Fui convertido pelo Senhor Jesus aos meus nove anos de idade. Na ocasião morava no Estado do Mato Grosso do Sul, mais precisamente na cidade de Paranaíba. Ouvi uma mensagem cristocêntrica que explodiu o meu coração e me fez ver o quanto pecador eu era e o quanto salvador o Senhor Jesus era, e eu não poderia absolutamente ficar quieto, paralisado em meus pensamentos e absorto por uma vida eclesiástica puramente familiar (meu pai era o pastor da igreja) e histórica: eu precisava ter uma experiência particular com Deus!
Isso me faz lembrar uma fala que fiz em meu sermão na última quinta feira, no apelo para que os nossos crentes hodiernos tenham uma experiência de conhecimento com o Senhor Jesus! Citei o avivalista A.W. Tozer que disse certa vez: “Um ser humano pode até ter conhecimento a cerca de Deus, saber que Cristo morreu por ele, escrever livros sobre a vida espiritual, compor hinos de louvor a Deus, pode chegar a ser presidente de uma grande denominação religiosa e ter cargos importantes na igreja, sem nunca chegar a conhecer Deus de forma vital, pessoal e verdadeira.”
Isso é fato. O meu contato com a Bíblia começou então na minha infância. Tenho até hoje lembranças das minhas primeiras histórias bíblicas naqueles discos da coleção "Meu amiguinho",onde eu travei intimidade com Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José, Davi, dentre outros personagens do corolário escriturístico! Como esses dias passavam rápido!
Sempre tive um sonho, e certo dia perguntei ao meu pai: "quando eu crescer eu posso ler os seus livros?", e hoje quando vou em casa dos meus pais sempre folheio um livro ou outro, e esse sonho concretiza-se... Mas, eu sempre fico impactado com a leitura do livro dos livros!
Meu pai sempre contava uma ilustração sobre a centralidade das Escrituras. Ele dizia que certa feira Rui Barbosa (um dos homens mais brilhantes do período inicial da República Brasileira) disse ao seu empregado, "traga-me o livro!". O rapaz foi e providenciou um dos livros de cabeceira do patrão que logo interrompeu dizendo novamente, "não, esse não, traga-me o livro!". Depois de uma e outra tentativa, o grande intelectual brasileiro teve de explicar: "traga-me a Bíblia, pois os outros livros são livros... mas, a Bíblia é o livro dos livros!".
No salmo 119 encontramos fortes afirmativas a respeito do livro santo, e uma das que mais se destaca é "lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho". A Bíblia é padrão de conduta e comportamento, é orientação para o nosso cotidiano e é também referência para todo o pensamento humano. Nenhum homem deveria ser formado em qualquer área do conhecimento sem antes passar pela disciplina de estudar à fundo as Escrituras Sagradas!
A Bíblia tem sido atacada por homens ao longo dos anos da história da humanidade. Papas e reis tentaram destruí-la impedindo o povo de ter acesso a elas, e graças ao movimento da Reforma Protestante do século XVI a Bíblia foi devolvida ao povo, e digo "devolvida", porque em primeira análise a Bíblia sempre foi do povo, uma vez que o próprio Jesus disse: "vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado" (João 15.3).
Por conta dessa propriedade purificadora e tratadora da alma humana o Espírito Santo vêm através da Palavra de Deus nos nossos dias completar a obra salvadora do Senhor Jesus nas nossas vidas, ensinando-nos a vivermos intensamente nele, por Ele e para Ele.
Que neste dia da Biblia, venhamos refletir sério sobre nossa relação com as Sagradas Escrituras e venhamos a assumir o compromisso de tão somente crermos e espelharmos nossas vidas pelo padrão divino!
Um comentário:
Como a Reforma Protestante "devolveu" a Bíblia ao povo? Subtraindo 7 livros! Bela devolução!
Postar um comentário