mulheres que abriram mão de dois dias do convivio familiar e eclesiástico para compartilharem umas com as outras um tempo maduro de reflexão bíblica e informações úteis para a vida cotidiana das mulheres.

Agora mesmo, às 16:38, as mulheres estão ouvindo uma palestra sobre "reaproveitamento de alimentos" dada por um funcionário da rede de hotéis Meliá, aqui de nossa cidade. E estão atentas, cerca de 40 vigorosas mulheres!

Como nossas igrejas seriam melhores se houvesse um investimento ainda mais pesado na união dos crentes! Pela manhã tivemos a Marilene Vieira que falou da necessidade de investirmos nas crianças de nossas comunidades, já diria C.H. Spurgeon que precisamos zelar dos "cordeirinhos de Jesus" para que eles não voltem até nós, já machucados, com suas lãs roupadas e suas gorduras retiradas para satisfação do "lobo dos lobos", o diabo, nosso adversário!

Estou encantado! Até mesmo porque percebo que é possível sim, trabalharmos juntos, e crermos no avanço do Reino de Deus apartir do nosso engajamento na Obra de Deus. Sem apedrejamentos, brigas por posição e doenças da alma egoísta e insatisfeita em si mesma!

Não sei não... mas, percebo já o frescor do avivamento em nosso meio! E, parece-me que as coisas começam a mudar em nosso meio... Que o Senhor Deus seja louvado em nosso meio!!!

Soli Deo Gloriae

terça-feira, 25 de novembro de 2008

NÃO OUÇA A VOZ DE ESTRANHOS!

"... mas de modo algum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos." (João 10.5)

Homero (e não Heródoto, como eu disse erroneamente em minha mensagem no domingo passado) escreveu uma epopéia intitulada "Iliada e Odisséia", nela ele conta uma das façanhas do mitológico Ulisses. Certa feita temendo ser assediado por sereias e acabar caindo no encanto delas e sendo consequentemente morto, ele resolveu pedir que o amarrassem numa haste dentro do navio, para que, mesmo ouvindo o canto sedutor não fosse possível sua ida até elas. Uma estratégia que acabou lhe preservando a vida.

Lembrei domingo passado dessa historieta para ilustrar a "voz dos estranhos" que precisamos estar atentos para não darmos ouvidos, caso estejamos interessados em nossa saúde espiritual. Dentre tantas "vozes de estranhos" lembro-me agora dos seguintes:

(1) A voz do consumismo irresponsável.

O governo federal vai lançar uma propaganda nos principais meios de comunicação (e isso foi anunciado ontem, após reunião ministerial na "Granja do Horto)incentivando o consumo do brasileiro. A fala é num tom de messianismo econômico uma vez que, tem sido dito e re-dito por autoridades vindas de Brasilia de que no Brasil não haverá efeitos destrutivos dessa crise internacional, por isso, "vão às compras nesse fim de ano!".

Isso se não é irresponsável é imoral! O brasileiro não pode cair nesse "conto de fadas" porque a crise financeira já pode ser percebida no bolso comum das pessoas, o que acontece é que, por estarmos por demais acostumados a vivermos no sufuco, achamos que nada mudou! Mudou sim! Vá ao supermercado, pesquise os preços das roupas, e demais acessórios de vida útil e você perceberá que houve sim, um avanço nos preços e que, com essas taxas de juros sendo ainda uma das maiores do planeta Terra qualquer cuidado e diligência nas compras será bem vindo! Isso para a sua sobrevivência financeira!

Conselheiros financeiros equilibrados têm dito: não entre 2009 com dívidas! guarde parte do 13o. para garantir os primeiros momentos do novo ano, é melhor ter os dois pés no chão e comprar o estritamente necessário sem desperdiçar com quinquilharias eletrônicas ou presentes caros para impressionar pessoas que você nem conhece direito!

Eu já citei nesse espaço a transformação que alguns valores de simplicidade, humildade e temperança têm para influenciar aqueles que, dominados pelo sistema e viciados em compras exorbitantes precisam parar e se perguntarem quando o que é suficiente será de fato suficiente! Lembro-me de um velho hino quacre, citado por Richard Foxter: "quando se adquire a verdadeira simplicidade, curvar e dobrar não é vergonha ou indignidade. Nosso deleite será virar e virar, até que, ao virar, virando vamos a consciência recobrar."

(2) A voz do erro neopentecostal.

Gostei muito de uma entrevista do bispo Robinson Cavalcanti em que ele nomeia os neo-pentecostais de "pseudo-pentecostais"! É isso mesmo! Trata-se de um desrespeito à história pentecostal desse pais, colocá-los juntos com o pessoal da Universal, Poder Mundial, Internacional da Graça, Sara Nossa Terra e outras comunidades congênires, Renascer, dentre outras!!! Essas todas são igrejas-de-mercado que satisfazem seus clientes com um mínimo de compromisso cristão aliado à ganância por enriquecimento mágico. Trata-se de uma fórmula irresistivel para uma parcela considerável da população brasileira que não vê diferença entre Jesus e o gênio da lâmpada!

Os pseudo-pentecostais afrontam o senhorio de Cristo no oferecimento instantâneo de soluções a curto prazo de questões que levariam, se o processo espiritual fosse bíblico, uma vida inteira para se tratar! Seus pastores são executivos da fé que entendem que estão diante de uma verdadeira "cruzada", angariar fundos para implantarem no Brasil um império gospel onde seus interesses vão ser "enfiados guela abaixo" das pessoas sem reflexão critica e muito menos teológica!

Não á a toa que muitos deles, tem seus representantes principais em Brasilia atendendo os seus interesses! Nesse ponto aqui eu faço um destaque preocupante: o Bispo Manuel Ferreira, da importante denominação pentecostal, representante da Igreja Assembléia de Deus, ministério de Madureira anda equivocado (ou mal intencionado) em sua suposta relação com Reverendo Moon, penso que esse fato deveria ser apurado e a sua igreja deveria se manifestar em nota pública para que a população crítica desse país não inclua essa importante denominação no mesmo rol dos pseudo-pentecostais. Esse é o meu recado.

A voz dos pseudo-pentecostais é charmosa, atraente, mas como o pecado, mostra a isca mas esconde o anzol. Não sobrevive à uma mínima hermenêutica bíblica, eu diria para esses, "nem só de pão viverá o homem", pois eles são imediatistas e preocupados por demais com o vil metal. São interesseiros e seus líderes, denominados apóstolos, missinários, bispos, dentre outros, vivem em situações de vida completamente acima da média do povo brasileiro e, demonstram cinicamente seus discursos por uma vida de fé, confundindo pensamento positivo com confiança inabalável nas promessas de Deus! São enganadores da fé simples do povo, ouso a dizer, são "ladrões e salteadores".

Fico por aqui com essas duas vozes de estranhos! Há muito mais! Mas, não quero transformar esse espaço virtual fabuloso em tribuna de protestos pessoais pura e simplesmente. Sou refém das Sagradas Escrituras, a ela me submeto e a minha consciência determina que, antes de confrontar o erro, tenho de pregar o acerto, e isso faço, cotidianamente, na dependência da Graça de Deus!

Um abração.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A IGREJA TEM DONO, OK?

Nesta semana que passou, nossa igreja esteve envolvida nas comemorações dos seus 16 anos com senso redobrado de afeição pelo Senhor e desejo de mudanças estruturais e relacionais visando o cumprimento de nosso propósito enquanto agência do Reino de Deus nessa cidade.

Foram cultos efusivos, espirituais e espontâneos onde apresentamos o nosso melhor em termos humanos para um Deus que é sobrenatural e que tem agido de modo marcante em nossa curta história neste lugar.

Interessante foi a unidade de propósitos das mensagens que ouvimos neste tempo. Eu preguei na quinta, dia 13/11 no pré aniversário em Mateus 16.15-19 onde trabalhei sobre valores que precisamos retomar enquanto igreja, sobretudo no entendimento de que estamos em processo de edificação pelo fato do Senhor Jesus ter dito "edificarei a minha igreja". Citei Mattew Henry que afirmava que "nós somos construção de Deus, e uma construção é uma obra progressiva; a igreja neste tempo está em formação, como uma casa em construção".

No sábado, o pr. Luis Fernando trabalhou com base em Galátas 2.20, falando do sonho do apóstolo Paulo por uma igreja que exerça influência no mundo a partir da cruz, ele repetiu várias vezes, "não existe cristianismo sem cruz". Sua fala foi feliz, até mesmo porque veio de alguém que é filho da igreja, foi convertido aqui, chamado ao ministério aqui, preparado sob o investimento da igreja e ordenado à pedido de nossa igreja para pastorear em uma cidade próxima daqui.

Ontem, o pr. Elhiabe Antunes, pastor há 40 anos da Igreja Evangélica Congregacional aqui de nossa cidade, Angra dos Reis, foi feliz em expor a mensagem a partir de I Timóteo 3.15: "para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade."

Sobre essa última mensagem, ainda com a mente fresca e o coração aquecido pelo calor das Escrituras me ponho a escrever esse artigo na pretensão de despertá-lo ainda mais para essa verdade taxativa: "a igreja tem dono".

