sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ESTAMOS EM GUERRA....

Meu filho ontem me perguntou: "pai, você também vai para a batalha?". Não entendi imediatamente, mas ele estava se referindo aquilo que eu disse na igreja horas antes sobre o fato do Rio estar vivendo uma guerra. Eu comecei o culto lendo o Salmo 20, dando destaque aos versos 7 a 9:

"Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus. Uns encurvam-se e caem, mas nós nos erguemos e ficamos de pé. Salva-nos, Senhor; ouça-nos o Rei quando clamarmos".

Temos de estar preparados para uma batalha a cada dia de nossas vidas! Nos sentimos inseguros ao sair de casa e ao permanecer em casa também... o clima nas ruas de nossa capital, Rio de Janeiro é de desespero sem tamanho, temos vivido dias de intensas preocupações com parentes e amigos que estão próximos a essas zonas de guerra, mas concordo que precisamos pontuar algo nesse momento crucial na história da segurança pública de nossa sociedade.

01. Há falhas na "inteligência" da polícias do Rio de Janeiro.

Isso é fato atestado por especialistas em variados programas jornalisticos: há vazamento de informações sigilosas de operações policiais, trocas de correspondências entre comandos e facções criminosas, um certo aliciamento de policiais que acabam trabalhando para os dois lados, enfim, a "banda podre" continua tendo seus tentáculos na estrutura policial de nosso Estado.

02. Temo pela truculência de policiais e soldados nas operações.

Soldados até pouco tempo atrás "aquartelados" foram convocados para estarem nas ruas. Alguns deles bem treinados, sim, mas para um contexto de enfrentamento puro e simples e não para o trato com a população civil que, amedrontada ontem colocava lençóis brancos nas janelas pedindo "paz". Não podemos aceitar de modo algum prisões arbitrárias, execuções sumárias ou atuações de perversidade por parte de homens que deveriam estar à serviço do Estado na proteção dos seres humanos direitos e não na violação dos direitos humanos.

03. O Estado demonstrou que quando quer agir, ele sabe agir!

Olhando para os telejornais fico a me perguntar: se eles já tinham essas informações antes, esses recursos antes, essa capacidade de aglutinação de forças, por que tudo isso não foi usado à mais tempo para controlar favelas e implantar os beneficios do cidadão do asfalto para os moradores das comunidades do Rio? A impressão que eu tenho como leigo em segurança pública é que sempre houve uma tolerância excessiva com esses vacínoras narco-traficantes que aliciam nossos jovens para o vício enquanto eles se enriquecem à custa da morte dos mesmos e das lágrimas de suas mães.

04. A igreja não pode se calar.

Uma equipe de nossa igreja e de outras denominações aqui de nossa cidade estiveram na Vila Cruzeiro na semana passada e oraram pedindo que o governo de Deus que já existe fosse expressado em vivas cores na expressão que foi usada na ocasião: "a Vila Cruzeiro pertence ao Senhor Jesus!". E, agora com o domínio daquele morro e com a fuga desesperada (e animalesca) dos traficantes vemos cumprido esse desejo do nosso coração! Temos de orar, não se trata de coincidência, trata-se de ação providente do Senhor.

Quero terminar com a famosa oração da serenidade, que foi feita por Reinhold Niebuhr e que creio ser muito pertinente a esse tempo que vivemos aqui em nosso querido Rio de Janeiro:



“Meu Deus, concede-me a serenidade de aceitar as coisas que não posso mudar,
a coragem de mudar as coisas que posso
e a sabedoria de perceber a diferença.
Vivendo um dia de cada vez;
apreciando um momento de cada vez;
aceitando os reveses como caminho para paz;
percebendo, como Jesus fez,
este mundo perverso como ele é,
não como eu gostaria que fosse;
confiando que endireitarás as coisas,
se eu me entregar à tua vontade;
para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida
e supremamente feliz contigo para sempre na outra.  Amém.”




4 comentários:

Anônimo disse...

Caro irmão em Cristo.
Concordo com você em LINHAS GERAIS. Entratanto, temo por certas palavras que você usa em seu artigo. Voc~e não precisa "temer" se um policial revidar fogo inimigo vindo de um traficante armado de fuzil e atirando para matar, até mesmo se esse meliante for menor de idade. Ele pode escolher seu presidente, dirigir um carro de corrida e usar um fuzil - deve arcar com as conseqüências de seus atos.
Tema mais as milhares de mortes vindas de fogo de traficantes em todo o Brasil.
E já estava masis do que na hora de alguém fazer alguma coisa; afinal, a questão é política - os governadores do Rio temiam chamar as Forças Armadas. Quando as Forças Armadas se metem, com todo o seu aparato, as coisas mudam - afinal, não fôra a Marinha e seus blindados, muitos policiais teriam morrido.
Ah, sempre lembrando que no hebraico não está escrito "não matarás", e sim, "não assassinarás".
E que Pedro fala da "espada" do rei...
A Graça seja contigo!
João Nicácio

Leonardo Almeida disse...

Tenho a mesma impressão de que as coisas não precisavam chegar ao extremo. Por que deixaram chegar a este nível? Me parece que há muito interesse envolvido. Teremos a copa e as olimpíadas em breve, caso esses dois grandes eventos não acontecessem, o estado se empenharia da mesma forma? Infelizmente, a população fica refém dos interesses...esse é nosso sistema...Que Jesus venha! Enquanto isso, continuaremos batalhando, evangelizando, orando, proclamando o reino de Deus aqui na terra...muito boa sua reflexão.

Silvia Regina disse...

precisamos viver de verdade o que a PALAVRA de DEUS diz: 1 Tessalonicenses 5:17 Orem continuamente

Anônimo disse...

Concordo que todas as opiniões escritas aqui são relevantes e verdades. Mesmo admitindo que haja falhas na segurança, discordando da política do atual governo, não simpatizando com a personalidade do governador e de seus aliados políticos, e sendo cético com relação às reais motivações pata realização do trabalho, penso que pelo menos houve uma unidade de vontades que foi positiva para a imagem da polícia e das forças armadas. Há tempos que não se via esse tipo de integração e nível de aprovação da sociedade. O Brasil precisa ter sua cultura redimida, onde o herói é quem cumpre e respeita as leis e ao próximo, sem querer tirar vantagem em tudo e ser o mais "esperto". Venceremos essa batalha com base nas questões e não na personalidade.

"A unidade não é concordância de mentes, mas de vontades" - Tomás de Aquino