"Aquelas duas meninas têm de sair daqui algemadas". (Marco Feliciano, deputado federal (PSC-SP) e pastor evangélico, durante culto em São Sebastião, no litoral paulista, referindo-se a Joana Palhares, 18 anos, e Yunka Mihura, 20 anos, após vê-las beijando-se na cerimônia. As jovens, de fato, foram algemadas e levadas por agentes da Guarda Municipal para uma delegacia).
"Faríamos tudo novamente". (Yunka, falando por si e por Joana ao jornal "O Estado de S. Paulo". Elas se dizem namoradas e afirmaram que o beijo foi um protesto contra a homofobia.
"Vou ficar apanhando como um otário? Eu não sou otário. Eu faria de novo e farei sempre que for preciso". (Marco Feliciano)
Tenho em outros artigos falando de minhas dificuldades com as falas (salientei um artigo que falo de um excerto de sua mensagem em que ele fala de Cão como sendo um amaldiçoado em ter a pele negra), e vivo por aqui falando de meu estranhamento por essa postura truculenta desse deputado-pastor. Mais uma vez vou usar essas falas retratadas nesse episódio lamentável para defender o valor do verdadeiro evangelho que nos lábios dos homens e mulheres de Deus deve ser sempre de firmeza em relação ao pecado mas ternura em relação aos pecadores!
Me parece que é nesse tom que precisamos de um equilibro para não perdermos o tato de nossa prática pastoral. Há pastores que são muito duros no falar e truculentos demais na prática. Amam demais a ortodoxia, mas detestam as pessoas! Tenho reafirmado ultimamente que a agenda de Deus é o ser humano, é o que eu vejo no ministério do Senhor Jesus, que é a nossa referência. Jesus sempre parava para atender as pessoas, e o grande ponto do seu embate com os fariseus, importante partido religioso de seu tempo, era que eles valorizam por demais o ritual e não se importavam com as pessoas. Alguns comentaristas bíblicos vão nessa direção, só para confirmar a minha fala:
- William Barclay diz que para o fariseu a religião era um ritual que consistia em obedecer a certas eleis e normas; para Jesus, era servir a Deus e ao próximo.
- William Hendriksen diz que os fariseus estavam valorizando muito mais os rituais criados pelos rabinos do que a ordem divina de amar e zelar pelo bem-estar do próximo.
Esses dois testemunhos me deixam muito a vontade para olhar os evangelhos e ver um Jesus que realmente dosava as palavras para falar às pessoas carentes e oprimidas por Satanás. As palavras duras Jesus geralmente guardava para os lideres religiosos (os pastores mercenários que se preocupavam com as regalias que a lei mosaica lhes privilegiava, mesmo à custa do sofrimentos dos pobres fiéis). Se não veja comigo, a única ocorrência na Bíblia que Jesus se indignou, está justamente em:
Marcos 3:5
5 - E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra.
Importante lembrar que a palavra grega para "indignação", é οργη (orgê) que tem o sentido de raiva, disposição natural, mau humor, movimento ou agitação da alma. Esse é o sentimento que Jesus teve ao ver que os fariseus estavam muito mais preocupados em observar se ele estaria transgredindo o sábado do que com o homem que estava com as mãos mirradas, impossibilidade de trabalhar para sustentar a sua família.
Ao meu ver a grande infelicidade do Feliciano é que ele está por demais preocupado com o principio bíblico contrário ao homosssexualismo (e é importante destacar que a Bíblia condena a prática homossexual, dentre outros textos, em Romanos 1.18-32) que ele não tem demonstrado amor aos homossexuais. E isso é muito sério! Mandando prender, odiando com declarações tão contraproducentes e amealhando tanta antipatia, o deputado-pastor desperta uma oposição maior ainda e isso em nada coopera para o avanço do evangelho em nosso país.
Fico imaginando o que Jesus faria ao ver duas pessoas do mesmo sexo se beijando enquanto ele prega... não o vejo mandando prender... mas o vejo olhando com amor, como fez a Pedro quando de sua negação, enquanto Jesus estava sendo sentenciado em Lucas. Veja o texto:
Lucas 22:61
61 - E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes.
Termino com a fala de Tim Keller: "O evangelho não diz que os bons estão em alta e os maus estão por fora, nem que os que têm a mente aberta estão em alta e os que gostam de julgar os outros estão por fora. O evangelho diz que quem está em alta são os humildes, os e os arrogantes, em baixa. Diz também que bem-aventurados são os que sabem que não são os melhores, nem mais mente aberta, nem mais moralistas do que ninguém, e que as pessoas que pensam estar do lado certo dessa divisão é que estão em apuros."
Cuidado Feliciano e seus seguidores: o evangelho é para os que nada são!
É o que penso.
6 comentários:
Querido colega Ezequias, já há algum tempo tenho compartilhado da mesma indignação. Pastores como Marco Feliciano e Silas Malafaia têm gerado um verdadeiro desserviço ao evangelho, com suas posturas ferozes e sem amor, dando a impressão de que há uma guerra da igreja cristã evangélica nacional contra os homossexuais, quando todos sabemos que não há. São grupos minoritários, com abastado espaço na mídia, que acabam passando esta impressão negativa. Nosso evangelho é o de Jesus, que sempre amou o pecador, embora odiasse o pecado. Que Deus o abençoe ainda mais dando-lhe da iluminação do Seu Espírito para artigos tão esclarecedores e edificantes!
Muito bom... discerniu e aprendi.
A infelicidade do Ezequias
Pois é, lamentavelmente, e com tristeza tenho que reprovar o arrazoado do pastor Ezequias.