Pr. Elhiabe disse ontem que a igreja do Senhor Jesus é bela, é forte, é valiosa, custou o sangue do próprio Jesus (I Pedro 1.18,19) e que como Rebeca foi para Isaque, Sulamita para Salomão, a noiva para o noivo, Jesus é da igreja e a igreja é de Jesus. E ela deve ser protetora, preservadora e propagadora da verdade.

A igreja é algo tão valioso, que os homens tem tentado hà séculos acabar com ela e não conseguem. J.C.Ryle dizia que "coisa alguma poderá arruiná-la ou destruí-la. Seus membros podem ser perseguidos, oprimidos, encarcerados, açoitados, degolados ou queimados, mas a verdadeira Igreja nunca se extinguirá."

Tudo isso é fascinante! Eu olho para a minha caminhada com a igreja do Senhor Jesus nestes meus 34 anos de vida e fico encantado o quanto o Senhor tem me preservado de jamais, tê-la ridicularizada a despeito das lutas e privações que já passei e ainda passo nestes presentes tempos. Entendo de que as decepções vem dos homens, é como o tapete persa invertido (como o pr. Elhiabe nos disse) parecem fios sem expressão e nexo, mas que quando colocado do modo certo expressa beleza e deleite aos olhos.

Tenho sido também parte desse tapete feio do lado errado, mas belo do lado certo! E dou as mãos para aqueles que desejam amar a igreja, por conta do seu dono, o Senhor Jesus! Não adianta tentarmos assumir as rédeas da igreja, com o nosso governo humano a igreja não teria sobrevido à primeira década de existência. Eu não tenho dúvidas de que o fundamento da sobrevivência da igreja é a ação preservadora do Senhor Jesus dando graça e favor para que os homens não acabem enfeiando aquilo que Deus idealizou de mais lindo na face da terra!

Lembro-me de C.S. Lewis quando indagado sobre a sua persistência em frequentar os cultos de uma igreja. Uma vez perguntaram para Lewis: "É necessário freqüentar um culto ou ser membro de uma comunidade cristã para um modo cristão de vida?" Sua resposta foi a seguinte:

"Esta é uma pergunta que eu não posso responder. Minha própria experiência é que logo que eu me tornei um cristão, cerca de quatorze anos atrás, eu pensava que poderia me virar sozinho, me retirando a meu quarto e lendo teologia, e não freqüentava igrejas ou estudos bíblicos; e então mais tarde eu descobri que era o único modo de você agitar sua bandeira; e, naturalmente, eu descobri que isso significava ser um alvo. É extraordinário o quão inconveniente para sua família é você ter que acordar cedo para ir à Igreja. Não importa tanto se você tem que acordar cedo para qualquer outra coisa, mas se você acorda cedo para ir à igreja é algo egoísta de sua parte e você irrita todos na casa. Se há qualquer coisa no ensinamento do Novo Testamento que é na natureza de mandamento, é que você é obrigado a participar do Sacramento e você não pode fazer isso sem ir à igreja. Eu não gostava muito dos seus hinos, os quais eu considerava poemas de quinta categoria com música de sexta categoria. Mas à medida em que eu ia eu vi o grande mérito disso. Eu me vi diante de pessoas diferentes de aparência e educação diferentes, e meu conceito gradualmente começou a se desfazer. Eu percebi que os hinos (os quais eram apenas música de sexta categoria) eram, no entanto, cantados com tamanha devoção e entrega por um velho santo calçando botas de borracha no banco ao lado, e então você percebe que você não está apto sequer para limpar aquelas botas. Isso o liberta de seu conceito solitário."

Não tenho muito o que dizer após esse testemunho. Ele é o meu também. Às vezes, confesso, penso em parar. Em desistir. Mas, ai me lembro dos santos de "sapatos de borracha", e me conscientizo que não posso me dar ao luxo de nem sequer me achar superior a estes, pois, não sou digno! Tenho de continuar. Por amor aos fiéis que não permitiram que as lutas desse tempo mal lhes roubasse a alegria de fazer parte da família de Deus, e dessa "coisa" que é bela, porque tem dono, e o seu dono é nada mais, nada menos do que o próprio Senhor Jesus.

A Ele toda honra e toda a glória! Obrigado, Jesus pela existência da igreja!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

PONHA EM ORDEM TUA VIDA!

"Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás". (II Reis 20.1)

Deus, através de seu profeta Isaías disse essas palavras ao rei Ezequias (aproximadamente sec. VIII a.C) por ocasião de uma enfermidade que iria vitimá-lo, caso a providência divina não lhe tivese reservado mais 15 dias, de acordo com a soberana vontade do Senhor!

Essa frase que li em minha devocional de hoje, me fez analisar as coisas que tenho de colocar em ordem na minha vida. É interessante que, o rei Ezequias, ao pensar naquilo que tinha de colocar ordem em sua casa, diz o texto bíblico, no verso seguinte ao destacado: "...E Ezequias chorou muitíssimo".

É fato que, ajustes existenciais sempre acarretam muita dor, aquele desespero da alma de se ter muito o que fazer em tão pouco tempo! Caso eu começasse hoje o meu ministério pastoral, e para trás já ficaram 15 anos, eu faria algumas coisas diferentes, e é a partir desse ponto que quero escrever nessa oportunidade.

(1) Em começando o ministério de novo, eu oraria ainda mais.

A oração é o combustível para um ministerio grandiloquente e cheio de resultados divinos. Perguntado sobre qual o segredo de seu ministério bem sucedido, C. H. Spurgeon não hesitou em responder que era porque ele tinha uma igreja que orava por ele. A impressão (e não é, certamente imaginativa) é de que ministérios que são regados à intensa oração são mais eficazes nos momentos de perdas e fracassos.

Eu já enfrentei fracassos em meus curtos anos de ministério em que eu pensei que o mundo desabaria sobre a minha cabeça. Já me senti desmotivado em subir ao púlpito da igreja, e sobretudo em me relacionar com determinados crentes. Estou sendo franco! Já pensei em desistir!

Mas, o que me agarrou ao ministério, foi a consciência de que eu tenho um chamado! O meu chamado não foi fruto de uma mera combinação de circunstâncias. Quando eu busco reminescências em minha memória eu me vejo em intensa oração no desejo de fazer a vontade do Pai em minha vida, com meus 18 anos, e certo de que, mesmo com parcos recursos eu iria sobreviver na cidade grande (Rio de Janeiro, RJ) e o Senhor iria me fazer prevalecer!

Quando passei por algumas crises por aqui no ministério (algumas que estou em desdobramentos ainda hoje) o que sempre me manteve de pé foi a promessa do Senhor de que "aquele que começou a boa obra, a aperfeiçoará até o dia de Cristo", Filipenses 1.6.

Muitas vezes eu ouvia um "estou orando por sua vida" por pessoas especiais que não sabiam (e nem pretendiam saber, pois não eram interesseiros por fatos novos), e esse fato me animava sobremaneira na esperança de que Deus estaria em breve intercedendo em meu favor na situação apertada que estava passando. Na realidade, em nenhum momento eu poderia em sã consciência sentir-me só, pois Deus sempre enviava os seus anjos-intercessores para estar junto de mim.

(2) Em começando o ministério de novo, eu estudaria mais.

Uma das críticas que eu faço à nossa denominação (Batista, CBB) é que não há um projeto de investimentos para os obreiros alargarem suas fronteiras do conhecimento em cursos de atualização, pós graduação e demais ferramentas de ensino de modo livre, desembaraçado e gratuito. A denominação tinha que, através de seus recebimentos, investir nos pastores no campo e abrir as portas dos seminários para serem centros de excelência. Mas, minha tristeza é saber que liberais podem dar aulas nos nossos seminários, e expandir seus ensinos nocivos, mas obreiros no campo sentem-se impedidos de fazer uma pós, devido aos preços estressantes que são praticados!

Mas, mesmo assim, dá para estudar um pouco mais! Na compra de livros em preços melhores, sendo "comportor" de editoras sérias nesse pais! Ainda há espaço para aqueles que desejam vender literaturas de alto nível a preços módicos, e com isso também abrir espaço para o seu crescimento pessoal, fazendo assim especializações por fora das instituições de ensino teológico que temos por ai!

Uma das bençãos recentes de minha vida é esse trabalho de ser revendedor de literatura teológica. Não tenho lucrado com isso, até mesmo porque esse não é o propósito, mas tenho, em Deus, oferecido saber bíblico à muitos com o propósito de fazê-los refletir mais nas Escrituras, tirando dela princípios para uma vida autêntica e verdadeiramente cristã.

(3) Em começando o ministério de novo, eu treinaria mais novos lideres.

Na realidade, existem determinados crentes que, por virem de outras igrejas, e por terem passado sob a direção (alguns de modo rebelde desde o inicio) de vários pastores nunca poderão se adequar à nossa visão de ministério, não adianta tentar! O néctar da igreja é o novo convertido! Devemos ter sensibilidade para trabalhar com aqueles que vêm sob a nossa liderança ministerial e contar também com crentes que tenham histórico de serviço humilde abnegado e que nunca tenham saido de suas igrejas de origem com um histórico de rebeldia quer seja explícita ou velada!

