quarta-feira, 30 de julho de 2008

VOU CONTINUAR SEMEANDO!

“Se você não puder ver os resultados, enquanto estiver nessa terra, lembre-se que você é apenas responsável por seu labutar e não pelo sucesso. Continue semeando, continue batalhando!” (C. H. Spurgeon).

Eu fico encantado com os pormenores do Salmo 126. O contexto narra um júbilo pela saída do povo de Deus do doloroso período de cativeiro em terras babilônias. O regozijo é estampado em várias expressões de alegria ao longo de toda a porção bíblica.

Em resumo, o povo que já havia pendurado suas harpas nos “salgueiros chorões” por não conseguirem cantar louvores ao Senhor em terra estrangeira agora se unem em um som festivo e delirante de louvor e adoração pelos feitos do Senhor em favor deles.

É fato que o povo de Deus nunca se sentiu “em casa” na Babilônia, embora saibamos historicamente que muitos optaram em permanecer em exílio, uma vez que já haviam lucrado dividendos com os babilônios, a verdade taxativa é que quem é de Jerusalém não se sente bem na Babilônia.

Agora, o texto a meu ver chega ao seu clímax no verso 06: “Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com jubilo, trazendo os seus feixes”. Aqui eu aprendo algumas lições sobre a semeadura que aplico para a minha vida pessoal:

(a) Semear é um ato de responsabilidade.

O semeador não tem outra coisa a fazer se não ser fiel à sua missão (semear). Não há lugar para preguiçosos na trilha do sucesso! Alguém já disse que o único lugar em que “sucesso” vem antes de “trabalho” é no dicionário! Se não semear não se pode esperar a colheita. É uma verdade óbvia, mas desobedecida por muitos que, ficam esperando sentados a vitória cair em seus colos quando na realidade o desafio vital é justamente: sair para semear.

Sair de sua “zona de conforto”, do seu lugarzinho comum, buscar alternativas para os seus problemas, deixar a inércia, enfim, abandonar o seu pessimismo genético e insistir na conquista de novos territórios para a sua vida pessoal. Tenho aprendido que não ousar, por medo de arriscar é decretar para si mesmo a perpetuação da desgraça!

(b) Semear é um ato de fé.

Quando se lança a semente na terra, o lavrador não tem mais controle da semente, agora tudo depende dela mesma! Ai entra o mistério da fé! A germinação de nossos sonhos (e das promessas que eu venho requerendo do Senhor) virá por meio da minha atitude de confiança no Deus que é eterno e bom!

Lendo ontem um sermão de Martin Lloyd Jones me vi refletindo sobre um aspecto importantíssimo de nossa vida de oração, o ponto de que as alegações, argumentos e solicitações são legitimas em nossa oração. O grande pregador do século passado acrescenta: “Acredito que Deus, como Pai, Se deleita em ouvir tais alegações, arrazoados e argumentos. Esta flébil geração de cristãos parece que esqueceu aquilo em que nossos pais costumavam deleitar-se quando falavam em ‘reclamar as promessas’”.

A fé envolve esse elemento de “reclamar as promessas”, isto não tem nada a ver com as exigências pitorescas feitas pelos adeptos da chamada “confissão positiva”, tão comuns aos neo-pentecostais de nosso tempo. Essa atitude apregoada por Lloyd Jones e confirmada nas Escrituras é o de pedir insistentemente até o ponto de escutar o próprio Deus dando a resposta, com o apaziguamento de nosso homem interior pelo sopro fantástico do Espírito Santo.

(c) Semear é um ato de paciência.

Para germinar a semente tem de morrer (João 12.24). É um morrer temporário, pois eis que a semente surgirá na terra em um pequeno espaço de tempo. Mas o semeador precisa ter paciência, porque ele precisa saber esperar. Já reparou que você pode estar esperando o leite ferver, mas é quando você vira as costas que ele derrama?

Paciência não tem a ver com obsessão em ficar observando sofregamente as semeadas à espera de resultados imediatos. Lembre-se da frase de Spurgeon acima, você é responsável pelo labutar e não pelo sucesso. Talvez não aja uma profissão que dependa mais da ação sobrenatural do Senhor Deus do que o agricultor. Porque ele dependia sempre de coisas que não estavam ao seu controle: chuvas, proteção de pragas, sol na medida certa, enfim, há uma dependência irrestrita do Eterno.

Olha, vou participar de um grupo de pastores amigos no desejo de crescer no entendimento da prática da oração e jejum. Quero ir a um nível mais além em relação à cotidianidade. Vou viver isso na minha vida pessoal e depois vou compartilhar com as pessoas a quem tenho o dever de cuidar.

Estou decidido a viver esses princípios que acabei de compartilhar com vocês: semeando com responsabilidade, fé e paciência e tenho certeza que, em breve compartilharemos muitos “feixes de trigo” que servirão de alimento para as nossas almas tão carentes da verdade em um mundo onde o engano é tão bem aceito!

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