"Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás". (II Reis 20.1)
Deus, através de seu profeta Isaías disse essas palavras ao rei Ezequias (aproximadamente sec. VIII a.C) por ocasião de uma enfermidade que iria vitimá-lo, caso a providência divina não lhe tivese reservado mais 15 dias, de acordo com a soberana vontade do Senhor!
Essa frase que li em minha devocional de hoje, me fez analisar as coisas que tenho de colocar em ordem na minha vida. É interessante que, o rei Ezequias, ao pensar naquilo que tinha de colocar ordem em sua casa, diz o texto bíblico, no verso seguinte ao destacado: "...E Ezequias chorou muitíssimo".
É fato que, ajustes existenciais sempre acarretam muita dor, aquele desespero da alma de se ter muito o que fazer em tão pouco tempo! Caso eu começasse hoje o meu ministério pastoral, e para trás já ficaram 15 anos, eu faria algumas coisas diferentes, e é a partir desse ponto que quero escrever nessa oportunidade.
(1) Em começando o ministério de novo, eu oraria ainda mais.
A oração é o combustível para um ministerio grandiloquente e cheio de resultados divinos. Perguntado sobre qual o segredo de seu ministério bem sucedido, C. H. Spurgeon não hesitou em responder que era porque ele tinha uma igreja que orava por ele. A impressão (e não é, certamente imaginativa) é de que ministérios que são regados à intensa oração são mais eficazes nos momentos de perdas e fracassos.
Eu já enfrentei fracassos em meus curtos anos de ministério em que eu pensei que o mundo desabaria sobre a minha cabeça. Já me senti desmotivado em subir ao púlpito da igreja, e sobretudo em me relacionar com determinados crentes. Estou sendo franco! Já pensei em desistir!
Mas, o que me agarrou ao ministério, foi a consciência de que eu tenho um chamado! O meu chamado não foi fruto de uma mera combinação de circunstâncias. Quando eu busco reminescências em minha memória eu me vejo em intensa oração no desejo de fazer a vontade do Pai em minha vida, com meus 18 anos, e certo de que, mesmo com parcos recursos eu iria sobreviver na cidade grande (Rio de Janeiro, RJ) e o Senhor iria me fazer prevalecer!
Quando passei por algumas crises por aqui no ministério (algumas que estou em desdobramentos ainda hoje) o que sempre me manteve de pé foi a promessa do Senhor de que "aquele que começou a boa obra, a aperfeiçoará até o dia de Cristo", Filipenses 1.6.
Muitas vezes eu ouvia um "estou orando por sua vida" por pessoas especiais que não sabiam (e nem pretendiam saber, pois não eram interesseiros por fatos novos), e esse fato me animava sobremaneira na esperança de que Deus estaria em breve intercedendo em meu favor na situação apertada que estava passando. Na realidade, em nenhum momento eu poderia em sã consciência sentir-me só, pois Deus sempre enviava os seus anjos-intercessores para estar junto de mim.
(2) Em começando o ministério de novo, eu estudaria mais.
Uma das críticas que eu faço à nossa denominação (Batista, CBB) é que não há um projeto de investimentos para os obreiros alargarem suas fronteiras do conhecimento em cursos de atualização, pós graduação e demais ferramentas de ensino de modo livre, desembaraçado e gratuito. A denominação tinha que, através de seus recebimentos, investir nos pastores no campo e abrir as portas dos seminários para serem centros de excelência. Mas, minha tristeza é saber que liberais podem dar aulas nos nossos seminários, e expandir seus ensinos nocivos, mas obreiros no campo sentem-se impedidos de fazer uma pós, devido aos preços estressantes que são praticados!
Mas, mesmo assim, dá para estudar um pouco mais! Na compra de livros em preços melhores, sendo "comportor" de editoras sérias nesse pais! Ainda há espaço para aqueles que desejam vender literaturas de alto nível a preços módicos, e com isso também abrir espaço para o seu crescimento pessoal, fazendo assim especializações por fora das instituições de ensino teológico que temos por ai!
Uma das bençãos recentes de minha vida é esse trabalho de ser revendedor de literatura teológica. Não tenho lucrado com isso, até mesmo porque esse não é o propósito, mas tenho, em Deus, oferecido saber bíblico à muitos com o propósito de fazê-los refletir mais nas Escrituras, tirando dela princípios para uma vida autêntica e verdadeiramente cristã.
(3) Em começando o ministério de novo, eu treinaria mais novos lideres.
Na realidade, existem determinados crentes que, por virem de outras igrejas, e por terem passado sob a direção (alguns de modo rebelde desde o inicio) de vários pastores nunca poderão se adequar à nossa visão de ministério, não adianta tentar! O néctar da igreja é o novo convertido! Devemos ter sensibilidade para trabalhar com aqueles que vêm sob a nossa liderança ministerial e contar também com crentes que tenham histórico de serviço humilde abnegado e que nunca tenham saido de suas igrejas de origem com um histórico de rebeldia quer seja explícita ou velada!
Vez por outra eu pensei que haveria possibilidade de restauração de líder com caráter arranhado! Mas, me perdoem os que pensam o contrário, não fui bem sucedido, e eu tenho experiências dolorosas para contar! Agora, o investimento em novas lideranças que são nascidas no período de nosso ministério não, o contentamento é claro e evidente! Por isso nesta reflexão eu falo em termos de treinarmos mais pessoas, semana após semana para ocupar posições de liderança em nossas igrejas, desbancando os que já foram arranhados de uma forma ou outra em outras igrejas!
Enfim, penso que essas são reflexões regadas à luz das minhas experiências nesses quinze anos, eu poderia eventualmente fazer uma coisa ou outra diferente, sem dúvida, mas tenho para mim que estes são os três pontos mais salientes que me vêm à mente nesta manhã de terça feira.
Que o Senhor que sonda os nossos coraçãos me visite com graça, e a você leitor(a) também e que possamos viver intensamente o dia de hoje, como se Cristo voltasse amanhã!
Glória a Deus!
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