Vez por outra eu pensei que haveria possibilidade de restauração de líder com caráter arranhado! Mas, me perdoem os que pensam o contrário, não fui bem sucedido, e eu tenho experiências dolorosas para contar! Agora, o investimento em novas lideranças que são nascidas no período de nosso ministério não, o contentamento é claro e evidente! Por isso nesta reflexão eu falo em termos de treinarmos mais pessoas, semana após semana para ocupar posições de liderança em nossas igrejas, desbancando os que já foram arranhados de uma forma ou outra em outras igrejas!

Enfim, penso que essas são reflexões regadas à luz das minhas experiências nesses quinze anos, eu poderia eventualmente fazer uma coisa ou outra diferente, sem dúvida, mas tenho para mim que estes são os três pontos mais salientes que me vêm à mente nesta manhã de terça feira.

Que o Senhor que sonda os nossos coraçãos me visite com graça, e a você leitor(a) também e que possamos viver intensamente o dia de hoje, como se Cristo voltasse amanhã!

Glória a Deus!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

SÁBADO DIA 15, É ANIVERSÁRIO DA IBACEN. VENHA COMEMORAR COM A GENTE!

Um olhar para trás sempre vem caracterizado com uma dose de saudosismo e saudade. E, saudade é uma palavra triste, bem brasileira, uma vez que não existe em outra lingua excetuando o português uma palavra que exprime esse sentimento tão ingrato e ao mesmo tempo tão vital.

Só não sentimos saudades daquilo que nos causa dor, e mesmo em relação aos infortúnios da vida sentimo-nos presos de esperança por dias melhores onde galgaremos pelos degraus do desencanto até chegarmos ao topo de nossas mais angustiantes realizações.

Olhando para a IBACEN, nossa igreja querida aqui na Japuiba, me vejo nostálgico e apreensivo, pois cheguei para pastorear por aqui há exatos 15 anos, ainda um garoto com 19 anos e cheio de sonhos e projetos que, julgava eu na época, capazes de revolucionar a igreja que existia aqui ainda bem no inicio, com apenas 01 ano de existência e que reunia um grupo de aproximadamente 40 pessoas nos cultos de domingo à noite!

Estávamos na Rua Divinéia número 31, nosso primeiro endereço. Um templo acanhado, pequeno, com um pé de rosas na frente e uma goibeira no quintal atrás, com uma casa escura onde ficavam nossas crianças e se reuniam também os jovens e adolescentes em um banco de madeira. Nossa liderança era firme e madura, com peso de idade que superava os 50 anos, mas que vibrava em sonhos de que, uma igreja forte estava sendo plantada naquele lugar, e uma coisa eu percebi desde o meu primeiro contato com a igreja: a gente que aqui se reunia era briosa e valente!

Era em idos de 1994, o primeiro pastor da igreja foi o pr. Paulo de Souza Netto, que nunca havia morado em nossa cidade pois sua residência era em Resende, RJ, havia deixado a liderança espiritual da igreja em novembro do ano anterior e a liderança buscou um nome de consenso em sua "comissão de sucessão pastoral" e, houve acordo em convidar o então seminarista do segundo ano de seminário, Ezequias Amancio Marins. Convite feito e aceito, em maio de 1994 houve a posse no ministério pastoral titular com a presença de autoridades eclesiásticas da região.

O trabalho persistiu com galhardia e espírito de dedicação e afinco. Em 1997 a igreja foi tocada por Deus para a compra de um terreno de mais de 500 m2 em plena Estrada Angra Getulândia, ao lado do Campo da Porteira. Na época éramos 54 membros e o desafio nos pareceu, à primeira vista, impossível de ser alcançado.

Mas, aprouve a Deus, que mesmo com algumas resistências (incluindo pessoas de liderança) fizéssemos o negócio, antecipando R$ 5000,00 de entrada e quinze prestações de R$ 1000,00. Em um mês e meio já tínhamos o valor de entrada, o que inclui os recursos de um Bazar que montamos na Rua Itaperuna (casa da irmã Maria Cristina Pereira) e de doações dos membros e cooperadores.

Finalizamos o pagamento do terreno em 1998 com alegria e senso de dever cumprido. E já fizemos a sondagem do solo e as estacas que serviram de sustentação para a nossa obra que fôra terminada a ponto de nos mudarmos para lá apenas em 2006. O tempo de nosso ministério junto à igreja a partir de 2006 está sendo de solidificação dos principais valores de nossa igreja no anseio pelo derramamento sobre nós de um avivamento que seja bíblico.

Sonhamos com uma igreja fortemente amparada nos seguintes valores de um avivamento:

(a) Primeiramente, que seja marcado pela seguinte definição do que vem a ser um avivamento.

"Avivamento é uma época quando, por causa da atuação poderosa e soberana do Espírito, a preocupação com a glória de Deus é a questão mais importante na vida de muitas pessoas, quando os cristãos são reanimados na fé, pecadores são convencidos de que o evangelho é verdadeiro sendo levados à conversão."

(b) Necessitamos de um reavivamento de vida santa.

Sabemos que as pessoas virão até nós pelo testemunho de nossas vidas e não exatamente por termos nosso templo estabelecido em um local estratégico, termos uma placa anunciando o nosso nome, ou por termos em nossa liturgia algo que vá atrair as pessoas por si só... Cremos que as pessoas serão tocadas e influenciadas a seguirem a Jesus conosco pelo fato de ostentarmos uma vida piedosa e separada das coisas perniciosas deste tempo vil e pecaminoso. Assim como foi no século XVII na Inglaterra quando as igrejas estavam vivendo em frieza espiritual, e o pecado e a carnalidade alcançava números expressivos na sociedade, e o Senhor Deus resolveu intervir avivando o coração de John Wesley a buscar com coração aquecido o avivamento, e como resultado ele assistiu o derramamento do Espírito Santo de Deus marcando aquela geração, sonhamos com este tempo de graça sobre nossa igreja!

(c) Profunda Consciência de pecado.

Conta-se que o período denominado por alguns como “avivamento puritano”, depois da famosa pregação de Jônatas Edwards, “pecadores nas mãos de um Deus irado”, as pessoas agarravam-se às colunas do templo, tal era a consciência do pecado, aqui em nossa igreja sonhamos com essa demonstração de poder do Espírito Santo entre nós, quando o choro produzido em meio à exposição das Sagradas Escrituras toquem estruturas de ser mais profundas trazendo zelo pelas coisas de Deus e reconhecimento sincero de que, o pecado precisa ser tirado do meio de nós.

(d) A recuperação das Escrituras como única regra de fé e prática e de sua autoridade.

Os textos bíblicos que apontam para essa necessidade são vários, vou citar alguns:

"Porque derramarei água (simbolo da Palavra de Deus) sobre o sedento, e correntes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha benção sobre a tua descendência e brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes de águas". (Isaías 44.3,4)

"Eis que vêm os dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor." (Amós 8.11)

"Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado." (João 15.3)

Em tempos de avivamento tudo começa a acontecer apartir do derramamento da Palavra de Deus na vivência da igreja local, onde já não se encontra espaço para revelações humanas, invenções gedozistas de líderes mal-intencionados, ministrações de louvor mântricos e diabólicos, enfim novidades que maculam o verdadeiro evangelho do Senhor Jesus.

Que neste culto de aniversário da nossa IBACEN, estejamos juntos suplicando pelo favor do Senhor, a fim de que Ele nos dê a benção de vivermos um avivamento neste tempo tão cáotico que vivemos. Encerro com as palavras do cantico: "Faz um milagre em mim", de Regis Danese:

"Entra na minha casa, entra na minha vida, mexe com minha estrutura, sara todas as feridas. Me ensina a ter santidade, quero amar somente a Ti, porque o Senhor é o meu bem maior. Faz um milagre em mim!"

A Deus toda glória!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

PÚLPITOS AVIVADOS, BANCOS AVIVADOS! MANDA FOGO, SENHOR!

"Queremos outros Luteros, Calvinos, Bunyans, Whitefields, homens preparados para marcar eras, cujos nomes inspiram terror aos ouvidos dos nossos inimigos. Necessitamos deles desesperadamente. De onde eles virão para nós? Eles são presentes de Jesus Cristo para a igreja, e virão em tempo oportuno. Jesus tem poder de nos trazer de volta a era de ouro dos pregadores, e quando a boa e antiga verdade for mais uma vez pregada por homens cujos lábios foram tocados por uma brasa tirada do altar, isto será o instrumento na mão do Espírito para realizar um grande avivamento da religião em toda a terra... Eu não busco outro meio de converter os homens além da simples pregação do evangelho e do abrir de seus ouvidos para que o ouçam. No momento em que a igreja de Deus desprezar o púlpito, Deus desprezará a igreja. É por meio deste ministério que o Senhor se agrada em despertar a abençoar Sua igreja." (C. H. Spurgeon)

Tenho me debruçado com literaturas e estado abraçado com fortes e vigorosas reflexões sobre o impacto da mensagem bíblica, cristocêntrica e com autoridade sobrenatural exposta semana após semana em nosso púlpito aqui na IBACEN, com consciência de minhas limitações e desejo radiante de ver a glória de Deus entre nós de maneira indelével e marcante.

