domingo, 15 de maio de 2011

TRISTEZA NO MUNDO NÃO É NOVIDADE!

"O mundo pecaminoso é um mundo que chora. Onde quer que andemos, a tristeza nos acompanha como uma sombra. Foi assim antes do dilúvio. Assim continua sendo hoje. Em todos os climas e e em todas as camadas da sociedade, a cabeça está exausta e o coração se sente enfermo." (Henry Law)

É fácil perceber ao passar os olhos por notícias das mais diversas desse sistema iníquio que o nosso mundo encontra-se mergulhado para perceber de que a tristeza de alma é a alma da tristeza. Os casamentos são o contexto mais claro de observação desse fenômeno que tem feito com que homens e mulheres crentes estejam mergulhados em um mar de desapontamentos e pensamentos contraditórios, por conta justamente da sujeição à inversão de valores nessa sociedade que desvirtua a ideia de Deus para o matrimônio.

A depressão já tem sido considerada o mal de nosso século porque ela prima pela tristeza incompreensível até mesmo para quem a sente. É um mal tipicamente emocional, com raizes espirituais profundas e arraigadas na falta de uma orientação para as questões mais básicas da vida: de onde eu vim?, porque estou vivendo?, qual é o propósito da minha existência? e para onde estou indo?

O Rev. Kléber Nobre de Queiroz em um bem pesquisado sermão, indica o que ele pensa desse fenômeno de tristeza profunda que participa da vida de muitos que estão entre nós ultimamente. Ele cita São João da Cruz, cujo livro "A noite escura da alma", descreve o processo de de provação pela qual o cristão passa, e na qual ele se vê completamente sozinho e sem forças. É a agonia profunda da alma, o vale da sombra da morte, por onde os quais os cristãos ao longo da existência têm de passar.

Gosto de observar que o Salmo 23.4 diz que "Ainda que que eu ande pelo vale da sombra da morte", depreendo do texto que esse "ainda que", também pode ser entendido como "quando você passar", uma vez que essa é uma experiência bastante comum na esfera humana. Vez por outra por conta das fragilidades da alma acabamos sucumbidos diante das questões mal resolvidas da existência, onde as perguntas insistem em permanecer sem respostas.

A única esperança que eu percebo no espectro divino é o fato de que o Senhor Jesus veio a esse mundo justamente para ser a nossa alegria em meio aos desesperos da vida. Não é a toa que no primeiro milagre realizado por Jesus ele transformou a água nas seis talhas, que representam a insuficiência do ritualismo judaico em fazer com que o homem aproxima-se de Deus em vinho da melhor qualidade. O vinho na Bíblia significa a alegria produzida nesse contexto espiritual não pela fermentação da uva, mas sim pela presença do Espírito Santo do Senhor, que faz germinar em cada um dos crentes o famoso "fruto do Espírito", que tem como um dos gomos a "alegria", conforme Gálatas 5.22.

Posso dizer firmemente: se a base de sua satisfação nessa vida for algo que existe dentro de você (virtudes, valores, projetos) lamento em lhe informar que sua vida está em terreno movediço. Agora, se a sua alegria está posta no Senhor, no seu Criador, naquele que lhe sustenta com Graça e Misericórdia, e quem lhe adotou como "filho", você pode descansar, pois "as promessas do Senhor são o pão dos seus filhos", e esse alimento vital para a nossa saúde espiritual é inesgotável!

Tenho dito.

PS. Esse artigo é escrito em um contexto de tristeza momentânea. Tenho sido afligido por preocupações ministeriais que tem me deixado irritadiço e vez por outra, intolerante. Preciso confiar no Senhor, naquele que me sustenta no e do lamaçal do desespero.

Um comentário:

Maria Regina disse...

Querido Pastor Ezequias,
Quisera todos os textos postados em galerias virtuais terminassem com o indispensável "post scriptum" (P.S.) que aqui percebo. Aquilo que para alguns seria apenas um apêndice,quando vindo de um profeta, é justamente a essência que o aproxima daqueles que o ouvem...é sua nota essencial e intransferível de humanidade. Todos temos ficado tristes, irritadiços e intolerantes...por "breves" momentos, porém, sua visível sensibilidade gerada por aquela humanidade já citada, tem nos proporcionado (como igreja) perceber e compartilhar o "peso eterno" da Glória que há sobre nós..."...atribulados, mas não angustiados...".Que Deus abençoe seus/nossos pastores, humanamente gerados...sobrenaturalmente vocacionados
Abraços com muita alegria...rsr
Maria Regina