INTRODUÇÃO
“Ame pessoas, use coisas, nunca faça o contrário." William Douglas.
Essa frase provocativa me leva a refletir inicialmente como foi a minha experiência com um modelo de crescimento de igreja denominado “uma igreja com propósitos”. O alvo de minha escrita não é atacar pessoas ou desfazer vínculos íntimos com colegas que ainda nutrem alguma esperança nesse ou em qualquer outro método de crescimento de igreja.
O meu alvo é unicamente apresentar uma visão pessoal disso tudo em uma leitura com os meus olhos e uma análise com a minha mente, aquecido o coração com as Escrituras Sagradas e amor pela igreja local.
Passo a narrar o acontecido como que em uma conversa amiga para dar aos leitores uma visão simples de minha experiência com um dos métodos de crescimento de igreja no “mercado evangélico contemporâneo”.
Com temor e tremor tenho aceitado o desafio de trabalhar esse espinhoso tema em um livro. Sei do risco que corro em ser simplista, mas tenho entendido neste tempo de que se trata de um chamado de Deus que eu coloque em palavras um pouco daquilo que tenho compartilhado semanalmente no púlpito de nossa igreja, IBACEN, Igreja Batista Central em Japuíba, em Angra dos Reis.
Sou fruto de uma geração questionadora. Bati muito o pé em relação a assuntos de vanguarda na área da liturgia, prática pastoral e teologia contemporânea. Mas, hoje me coloco como um humilde servo que se propõe ser arauto em um contexto de grandes perplexidades no mundo evangélico brasileiro.
Tenho assistido a negociação da “coisa sagrada” com uma irresponsabilidade preocupante. Não julgo ser correto o meu silêncio. Não é a toa que uma fala de Martin Luther King Jr. tem me incomodado recentemente: "No Final, nós nos lembraremos não das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos.”.
A Reforma Protestante do século XVI foi um retorno às Escrituras e um despertamento em relação as doutrinas da Graça de Deus e da suficiência do sacrifício de Cristo na cruz do Calvário para a total satisfação de nossos pecados, livrando-nos da ira de Deus.
Muitos têm dito que esse é o tempo de outra Reforma, agora na “Eclesiologia”. Agora, tenho reservas quando a esse tema, se ele não vir junto com um resgate dos valores bíblicos inegociáveis da suficiência das Escrituras, da Fé em Cristo Jesus, da Graça Salvadora e da segurança eterna dos salvos. Isso porque uma nova Reforma ordenada pelos homens apenas em seus gabinetes refrigerados e visando um crescimento puramente numérico levará a igreja à falência generalizada.
É fato que não podemos nos calar diante disso tudo, é hora de erguermos nossa voz na defesa de que, quem cuida da igreja do Senhor Jesus é Ele próprio e não podemos segurar a Arca com a pretensão de impedirmos o seu tombo, sob o risco de sofrermos como Uzá no texto de I Crônicas 13.9,10: “Quando chegaram à eira de Quidom, Uzá estendeu a mão para segurar a arca, porque os bois tropeçaram. Então se acendeu a ira do Senhor contra Uzá, e o Senhor o feriu por ter estendido a mão à arca; e ele morreu ali perante Deus.”
O recado não pode ser mais claro: não podemos manipular a obra de Deus com jeitinhos humanos. A obra de Deus deve ser feita da maneira de Deus, e disso Ele não abre mão. Lembro-me de uma frase de Hudson Taylor: “a obra de Deus, feita da maneira de Deus jamais faltarão recursos”.
Que este livro comunique a você esse senso de seriedade em relação a esse tema e faça com que você assuma nas fileiras da guerra que travamos por igrejas que olhem mais para cima do que os lados. Enfim, por líderes que tenham como espelho padrão o que está revelado nas Escrituras e não como base cega os livros que ousam ensinar como fazer a igreja crescer. Que tola pretensão! Ensinar a igreja de Deus a crescer! É Deus quem faz a igreja crescer, e ele não precisa de cartilhas!
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