Quanto eu me lembro da experiência de Isaias, que ele registra no capítulo 06 do livro que leva o seu nome, me arrepio dos pés à cabeça no entendimento de que os olhos do profeta viram o Rei... assentado sobre um alto e sublime trono... com as orlas do seu manto chegando ao chão.. e expondo toda a sua magnificência em vislumbres de poder e majestade. Glória a Deus! Que visão!

E, após essa visão faustosa vemos que o profeta logo reconhece sua fragilidade no falar... "eu sou homem de lábios impuros"... Quero me ater a esse comentário do profeta para trazer à luz uma reflexão sobre as minhas limitações enquanto pregador, e a necessidade que eu tenho de ter mais empenho na exposição das Escrituras em minha experiência como homem e pregador da Palavra do Eterno.

(a) Preciso ter ouvidos atentos à voz de Deus.

"Fala que o teu servo ouve", a sugestão dada por Eli ao pequeno Samuel, em I Samuel 3.9 é pertinente também a todos os que assomam ao púlpito para anunciar o recado de Deus. Isso porque, através de ouvidos sensíveis recebemos dos céus aquelas orientações importantes para a nossa vida em todos os níveis relacionais: conosco mesmos, com os outros e com o próprio Deus!

Ouvidos afinados pelo diapasão divino! O diapasão é um aparelho que serve para afinar instrumentos, e o pregador precisa saber identificar qual é o tom adequado para a sua prédica alcançar o coração do seu ouvinte com uma palavra de soma relevante a fim de gerar transformação de vida! Uma oração sincera a Deus seria: "Senhor, tome os meus ouvidos com a regulação exata da sua fala santa, a fim de que eu venha a perceber quais as suas intenções para o nosso povo neste tempo de tantos desafios e percalços para a fé genuinamente pura!".

(b) Preciso ser "boca de Deus".

Lembro-me de C. H. Spurgeon que disse certa feita que "pregação é teologia que sai de lábios quentes". Quando o homem e a mulher de Deus expõe a Palavra do Eterno com fidelidade precisa fazê-lo com calor e aquecimentos espirituais. Na realidade, não se trata de emocionalismo, mas de intimidade com o Senhor, como foi o que ocorreu com os discípulos no caminho de Emaús que sentiram os seus corações aquecidos quando estavam com o Senhor Jesus (Lucas 24.32).

Para ser "boca de Deus" o pregador precisa ter certeza de que a interpretação que ele faz das Escrituras é correta do ponto de vista gramatical, contextual, semântico e teológico. E, para se ter essa certeza é preciso ter acesso a comentários bíblicos respeitados, sermões de outras personalidades do passado, devocionais bíblicos respeitados e uma mente treinada para receber as verdades bíblicas e assimilá-las ao contexto imediato e mediato (do tempo bíblico e do nosso hoje).

(c) Preciso ter olhos fitos na glória de Deus.

Lendo ontem sobre a homilética de João Calvino, destaquei uma fala do autor do livro, Steven J. Lawson, "Este era o sentimento presente na pregação de Calvino. Do começo ao fim, era soli Deo gloria- somente para a honra e majestade de Deus. Desde seu cuidadoso estudo do texto inspirado até a pregação em si, para este reformador de Genebra, todas as coisas eram dEle, por meio dEle, e para ele. Só podemos dizer: A Deus seja a glória para smpre. Amém, quando há um estilo de pregação como este."

Quando a obcessão do nosso coração é expor a glória de Deus, fazemos de todo o processo de preparação e entrega da mensagem como um culto ao Senhor. A impressão que devemos ter sempre em relação à nossa pregaçao é de molharmos os nossos textos e anotações com lágrimas que saem de nossos olhos impactados pelo fulgor da glória de Deus, do seu peso de excelência sobre nossa tão insignificante figura humana!

Em suma, amados, púlpitos avivados têm como resultados vidas nos bancos em estado de confrontos fortemente espirituais, lágrimas são resultados normais de um avivamento sincero, isso por conta da ardente "convicção de pecados" que sempre acompanha momentos onde a Palavra é pregada de modo fiel e consistente!

Que o Senhor da igreja ao ouvir nosso clamor por um avivamento, nos visite com fogo purificador, para que através de nossas vidas possamos expor seu recado com ouvidos, boca e olhos voltados para o "autor e consumador de nossa fé", Hebreus 12.1,2, Jesus Cristo.

sábado, 1 de novembro de 2008

SENHOR, O SEU AVIVAMENTO PODERIA SER DERRAMADO HOJE!

"Não existe nada novo na teologia, exceto o erro". (C. H. Spurgeon)

Deus tem me dado oportunidades singulares de conviver com irmãos e irmãs que têm comungado do desejo do Senhor romper os céus com um avivamento incrível no meio de seu povo. Enquanto teclo essas palavras aqui, com a companhia de meu garoto no computador do lado, vejo-me no desejo desesperado de clamar por misericórdia do Senhor sobre a minha pálida existência com um vislumbre de sua glória e de seu amor extravagante!

Richard Owen Roberts, um profundo estudioso da história dos avivamentos tem escrito livros e artigos em que ele pinça alguns episódios vividos por aqueles que ansiavam buscar ao Senhor e o encontraram no roldão de grandes experiências com o Espírito Santo de Deus! Ele certa feita fez um comentário que até os dias de hoje me perturba: "logo que se torna evidente que a imoralidade está crescendo, e que a espiritualidade está caindo, uma igreja biblicamente equilibrada e viva não começará a culpar ingenuamente o mundo, mas imediatamente reconhecerá sua própria cumplicidade."

É impossível ler essa fala sem observarmos o quanto nós estamos envolvidos em uma cultura eclesiástica tão distante do ideal divino que assistimos ao esfacelamento de nossos valores bíblicos e doutrinários e, enquanto isso, assistimos passivamente os noticiários sem nos importarmos que somos NÓS os maiores responsáveis desse caos todo! Está faltando sal e luz na terra e no mundo, e a igreja do Senhor encontra-se tão encastelada em sua estrutura faraônica que esquece-se do mundão que precisa ser alcançado com o favor do Senhor.

Temo de estarmos fazendo juz à parábola contada por Kierkegard: Ele conta que um circo se instalou próximo de uma cidadezinha dinamarquesa. Este circo pegou fogo. O proprietário do circo vendo o perigo do fogo se alastrar e atingir a cidade, mandou o palhaço, que já estava vestido a caráter, pedir ajuda naquela cidade a fim de apagar o fogo, falando do perigo iminente. Inútil foi todo o esforço do palhaço para convencer os seus ouvintes. Os aldeões riam e aplaudiam o palhaço entendendo ser esta uma brilhante estratégia para fazê-los participar do espetáculo... Quanto mais o palhaço falava, gritava e chorava, insistindo em seu apelo, mais o povo ria e aplaudia... O fogo se propagou pelo campo seco, atingiu a cidade e esta foi destruída.

É fato que o mundo tem olhado para a igreja e rido de nossa desunião, da falta de uma identidade cristã definida, de nossa ânsia em imitarmos os modelos de crescimento das empressas de sucesso, de nossos pastores-políticos e políticos-pastores, da leviandade de nossa palavra empenhada, de nosso orgulho denominacional, de nossos cânticos doidos, de nossa falta de sensibilidade social, enfim de nosso fracasso como povo que se chama pelo nome do próprio Deus!

Clamo por um avivamento, e ele tem as seguintes marcas que julgo que sempre acompanham os movimentos que tem como gênese o coração amoroso de nosso Deus:

- Um avivamento que crie uma forte convicção de pecados em nosso povo, onde a consciência viva da corrupção interior afasta a auto-suficiência e a auto- estima.

- Um avivamento que seja marcado pelo temor de Deus e uma renovada apreciação de sua grandeza e majestade.

- Um avivamento que traga beneficios valiosos como a intimidade com Deus e a descoberta do propósito dele para a vida de seus filhos.

- Um avivamento que crie uma renovada urgência para completar a tarefa missionária que Jesus deixou para a sua igreja.

- Um avivamento que traga como marcas da atuação divina o surgimento de milagres e prodigios nas reuniões dos santos.

- Um avivamento que crie uma unidade espiritual entre os membros da família de Deus, que inclui todos os irmãos que crêem nos lemas da Reforma: tradicionais e pentecostais.

- Um avivamento que faça os crentes buscarem incansavelmente a santificação.

- Um avivamento que crie nos cultos uma atmosfera de adoração verdadeira que domina o coração de toda a congregação.

- Um avivamento que cria um amor que brilha nos olhos dos que foram surpreendidos pela bondade de Deus.

- E, por fim, um avivamento que cria prazer na prática da oração.

Compartilho com o Dr. Russel Shedd em seu livro, "avivamento e renovação", da Ed. Shedd Publicações todas essas marcas de um avivamento genuinamente bíblico. Termino essa postagem com um testemunho que não consigo deixar de registrar nesse artigo sobre este tema tão pertinente na igreja do Senhor Jesus.

Trata-se do testemunho de uma vida dedicada à oração, de uma senhora que abandonara a sua vida comum para se dedicar à meditação e aplicação nas disciplinas espirituais. Sua escola teológica era bem amparada pelos chamados "pais do deserto", com suas leituras e textos que versavam sobre a vida profunda de visitação constante ao trono da graça de Deus através do mergulho profundo em Deus! Seu nome: Madame Guyon (1648-1717).