Veja bem, as moças não foram ao culto para se beijar, como dizem os ativistas gays. Elas tiveram aquelas atitudes para provocar. Elas o fizeram mesmo sendo avisadas para não o fazerem e que havia no local pessoas para zelar pela ordem. O fizeram, no ombro de outra(s) pessoa(s), para serem vistas, e ainda quase que despidas (acima da cintura só tinham um bustiê).
Isso o ilustre, mas infeliz pastor Ezequias não viu (ou não quis ver).
Outra, também não quis ver que Jesus pegou um chicote e deu nos cambistas. Por que o nosso infeliz missivista não lembrou desse episódio? Creio que Jesus desceria o relho nas duas (e provavelmente naqueles que, tendenciosamente, não viram nada de errado na atitude afrontosa das mocinhas)
Cuidado crítico do Feliciano e seus seguidores!
É melhor criticar o movimento gay do que o Feliciano. O pecado gay precisa ser reprovado até para levar esse povo ao arrependimento. E aí está mais uma infelicidade do pastor Ezequias, pois como esse povo vai se arrepender se não estão errados? A lei é para o transgressor.
Tenho dito!
Abraço, Trapp
A infelicidade do Ezequias
Pois é, lamentavelmente, e com tristeza tenho que reprovar o arrazoado do pastor Ezequias.
Veja bem, as moças não foram ao culto para se beijar, como dizem os ativistas gays. Elas tiveram aquelas atitudes para provocar. Elas o fizeram mesmo sendo avisadas para não o fazerem e que havia no local pessoas para zelar pela ordem. O fizeram, no ombro de outra(s) pessoa(s), para serem vistas, e ainda quase que despidas (acima da cintura só tinham um bustiê).
Isso o ilustre, mas infeliz pastor Ezequias não viu (ou não quis ver).
Outra, também não quis ver que Jesus pegou um chicote e deu nos cambistas. Por que o nosso infeliz missivista não lembrou desse episódio? Creio que Jesus desceria o relho nas duas (e provavelmente naqueles que, tendenciosamente, não viram nada de errado na atitude afrontosa das mocinhas)
Cuidado crítico do Feliciano e seus seguidores!
É melhor criticar o movimento gay do que o Feliciano. O pecado gay precisa ser reprovado até para levar esse povo ao arrependimento. E aí está mais uma infelicidade do pastor Ezequias, pois como esse povo vai se arrepender se não estão errados? A lei é para o transgressor.
Tenho dito!
Abraço, Trapp
Pr. Ezequias, por favor, veja publique a entrevista do Julio Severo feita com o pastor Marco Feliciano, neste link: http://noticias.gospelprime.com.br/marco-feliciano-entrevista-familia/
Abraço, Trapp
A infelicidade continua...
Pr. Ezequias, por que o seu foco está no deputado-pastor? Fica-se com a impressão de que o Feliciano está errado, ele que, ao mínimo, tem um exemplo em Jesus que pegou o chicote e deu nos cambistas, que o senhor continua, infelizmente, ignorando (Por quê?). Agora, as moças, as lésbicas, não tem base legal, muito menos bíblica para agir assim. Então, o senhor, pastor, para ser feliz (agir corretamente e ser aprovado), precisa destacar o gayzismo, a falta de respeito, das lésbicas. Se não, ficamos com a impressão (embora diga o contrário) que é pró gay.
Seja feliz na sua opinião, e aprove o pastor Feliciano, pois não devemos dar moleza a essa prática. A Bíblia já diz que a lei é para o transgressor.
Ainda acrescento que Jesus, além do uso do chicote, não deu moleza a pecadores (Mt 23). Nem Paulo foi bonzinho com os gays (Rm 1.18-32). E se nós não reprovarmos a atitude deles, quando irão ver que estão errados, e se arrepender?
Outra, sua atitude dá a impressão que não quer ser respeitado (as moças não queriam se beijar, mas desrespeitar, afrontar, vilipendiar). O que é isso, pastor? O senhor deixaria acontecer isso num culto em sua igreja?
Reprovo sua infeliz atitude. Repito: O senhor está errado.
Fico triste, pois o senhor se junta aquele grupo que fez uma abaixo-assinado contra o Feliciano no blog da esquerdista revista Ultimato, e não disse nada contra o gayzismo do Jean Willys.
Volte, por favor, seu questionamento contra o gayzismo, com o "casamento" gay, contra a adoção de filhos pelos gays, contra o PLC 122/06, a sodomização de nossas crianças através da Conae2014 (Documento que está sendo elaborado mediante conferências intermunicipais, estaduais e federal).
Aliás, eu lhe pergunto: por que não se preocupa com isso? É por que é bonzinho? Por que deseja passar a mão na cabeça do gay? Acha preconceito reprovar a conduta gay?
Acorda, pastor, por favor, e veja seu infeliz posicionamento e mude de opinião, de postura!
Tem mais um detalhe: Os organizadores do culto, avisaram que havia seguranças no local e que não permitiriam condutas impróprias. Ora, se deixassem isso acontecer sem tomar providências cairiam em descrédito. É a mesma coisa que o pai que diz que vai dar palmadas se o filho fizer estripulias, e não o faz se o filho não obedece.
Quanto infelicidade, pastor? E o senhor diante de gente que o ouve, desencaminhando os mesmos? Acorda, digo novamente, pastor Ezequias!
Leia Provérbios 13.24, e se convença que não usar a vara com esse povo, é falta de amor. É por isso também que estou reprovando, com veemência, a sua insensatez em relação ao assunto, por amor ao senhor.
Tenho dito!
Abraço, Trapp
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