terça-feira, 31 de julho de 2012

CAMPO MISSIONÁRIO: PRESENTE DE DEUS!

"Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber". (Atos 20.35)

De volta do Haiti, onde liderei uma equipe de quinze pessoas atuando na construção de uma creche-escola, realização de um Congresso Jovem e na visitação de igrejas e orfanatos, vivenciando condições bem caóticas de sobrevivência me ponho a refletir na fala de um dos meus colaboradores na viagem: "eu não ajudo o Haiti, é ele quem me ajuda!".

O nosso coração é tão soberbo que, mesmo quando temos motivações próximas às corretas para ajudar aos necessitados que encontramos em nosso caminho podemos eventualmente enxergar em nós mesmos uma perigosa veia de orgulho que insiste em permanecer ali instalada. Alguém já disse que o orgulho é como uma cebola: tentamos destrinchá-lo, mas não encontramos o seu cerne! A essência do orgulho é a nossa própria natureza humana que teima em chamar atenção para si mesma, e isso é tão verdade que a a Bíblia fala no desafio posto de "mortificarmos as obras da carne". É a proposta paulina:

Colossenses 3:5,6

Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais: a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.

O antídoto para o orgulho é a doação incondicional, e a esfera em que ocorre essa entrega tão irrestrita é sem dúvida alguma, é no envolvimento missionário. Quando o meu amigo disse que o Haiti faz bem a ele, bem mais do que ele ao Haiti, entendi pelo contexto de sua fala que a lembrança generosa dos nossos irmãos empobrecidos serve-lhe de estímulo para ele dar "graças em tudo". A gratidão é a linguagem de quem tem a graça de Deus encharcando o coração! Gosto de pensar na lógica absurda da graça. Como ser agradecido mesmo em meio aos mais desiguais sofrimentos?

Essa pergunta encontra sua resposta numa das canções que nossos irmãos haitianos nos ensinaram: "todas as coisas vão bem, quando Jesus está está no trono".

É por ai!