Com seu relato sobre oração, termino meu artigo desprentencioso em si mesmo, mas encharcado da fé de que, ao menos em mim, Deus ministre graça para uma entrega maior na minha devocionalidade medíocre e irregular:

"Nada era mais fácil para mim do que orar. As horas passavam como momentos, enquanto não podia fazer outra coisa senão orar. O meu amor fervoroso não me permitia interrupção. Foi oração de regozijo e de possuir, sem a imaginação levando às reflexões forçadas. Era a oração da vontade (voluntária), não da cabeça. O sabor de Deus era tão grande, tão puro, sem mistura, sem interrupção, que atraiu e absorveu o poder da minha alma para uma reflexão, livre de discurso. Não desejava ver ninguém a não ser só Jesus Cristo. Tudo o mais foi excluído, para que pudesse amar com mais intensidade, sem motivos egoístas ou razões para amar."

terça-feira, 28 de outubro de 2008

PENSANDO ALTO SOBRE AVIVAMENTO!

"Todo avivamento genuino precisa realçar esse Deus sublime em amor, graça e soberania". (J. Edwards)

Avivamento é a intervenção de Deus em uma igreja morna, que convive de modo amistoso demais com o mundo em decomposição moral e espiritual. Fico pensando que tempos em tempos quando a medida da ira do Senhor em relação ao pecado sobeja em uma proporção divinamente impossível de suportar, Deus se agracia de si mesmo em enviar sobre os homens um "batismo de fogo e de poder".

Tenho me convencido de que, não se trata de maneirismos humanos ou traquejos de nossa humanidade perdida e caida, avivamento é coisa de Deus! Eu paro a fim de ler sobre avivamento e confesso, tenho dificuldades de segurar as lágrimas, pois começo a imaginar Deus se derramando como foi em 1904 na experiência de Evan Roberts, o galês que orava, "Senhor, dobra-me...". Esse clamor, que foi apenas um dos tantos que noticiamos nas histórias dos grandes avivamentos expressa um desejo de quebrantamento que supera, em muito aquilo que estamos vivendo em nosso tempo onde a mentira da prosperidade financeira como sinal da benção de Deus faz a cabeça dos Edir Macedos, RR Soares e tantos outros tresloucados de plantão!

Nos avivamentos os crentes não se preocupam com a terra, com os negócios, com as conquistas meramente materiais, eles não se punham a construir catedrais, eles oravam e movimentavam toda uma região com os valores impactantes do evangelho. O que aconteciam nos tempos áureos dos avivamentos é uma repetição de Atos dos Apóstolos quando as multidões diziam a respeito dos cristãos: "eis os que os tem alvoraçado o mundo (colocado-o de pernas para o ar) chegaram também até nós" (Atos 17.6).

(a) O mundo mudava em tempos de avivamento.

Isso foi estampado na Inglaterra no século XVII, quando os irmãos Wesley viajavam no país inteiro com as suas mensagens proclamadas nas praças, nos púlpitos e nas saidas das minas de carvão. Temos relatos de homens que com seus rostos empretecidos de carvão choravam copiosamente, com as lágrimas fazendo caminho brancos em seus rostos! Aleluia! Homens quebrantados pelo calor da mensagem e pela luz que vinha do entendimento do propósito maior de Deus ao criar o ser humano: tê-lo para si em intimidade!

(b) A igreja era balançada em tempos de avivamento.

Já não havia mais concessões a respeito do pecado. Congregados irregenerados não conseguiam assentar à mesa do Senhor para cear. Tudo era muito sério. Solene. Apoteótico. A vida da igreja era vivida na perspectiva dos santos. Hoje como carecemos de um avivamento! Há meninos nos púlpitos! Há moleques nos ministérios de música! Há crianças no diaconato! Não dá para mantermos esse estado de coisas, é tempo de uma intervenção radical de Deus tirando do meio de nós tanto joio, tanta gente perniciosa que só abre a boca para criticas mordazes e expressões de ridicularização de suas lideranças pastorais!

(c) O coração era moido em tempos de avivamento.

E sabe por que? Pelo senso de eternidade, de seriedade em relação à vinda do Senhor Jesus. Richard Owen Roberts, um avivalista que conheci recentemente pelas minhas leituras sobre o tema do avivamento disse algo extremamente relevante: "Não há como escapar do fato de que a questão do juizo faz parte integral da vida de um verdadeiro discipulo de Jesus. Uma das razões por que precisamos tanto de um avivamento hoje é justamente por termos deixado de lado esta questão de juízo e por o considerarmos como algo tão irrelevante para a vida do cristão."

Isso é sério, em tempos de avivamento as pessoas viviam na iminência do juizo de Deus e tremiam de pavor em relação ao dia da grande prestação de contas diante do Deus altissimo. Hoje o que temos é a banalização da vinda do Senhor Jesus, e já há até alguns renomados professores de seminário que já não creêm mais no arrebatamento da igreja!

Pensei alto demais já... paro por aqui... mas prossigo no entendimento de que precisamos orar como Habacuque: "Eu ouvi, Senhor, a tua fama, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos; faze que ela seja conhecida no meio dos anos; na ira lembra-te da misericórdia" (Habacuque 3.2).

sábado, 18 de outubro de 2008

A LINGUA É UMA DES-GRAÇA!

"Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes coisas. Vede quão grande bosque um tão pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; sim, a língua, qual mundo de iniquidade, colocada entre os membros, contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, sendo por sua vez inflamada pelo inferno. Pois toda espécie tanto de feras, como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se doma, e tem sido domada pelo gênero humano; mas a lingua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; e está cheia de peçonha mortal". (Tiago 3.5-8)

Eu fui impelido a escrever algo sobre a maldita língua hoje, neste sábado nublado, em meu escritório de casa com o coração inquieto diante de Deus em imaginar que quanto mais eu conheço o gênero humano, mais eu me conscientizo da maldade que a língua é capaz de fazer, lançando seus improbérios, suas acusações, mentiras e dubiedades, tudo a fim de minar os relacionamentos, mesmo aqueles que são cultivados à longo tempo!

Eu me vejo surpreendido em tendo pessoas que antes desfrutavam da estreiteza de meus relacionamentos mantendo posturas anti-páticas para comigo, simplesmente pelo fato de algumas informações envenenadas terem alcançado os seus corações com a fúria do inferno. E, agora, sinto-me na obrigação de aguardar o tempo do Senhor para uma reconcilição, que, sinceramente, nem sempre se torna possível. Pois, o tempo não cura sentimentos, apenas os cauteriza. A mentira enferma ainda mais com o tempo, e quando acolhida no coração sem a preocupação em se saber "o outro lado", tudo fica mais difícil.

Certo dia, ouvi de um amigo o seguinte: todo fato tem três verdades: a minha, a do outro, e a verdade propriamente dita! É claro que essa frase expressa apenas a intenção da verdade, uma vez que "verdade" só se tem uma, mas o ponto que eu destaco é que, não se pode permitir que Satanás plante qualquer informação desvairada a respeito de alguém (ainda mais quando esse alguém tem crédito de confiança e ainda exerce autoridade espiritual sobre a sua vida!) sem ouvir o outro lado! Isso para mim, é passível de entendimento.

Hoje, como resultado, eu tenho pessoas a quem eu já relevei uns e outros comentários ferinos, que não perdoaram um comentário só, de algo a meu respeito, e prefiriram terminantemente: não se relacionarem comigo! Me parece que como recompensa do tempo de tolerência em amor, colhi intolerância rancorosa.

Mas, não venho aqui neste espaço lido por poucos, ficar me lamentando da sorte pastoral. Apenas quero lhes fazer um protesto: "abaixo a lingua ferina!". Tenho de concordar com Easton, citado por R.N. Champlim: "A língua é uma chama que pode inflamar uma multidão, levando-a a praticar um linchamento. A língua é um pequeno membro, mas pode inspirar uma nação a uma ação heróica. Palavras iracundas iniciam contendas, destroem amizades, destroçam lares, instigam guerras. Por outro lado, palavras consoladoras podem salvar uma alma do desespero; palavras ousadas podem desferir golpes poderosos em favor da justiça; palavras inspiradas podem indicar a marcha na direção do alvo da fraternidade humana...”.

Olha, quando eu olho para a História da humanidade fico assombrado como que grandes homens, como Alexandre, Anibal, Átila, dentre tantos outros querreiros se utilizaram da força do discurso para inflamar seus exércitos, que em um e outro contexto eram minoria mas que encontraram forças no nada para lutarem destemidamente. Foram campeões da palavra!

Mas, também temos na história homens que usaram da lingua para incendiar o ódio, o revanchismo, o racismo e o terrorismo político como Hitler, Id Amim, Stalin, Saddam Hussein, dentre outros facínoras. Isso atesta o ponto de que, na lingua há um peso proporcional de bem e de mal! Há potencial em todos nós de matarmos uma nação inteira só nos utilizando de nossas palavras! As palavras são nocivas ou terapêuticas, depende da fonte, que é o nosso coração! Em suma, corações puros, palavras puras! Corações imundos, palavras imundas!

Quero aplicar algo para a minha vida e para a vida de todos os que, como eu, assustam-se dia após dia com a cretinidade da língua:

01. Coloque freio na sua língua.

Alguém já disse acertadamente que "o potencial da língua para matar é semelhante ao de uma víbora peçonhenta, cuja língua carregada de veneno é irrequieta antes do ataque. A língua mata a alma, a honra, o nome e a reputação de uma pessoa. E o faz com a mesma eficácia de uma serpente venenosa."

Quantas amizades e relacionamentos fraternos, eu quem o diga!, são terminados por conta da lingua de alguém mal intencionado que lança suas críticas e pontos de vista sem o respeito ao direito de resposta ou até mesmo sem consideração à história de quem se fala mal! Fico assustado ao imaginar que se mata mais gente pela língua do que por armas de fogo nesse mundo!

Existem andando por ai, aparentemente livres, homens e mulheres amargurados entre as grades do sofrimento por uma calúnia que não foi comprovada, mas que "caiu na boca do povo" e por isso, sair de casa torna-se uma tortura para esses! Olha, tenho de declarar aqui a verdade bíblica que está exposta em Mt 12:36: "Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo". Tais pessoas pagarão caro por suas linguas demoníacas!

02. Deixe Deus domar a sua lingua!

Santo Agostinho certa feita disse em um de seus comentários:"... ele não diz que ninguém pode domar a língua, mas nenhum dos homens; de modo que quando ela é domada, confessamos que isto se deu pela piedade, ajuda e graça de Deus". Em suma, só Deus com sua intervenção sobrenatural é que pode fazer uma verdadeira varredura em nosso coração para identificar do por quê fez por outra, nossa lingua trabalha como serva do diabo e não como parte integrante de alguém que é filho de Deus.

Nunca você se parece tanto com o Diabo do que quando você abre a boca e deixa sair tudo aquilo que está dentro do seu coração enfermo. O próprio Jesus, certa feita disse do que o nosso interior é constituído: "... maus pensamentos, homicidios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias." (Mateus 15.19)

03. Tome cuidado com aquilo que você ouve.

Certa feita li algo sobre alguns cuidados que precisamos ter com aquilo que ouvimos, inclusive já apliquei isso em uma de minhas mensagens no livro de Tiago no ano passado. Nessa ocasião eu citei o puritano Thomas Watson que disse em seu famoso "ultimo sermão": "Cuidado com o que ouves. Existem certas pessoas que, com seus modos sutis, aprendem a arte de misturar o erro com a verdade e de oferecer veneno em uma taça de ouro. Nosso Salvador, Jesus Cristo, aconselhou-nos: "Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores" (Mt 7.15)."

Em outro momento, Watson reitera: "aos crentes é mister um ouvido discernidor e uma língua crítica, que possam distinguir entre a verdade e o erro e ver a diferença entre o banquete oferecido por Deus e o guisado colocado à sua frente pelo diabo."

Se em nossas igrejas tivessemos crentes (e na denominação, pastores) que honrassem esse principio, sem dúvida viveríamos tempos maiores de paz. Mas, o que ocorre é algo que nos envergonha: palavras e comentários sendo lançados ao ar, espalhados de modo inevitável e depois... não se procura para se filtrar do que é verdade, do que é mentira, e como fruto temos a discórdia, a indiferença, a frieza espiritual e o desassossego da alma de quem, genuinamente luta pela verdade dos fatos e dos sentimentos!

Mas, ainda bem que há uma esperança: clamarmos por um avivamento que venha em nosso país de modo que todas as linguas sejam ungidas pelo Espírito Santo de Deus a proferirem palavras que sejam para abençoar e nunca para amaldiçoar; para edificar e nunca para destrir; para impactar a sociedade com valores cristãos e nunca para magoar a igreja com valores mundanos!

Que Deus nos livre da lingua mentirosa e iracunda em nossas igrejas e que espelhemos o caráter de Deus nesse Brasil que tem sede de verdade e vergonha na cara por parte de crentes e pastores batistas!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

EM ÁGUAS DE LINDÓIA, EU VI A GRAÇA DE DEUS!

"Uma vida investida em comunhão com Deus, é a vida mais prazerosa no mundo inteiro". (Mattew Henry)

Semana passada, dias 06 a 10 de outubro, ano 2008, eu e minha esposa e mais um casal de amigos aqui da nossa igreja desfrutamos de um tempo agradável na presença de Deus na 24a. Conferência FIEL, um encontro para pastores e líderes patrocinado pela "Editora Fiel" (www.editorafiel.com.br).

Um tempo de derramamento do poder de Deus em relação à mensagens que falaram profundamente ao meu coração, seguem algumas anotações que fiz:

"... a verdadeira fé nasce no ventre da consciência de nossa indignidade diante de Deus". (Sam Waldron)

"... quanto mais piedoso o homem (...) maior é a sua necessidade de lutar em relação ao orgulho..."

Pincei apenas duas das muitas frases e esboços guardados por aqui, e o mais substancial é o que não se pode ver nem tocar, mas só se pode sentir, a certeza de que a minha vida foi impactada profundamente.

Tempos como esse funcionam como refrigério no dia a dia puxado de quem vive em função de cuidar dos outros, enquanto vez por outra amarga uma solidão existencial, ao se ver sugado sem ser alimentado! Mas, posso afirmar com galhardia: a conferência FIEL é um oásis em meio ao deserto! Serve para redefinir linhas ministeriais. Na minha vida eu cito essas áreas como determinantes após a Conferência:

(1) Aceito o desafio de ver a igreja a que pastoreio como "única".

Não estou ignorando os defeitos e as limitações do meu povo, mas sim quero destacar que preciso ver a sua unicidade, em seu aspecto mais completo! Domingo agora, dia 12/10, fiquei observando o nosso povo durante o momento de adoração e vibrei por dentro: que entusiasmo! que vontade! quantos rostos ali representam pessoas que lutam com tanto afinco para vencer a carne diuturnamente! que desafios ambulantes!

A igreja, sem sombra de dúvida, não nos permite viver em deslumbramentos obsessivos, temos que estar certos de nossas próprias situações-limites, mas o fato é que, à luz de todas as nossas possibilidades temos avançado como um povo que deseja marcar esse tempo como um grupo de pessoas que se importam com aqueles que caminham a passos largos na direção do inferno! Pessoas que se importam em adorar a Deus do modo como Ele mesmo já prescreveu nas Escrituras! Pessoas que se importam em viver o cristianismo pelo qual Deus entregou o seu Filho!

Na consciência da especificidade de nossa igreja, tenho de tolerar suas manhas e extravagâncias, e preciso entender o tempo de cada um desabrochar-se em seus dons e talentos postos à dedicação do Espírito. Na formação de algum plano ou projeto ministerial sempre tenho de considerar que, infelizmente muitos começarão e poucos terminarão a corrida. É fato que na igreja, uns veêm em cada oportunidade uma calamidade, enquanto outros veêm em cada calamidade, uma oportunidade! São dois olhares, e duas sentenças!!!

(2) Aceito o desafio de levar a pregação expositiva à sério.

A pregação da Palavra de Deus não pode ser menosprezada em nosso meio como já vem sendo em algumas comunidades de fé no Brasilzão de meu Deus! Vim de Aguas de Lindóia, não apenas com livros para ler, mas com conceitos a serem mudados! Penitencio-me por ver que, ainda tenho de crescer mais, ler mais, estudar com mais afinco, esmerar-me para ser um mensageiro fiel e autêntico da Palavra do Eterno!

A Bíblia precisa ser levada a sério em nossos púlpitos. A saúde de uma congregação depende da dieta de seu púlpito. Não temos como sermos negligentes nesse ponto. Tenho admitido para mim mesmo da necessidade não apenas de zelar do púlpito de nossa igreja como também inspirar outros a fazê-lo também! Olho para meus seminaristas aqui e quero impactá-los para também se encherem do conhecimento do Senhor e da boa fé bíblica (Reformada)e da companhia de homens que levam o conselho de Deus como algo imprescindível para suas decisões em qualquer nível que seja!

Como eu gostaria de ver homens e mulheres consultando mais a Deus antes de tomarem qualquer decisão na vida! Como eu gostaria que a Palavra de Deus tivesse destaque maior na agenda de cada um dos nossos crentes! Teríamos certamente menos entulhos humanos na "casa de Deus" se só permanecessem entre nós os que levam as coisas de Deus à sério!!!

(3) Preciso levar mais pessoas à Conferência FIEL em 2009.

Aceito o desafio de indicar você que está recebendo esse texto em seu email, ou você que está visitando esse blog a participar da conferência de 2009. Já temos data, tema e principais preletores: 05 a 09 de outubro, o tema será "Vencendo o Mundo", e ja estão confirmados os pastores Mark Dever (Igreja Batista Capitol Hill); D. A. Carson (Trinity Evangelical Divinity School);Gilson Santos (Igreja Batista da Graça em São José dos Campos, SP) e Adauto Lourenço (Igreja Presbiteriana de Limeira, SP).

Entre em contato com a Editora Fiel, através do email marilene@editorafiel.com.br e escolha o seu hotel, quarto e pague sua inscrição (R$ 200,00) e vá pagando sua hospedagem (em pagando R$ 100,00 por mês... até julho você quita toda a dívida, e agosto, setembro e outubro você junta valores para a sua viagem e compra de livros na excelente livraria que eles oferecem no evento!

Eu recomendo fortemente! Já fizemos nossa inscrição para o próximo ano! Será mais um tempo de graça de Deus nas nossas vidas! Nossos ministérios não serão mais os mesmos! Nossas famílias não serão mais as mesmas! Nossas vidas sofrerão o tempo do bom avivamento do Senhor em nosso meio!!!

Fique com Deus!

domingo, 5 de outubro de 2008

CUIDADO COM O SINCRETISMO!

A palavra “sincretismo” é derivada do grego, sunkretizo, “combinar”. Ela aponta para a realidade de junção de elementos constituintes de uma idéia ou um conceito. Há expressões sincréticas superficiais, quando o ajuntamento é meramente formal, sem nenhuma pretensão em montar um arrazoado que tenha o mínimo de seriedade no seu conteúdo, e há também expressões mais profundas onde no intrigado conjunto de fragmentos vemos a possibilidade de encontrarmos uma verdade excelente.

No sincretismo religioso temos a transposição de elementos de uma cultura religiosa para uma outra, sem se preocupar com a profundidade de tais correspondências, importando-se apenas com o invólucro da fé e não com a sua essência. Um exemplo grandiloquente disso é o que aconteceu com os negros aqui no Brasil Colônia. Uma vez proibidos de exercerem uma fé com suas raízes africanas, eles se submeteram ao “embraquecimento” de seus cultos e rituais apenas trocando os nomes de suas divindades por santos católicos portugueses.

Para o sincretismo teológico, vou novamente me render ao exposto por Champlim em seu dicionário em que ele expõe que se tentou durante anos unificar os credos das igrejas reformadas para que as mesmas fizessem quorum diante do domínio católico em continente europeu em meados do séc. XVI, mas o que se percebeu historicamente foi que um século depois todos os dogmas já estavam estabelecidos e absolutizados e toda tentativa de harmonização (sincretismo) foi considerado fútil. Na teologia o sincretismo esbarra-se na controvérsia do conceito de verdade dogmática, onde o importante não é apenas a verdade real dos fatos, mas também a verdade experimentada no contato com esses fatos!

Ambos, sincretismo religioso e teológico estão o tempo todo na mente do missionário que faz o seu trabalho no campo e depara-se com a tensão de tornar a sua mensagem compreensível ao seu público-alvo. Mas, eu temo que o mergulho nesse processo sem uma reflexão teológica séria poderá render prejuízos à integridade da mensagem evangélica. Já temos em nosso país elementos pagãos, por exemplo, em cultos de várias igrejas (sobretudo, neo-pentecostais!).

Citando textualmente Champlim: “Naturalmente, também existe um sincretismo barato, que meramente combina fatores por motivo de conveniência ou ignorância, não sendo, realmente, uma maneira adequada de inquirir pela verdade”.

Todo sincretismo que não tem como elemento norteador a verdade, cujo conhecimento da mesma torna o homem liberto de suas trevas espirituais (João 8.32) deve ser reputado como nocivo e totalmente inválido na nossa luta pelo retorno da igreja às estruturas simples do evangelho bíblico e cristocêntrico. O próprio apostolo Paulo sentenciou que como igreja somos “coluna e esteio da verdade” (I Timóteo 3.15)

E nessa luta, não podemos perder nunca do refinamento espiritual que somente o discernimento bíblico apurado poderá nos proporcionar, em um tempo de tantas distorções da verdade e tantos “cantos da sereia” com melodias melosas tentando seduzir-nos às heresias destruidoras da fé que temos de pelejar (Judas 3).

terça-feira, 30 de setembro de 2008

UM FIM DE SEMANA EM SUMIDOURO! QUE BENÇÃO TRIPLA!

Passei três dias no fim de semana passado em Sumidouro, em uma região rural, entre Teresópolis e Nova Friburgo. Meu pai é pastor na região de uma igreja acolhedora e carinhosa, a IB Boas Novas, em um lugarejo de nome, "São Lourenço". Eu posso dizer que fui visitado pelo Senhor neste fim de semana! Foi um tempo de meditação, oração e reflexão bíblica como há muito tempo eu não tinha!

Ainda estou vivendo os efeitos de tudo o que experimentei em Deus. Eu fui para fazer uma série de conferências doutrinárias. Me preparei para falar sobre o aspecto prático da nossa fé em Deus, e usei três narrativas bíblicas para endossar o meu tema: Daniel 3, Atos 27 e Marcos 5, mas quero confessar que eu fui muito mais ministrado do que ministrador!

O clima estava propício à aplicação das verdades bíblicas: um povo atento e amoroso em relação às Escrituras. Fui bastante prático em minhas exposições, nada de teoremas ou postulados clássicos da exegese, ministrei vida na vida daquela gente, com rostos queimados pelo sol, em sua maioria lavradores que contam com o milagre diário de germinação da semente para a colheita de frutos em tempo aprazado! Talvez gente, eu não tenha visto um tempo mais próprio para três grandes reflexões acerca da vida:

01. Estamos aqui na vida para colher o que semeamos.

Quando eu penso nas sementes que tenho plantado, lembro-me imediatamente do Salmo 126 e confesso que fico pasmado em apenas pensar que, minhas lágrimas são companheiras inseparáveis de minha semeadura, e que, preciso "levar a semente para semear andando e chorando". Tenho convicção plena de que o meu tempo de colher os meus feixes de trigo estão chegando! Olho para o meu coração e percebo que muita coisa passei neste ano (sobretudo no primeiro semestre) justamente para poder visualizar um tempo de colheita incrível que o Senhor tem guardado para mim, agora não posso deixar de prestar atenção ao fato de que: eu colho o que semeio!

Se eu semeio ressentimento, eu colho aborrecimentos; se eu semeio mentiras, eu colho arbitrariedades; se eu semeio ira, eu colho destruição; se eu semeio desconfianças, eu colho traições, e por ai vai o rosário de tragédias que se sucedem justamente quando eu não observo a qualidade das minhas sementes. A vida pode ser forrada de frutos abençoados quando eu me esmero em semear apenas aquilo que for para a edificação e crescimento da minha vida e do meu próximo. Sabe qual o segredo para se ter apenas sementes de Deus? Encher o coração de pensamentos bíblicos, de expressões de fé e de alegria de um Deus desejoso de se fazer transbordar em nós. Que sejamos como John Bunyan (nas palavras de C. H. Spurgeon), um "sangue bíblico".

02. Na vida precisamos estar preparados para o sol e para a chuva.

Vez por outra vejo pessoas assustadas pelo aparecimento de crises previsíveis no casamento e na vida pessoal. Ora, até parecem que eles vêem à vida apenas pelo prisma dos contentamentos, dos dias de sol, e quando vem a chuva, não suportam o sofrimento e a luta e acabam capitulando cedo demais da batalha, em outras palavras, desistem com extrema facilidade. Eu tenho pedido a Deus pele de rinoceronte, prudência de uma serpente e mansidão de um cordeiro para liderar a igreja do Senhor Jesus neste tempo de crise!

Percebo que o espírito desse século tem sido o do descontentamento por questões mínimas, o desafio constante à autoridade estabelecida, a maldade de fazer de sua opinião pessoal a única expressão da verdade e se isso tudo não fosse suficiente: a tendência de se fazer de "vitima" no contexto de uma repreensão pastoral mais dura! Gente ensimesmada, que aprendeu no inferno a amar apenas a si mesmo e que, ainda costuma se utilizar da famosa artimanha do tamanduá para fazer seus estragos na igreja! O tamanduá quando quer destruir um formigueiro lança sua lingua no orificio do habitat das formiguinhas que insistem em ficar queimando a lingua do predator com suas mordidas, mas elas não sabem, que ao se colarem à lingua do tamanduá estão se tornando presas fáceis!

É assim que acontece com a fofoca no meio da igreja! O diabo lança sua lingua atiçada pelo inferno e atrai os que gostam de ter suas posições reconhecidas pelo status ministerial e com isso, liberam os pseudocrentes a professarem suas criticas descabidas e sem compaixão a respeito de seus líderes sem ao menos permitir que os mesmos se manifestem! E fazem com que outros também "mordam a lingua do diabo" com seus comentários e impressões, e quando o diabo tira a sua lingua, consegue arrebanhar pessoas, que até mesmo há algum tempo eram puras mas foram contaminadas por maus pensamentos e teses que, mesmo que não sejam verdades, passam a ser defendidas, em alguns casos com a própria vida! É o tempo da chuva, das lutas, tribulações que precisam ser encaradas por homens e mulheres de Deus como sendo permissão de Deus visando o nosso crescimento!

03. Na vida tudo depende do solo que estamos plantados.

Uma coisa interessante em tudo isso é que, o solo precisa ser fértil! Pero Vaz de Caminha registrou em uma carta escrita ao rei D. Manuel por ocasião do descobrimento do Brasil, em idos de 1500, "aqui, em se plantando tudo dá!". Brasil, terra fértil. Eu sonho com o dia em que o Brasil será terra fértil também de missões! Um pais onde os crentes se unirão para compartilhar da água que pode desedentar o pecador, sem partidarismos, igrejismos ou divisões! Eu fico triste ao perceber que um candidado a prefeito consegue unir mais pastores do que uma campanha de evangelização de nossa cidade! Tente marcar um encontro de oração entre os pastores de Angra! Com dependência de Deus (como estamos fazendo mensalmente) reunimos 08... deixa o prefeito e seu candidato marcar um almoço! Vão 30 "homens de Deus"!

Homens de Deus precisam ouvir mais a Deus do que aos homens, precisa se humilhar mais diante de Jesus no reconhecimento de nossa total carência e dependência do Eterno. Quero terminar esse artigo com um trecho do texto de A. W.Tozer, um renomado avivalista canadense do século passado que certa vez disse "precisamos novamente de homens de Deus!":

"Sim, se o cristianismo evangélico tem de permanecer vivo, precisa novamente de homens, o tipo certo de homens. Deverá repudiar os fracotes que não ousam falar o que precisa ser externado; precisa buscar, em oração e muita humildade, o surgimento de homens feitos da mesma qualidade dos profetas e dos antigos mártires. Deus ouvirá os clamores de seu povo, assim como Ele ouviu os clamores de Israel no Egito."

Que Deus nos mande esses homens para a nossa cidade! Que eu e você sejamos estes! E que, essa reflexão sobre minha ida a Sumidouro faça de mim e de você (amado e amada de Deus) alguém que deseja ser plantado em terra fértil, encarando o sol e a chuva provenientes da providência divina e que, na lei da semeadura e da colheita estejamos certos de que: "aquele que eu nós começou a boa obra, há de aperfeiçoar-nos até o dia de Cristo!" (Filipenses 1.6)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

"EU PRECISO MUDAR!"

"Aqui é o fim do assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e o meu semblante se mudou; mas guardei estas coisas no coração". (Daniel 7.28)

Depois da visão apavorante dos animais que sairam do mar, espaço de confusão ideológica, para o espectro dos reinos humanos que sucederiam ao forte império babilônico em seu tempo representado pelo jovem petulante Belsazar, Daniel se vê assustado com o desfecho da visão onde aparece uma figura enigmática com dentes de ferro, pés massacradores e com chifres expondo domínio e poder. E se isso não fosse suficiente, esse último animal, representado o ímpério romano, ainda havia dentre os chifres do fantasmagórico animal um que, com olhos de homem e lingua afiada, lançava acusações em relação aos santos de Deus.

Daniel fica consternado pelo que aconteceria aos "santos do Altissimo", representação pictórica do povo de Deus, a igreja do Novo Testamento que sofreria horrores nas mãos do espírito de Roma, também chamado ao meu ver em II Tessalonicenses 2.3-10 de Anticristo! Esse enviado do inferno não é apenas uma pessoa, representa um espírito que age a partir de dentro da igreja para dominar o mundo com valores contraditórios em relação à Cristo e seu propósito salvífico.

Mas, temos sabido que os "santos do Altíssimo" são defendidos pelo "ancião de dias" (o próprio Deus) que confere todo o poder ao "filho do homem" (JESUS) para dominar por completo as estrategemas malignas do espírito do Anticristo, fazendo-nos desfrutar de uma vitória cabal em relação ao diabo e seus demônios aliados. Não temos o que temer!

Mas Daniel me ensina neste texto que eu preciso mudar no que diz respeito ao modo como eu encaro o desfecho dessa batalha cósmica que terá espaço no tempo na vinda do Senhor Jesus para buscar a sua igreja gloriosa. Não posso ter uma visão meramente triunfalista como que dizendo aos quatro cantos: "a vitória pertence a Jesus" se eu não viver uma vida que tenha marcas dessa vitória no meu dia a dia.

Pensando nessa encarnação da vitória de Cristo na minha vida particular, me pus a pensar em atitudes que preciso tomar para que na mudança proposta eu venha a servir ao meu Deus de maneira mais inteira e dedicada. Transcrevo essas mal traçadas linhas na intenção de que elas também impactem à sua vida para mudar também comigo, e a nos ajudarmos a fim de não esquecermos de nenhum destes pontos preciosos:

(a) Preciso ter os meus pensamentos perturbados.

Há muita passividade vez por outra na minha mente. Pensamentos por demais alocados que impedem uma reviravolta naqueles instantes em que o Espírito Santo me cobra posturas mais radicais em relação ao nível de cristianismo que eu vivo. Fico imaginando que os primeiros cristãos que alvoroçaram o mundo não eram cristãos medianos, pragmáticos em sua fé, percebo neles uma inquietante busca para algo mais profundo! E é isso que tenho de buscar ir além do que o comum, o trivial na vida cristã.

Terminei hoje de ler o livro de Richard Foster, o "Celebração da Disciplina". Confesso que esse livro me nocauteou, eu estou "na lona"! Mas, eu aprendi que preciso apelar para horários mais intensos em meditação, oração e estudo. Preciso marcar horários regulares de jejum! E também tenho que ouvir mais os conselheiros espirituais da igreja para a tomada de decisões importantes, bem como levar a adoração e a celebração comunitárias mais à sério com investimentos na qualidade de nossos cultos e encontros na igreja.

Enfim, olho para dentro de mim e me vejo em um momento ou outro vazio, e faço a oração do falecido pr. Antonio Elias, "Senhor, me encha do que estou vazio, e me esvazie do que estou cheio!", e assim vou caminhando junto com o meu povo! Creio que vamos ver coisas incriveis acontecendo em nossa igreja neste fim de ano, já posso antever vitórias estrondosas, mas não usarei nenhuma delas para tripudiar em cima de meus desafetos e opositores! Persistirei em não expor nenhum dos que são contra um ponto ou outro de meu ministério e pessoa. Serei amável com os não amáveis!

(b) Preciso mudar o meu semblante.

Chega de risos inconsequentes! Chega de expor defeitos dos outros como motivos de boas piadas! Há muita brincadeira na casa de Deus. Há espaço para a alegria nas reuniões e ajuntamentos dos santos, mas precisamos tomar cuidado para que o sarcasmo não seja algo constante. Tenho me preocupado com os nossos jovens que vez por outra, elegem um do grupo para rotularem, e às vezes de modo muito vil, temos que acabar com isso, alegria agora só a sadia provocada pelo Espírito.

Semblante mudado reflete um coração quebrantado! Bob Pierce, o fundador de uma organização que atende vários países do mundo com projetos sociais, certa feita orou assim: "Quero ser quebrantado com aquilo que quebranta o coração de Deus!". Preciso fazer essa mesma oração! E quebrantamento amado e amada, é "quebra" mesmo! Não se trata de uma suave consternação, ou um aliviado senso de responsabilidade, não, na realidade, quebrantamento tem a ver com quebra de resistências pessoais, é aquilo que alguém já disse: "submissão é abrir mão de direitos pessoais"!

Em nosso tempo temos muitos "crentes" que não admitem envergarem-se diante de nenhum pastoreamento. São ensimesmados, pensam apenas em si mesmos, e quando as coisas não caminham segundos seus curtos pontos de vista, logo trabalham para que o projeto esteja dando errado! São vis e improducentes! Mas, ainda bem que, quando o nosso semblante expressa quebrantamento e dependência de Deus, tudo muda, e o Senhor Jesus aplica a sua justiça no nosso assunto e questão, e logo temos o resultado: as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus e pertencem ao grupo dos seus eleitos! (Romanos 8.28).

(c) E, por fim, preciso guardar mais coisas de Deus em meu coração.

Temos de ser como Maria, que por duas vezes, em situações contraditórias, ela optou em guardar as coisas no seu coração. Quando os pastores apressadamente foram homenagear o menino Jesus (LUcas 2.19) e por ocasião da situação em que Jesus fica no templo para conversar com os entendidos da lei, e Maria fica a pensar de que de fato, a missão de seu filho seria nobre e salvadora!

Naquilo que não entendemos, temos de fazer conforme Jesus vez por outra preceituava, "não temas, crê somente!". Existem mistérios nos céus e na terra que nunca serão precisados por nós, meros mortais, por isso temos de fazer como o sábio Daniel, "guardar tudo no coração".

Se ficássemos mais em silêncio, guardando as coisas no coração, erraríamos menos! A fala é um dom de Deus, sem dúvida, mas o silêncio também é! No silêncio nós meditamos nas grandezas de Deus a absorvemos da sua mente! Dai, você e eu poderemos soletrar amorosamente uma das poesias de Frederixk W. Faber: "Só sentar-se e pensar em Deus, ah, que júbilo isso dá! Pensar o pensamento, o Nome respirar, na terra maios bem-aventurança não há!".

Olha, ter pensamentos perturbados, mente mudada e coração cheio de impressões divinas é o meu segredo pessoal para buscar uma vivência com Deus mais intensa e significativa. Vou ficar muito feliz ao saber que não estou sozinho nessa busca. Caso essa seja a sua também, vamos entrar em contato um com o outro sempre, para fazer valer a realidade de uma devocionalidade mais profunda e mergulhada no mistério divino.